《3.9》

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*Um mês depois.*

Os ferimentos pelo corpo de Ally, já estavam cicatrizando, fisicamente ela estava bem... Só fisicamente.

Ela passou um mês entubada em uma cama do hospital, por conta dos ferimentos que arrumou no ato de loucura de se jogar contra a vidraça.
Nesse tempo, ela mal recebia visitas e sempre que um enfermeiro aparecia ela gritava, até ele droga-la e ela dormir de novo.

Ela passou grande parte do tempo assim, dopada. Porque só assim o vazio se preenchia e a dor passava.
Ela estava acabada, afundando em uma depressão que sequer sabia de onde vinha. Queria saber sobre Lauren, queria falar com a mãe, queria não sentir mais nada... Porém, nada acontecia como ela desejava.
Era só abrir os olhos, que ali estava a dor, o remorso e a culpa e ela odiava sentir aquilo... Era sufocante.

_Ela matou o meu pai. - Ela ouviu a voz distante.

_Ela salvou a sua vida. - Uma outra interveio.

_Aqui não é lugar de briga. - Falou uma terceira.

Mais alguns barulhos foram ouvidos, mas ela estava bem drogada para perceber o que acontecia ao seu redor.

_Quer que eu agradeça? - A voz feminina indagou. - A culpa é toda dela.

Passos ecoaram pelo quarto, seguido pelo som de uma embalagem sendo aberta.

_Quer acabar com isso? - A voz rouca perguntou. - Tome. Enfie essa siringa nela, mande ar pelas veias direto para o coração, vai matá-la sem deixar vestígios. É isso que você quer?

Um silêncio angustiante tomou o lugar.

Ally ouvia tudo a distância, como se não fosse com ela.

_Não vou fazer isso. - A mulher falou depois do silêncio. - Não sou como ela.

_Você não é metade do que ela é... - A voz rouca rosnou - Eu arrisquei minha vida por você, ela arriscou a vida por você, é assim que retribui?

_Laur, vai com calma. - A terceira voz pediu. - Ela não tem culpa...

_Foda-se! - Lauren cortou. - Eu não quero saber de quem é a culpa, só quero que sumam daqui.

_Volto quando se acalmar. -  Um rapaz falou.

_Camila? - Lauren chamou. - Quando ela acordar, porque eu sei que vai, quero que fique longe dela. Longe de nós. Entendeu?

_Senão? - Camila desafiou.

_Eu faço a morte do seu pai, parecer brincadeira de criança perto do que vou fazer com você.

Lauren ia visitá-la todos os dias, desde que a mesma havia recebido alta.

Ela não se lembrava de muitos detalhes daquela noite, só se lembrava do tiro, da dor e de ter acordado no hospital uma semana depois.

O ferimento no ombro não foi muito grave, logo ela não demorou para receber alta. Difícil mesmo, foi receber a notícia de que Ally estava mal.

Soube do que ela fez com Alejandro, e mesmo ela negando, tinha ficado muito assustada com o que viu, quase não acreditou que Ally havia feito aquilo.

Nos primeiros dias, ela evitou visitá-la, não sabia como iria reagir caso a encontrasse acordada, ele estava apavorada com tamanha frieza. Mas com o tempo, a saudade foi falando mais alto e aquilo passou a ser irrelevante.

Lauren se sentou na beirada da cama, como fazia todos os dias, e segurou a mão de Ally.

A expressão serena em seu rosto, não a enganava, Lauren sabia que ela estava sofrendo, podia sentir isso... E era justamente o que elabqueria evitar.

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