Não é necessário ler esse aqui, caro leitor. Este capítulo está mais para um diário de A do que qualquer outra coisa. Cheio de desabafos e palavras desconexas, eu e ela esperamos que G entenda todo o emaranhado.
A é forte. Tenta ser na maioria das vezes, na verdade. Quer mostrar para todos que não se abala com comentários negativos e que consegue sair por cima em uma briga. (falso, meus amigos, tudo muito falso).
Por que estou falando dela se o foco dessa baboseira toda é G?
Porque sempre que A não consegue ser forte o bastante, sempre que A faz algo de errado consigo mesma como punição, o pensamento vai em G. Em 50% das vezes ela o chama para conversar, nem sempre sobre o assunto que a atormenta, mas só pra trocar mensagens mesmo, é bom, aliviador.
A nem imagina como é pra G ter que lidar com seus dias ruins. Às vezes gostaria de saber porque se sua resposta fosse positiva à isso ela se sentiria menos mal, mas eu acho isso puro egoísmo e tenho certeza que A concorda comigo.
G sempre é ótimo. Bom ouvinte e conselheiro também. Nada a reclamar. A confia em G porque se sente igual a ele nesses momentos, acha que a dor dos dois se encaixa neste instante e percebe que não há nada errado em se sentir frágil às vezes.
Mas como disse, A chama G só em 50% das vezes, na outra metade da porcentagem não tem coragem. Pensa sozinha mesmo e olha para seus machucados com pena, pena de si mesma por ser tão vulnerável.
Hoje, talvez, tenha sido um desses dias em que A guarda a dor para si mesma. Talvez também seja um dia em que G está guardando algo bem no fundinho da pele e do coração; não há nada de errado com isso.
Nossa dor pode ser até bonita quando ouvida, não no caso de A e G, muito pelo contrário, quando ouvida a dor dilacera, rasga e parte, pra depois se juntar aos pouquinhos e voltar a ser o que éramos. É uma transformação gostosa.
[A diz: obrigada por cada momento em que você me ouviu e me ajudou, desculpa por ter tirado seu espaço de fala alguma vez e me desculpa por ter sido fraca hoje e não ter tido coragem de dizer pra você em uma conversa privada. estou tentando o meu melhor a cada dia, estou escondendo esse monstro dentro de mim para que nunca mais saia, mas, se por um acaso algum dia ele se soltar de mim e arranhar a minha derme, me perdoe, sou falha.]
Pobre A e pobre G. No final das contas não se completam por falta de si mesmos.
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G, pela visão de um outro.
Non-FictionEssa história traz um personagem incrível, chamado G. Ele nem sabe dessa história, bem, como explica no próprio título eu é quem vou falar sobre ele. "G, pela visão de um outro" com certeza trará capítulos normais, sobre a vida de um garoto complet...