Capítulo 31

2.7K 400 302
                                    


Kanda


— Uau! — Exclamaram em uníssono.

— Por que parece surpreso, irmão? — Indagou Kéle. — Você disse que já veio aqui antes.

— Sim, mas faz muitos anos. — E certamente faziam. Lembrava-se que foi na época em que começou a cortejar Yuma para o casamento.

A caverna era grandiosa para algo que ficava há vários metros abaixo do vilarejo. Estalagmites e estalactites enfeitavam o teto e as paredes. Uma montanha de ouro estava a frente, onde cristais naturalmente presos ao teto iluminavam e faziam brilhar como mil estrelas empilhadas juntas.

— Agora eu entendo porque tantos ladrões queriam atravessar a montanha do norte. — Comentou Hanae.

— Aposto que eles imaginavam ao máximo um terço do que está aqui. — Comentou Dakota. — Eu mesmo não fazia ideia de que havia tanto ouro!

— É para encher os olhos de qualquer um. — Kanda suspirou. — Mas esse ouro não é para ser usado. As escrituras dizem que apenas uma pequena parcela subiu para a superfície para ser usada pelo nosso povo, como parte da nossa tradição. Mas tudo o que há aqui não pode ser retirado, a menos que seja permitido pela maior autoridade, sob uma oração para Navi. Ou seja, por mim.

Eles olharam para Kanda com admiração e voltaram a observar ao redor. Embora aquela montanha com cinco metros de altura de ouro fosse apenas uma parte de tudo o que estava naquela caverna, Kanda tinha que admitir quão lindo era ver tudo aquilo.

Mas eles não tinham tempo para ficar parados ali.

— Venham. — Ele colocou a tocha em um compartimento perto das escadas e Kéle fez o mesmo.

Seguiram dando a volta ao tesouro, até pararem onde três passagens se dividiam. — Não toquem em nada, as lendas dizem que há um espírito guardião. Não sabemos se isso é verdade, e se for, não há garantias de que seja bom.

Exceto que olhou para Dakota e o viu pálido como um papel olhando para o alto e paralisado. Kanda tocou em seu ombro o assustando.

— O que está vendo? — Um calafrio passou por seu corpo.

— Vo-Você tem razão, Alfa. — Ele se encolheu em seus ombros. — É-É melhor não tocar em nada, pois com certeza é muuuuuito perigoso.

Kanda engoliu em seco e olhou ao redor, não sendo capaz de ver qualquer coisa além de ouro e joias. Então a história de um espírito guardião era verdadeira? Seu pai gostaria de saber disso, e foi uma boa escolha trazer Dakota, ele com certeza estava sendo muito útil.

Na borda de uma das três entradas, Dakota abaixou a voz e começou a dizer a ele:

— Alfa, eu conheci um anjo guardião lá fora.

— O quê? Anjo? — Parou em seus pés, enquanto Hanae e Kéle foram na frente pela entrada do meio.

— Um anjo raposa. — Dakota sacudiu as mãos enquanto falava, nervoso. — Ele tinha duas cabeças e quatro caudas!

Kanda segurou seus ombros, ficando sério.

— O que um anjo raposa faz em Wohali? Veio por Hanae?

— Sim. Ele apareceu desde que Hanae começou a trabalhar no casebre. Eu falei com ele esta manhã e ele me disse coisas assustadoras!

— Que tipo de coisas? — Kanda não queria admitir que sentia medo do sobrenatural. Quando não se pode ver, não dá para acreditar, mas de alguma forma acreditava em Dakota e o que ele estava dizendo fez sua espinha se arrepiar.

Os Tesouros de Wohali [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora