Capítulo 10 - End points days

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Alfonso estava ansioso. Planejara tudo da melhor maneira possível para que aquele encontro fosse especial para ela. Tomou um banho longo, vestiu uma roupa confortável e desceu para o saguão do hotel pouco antes das sete da noite. Ela tinha sido pontual demais no primeiro encontro, não seria diferente agora. Alfonso andava de um lado para o outro com um buquê de rosas brancas nas mãos. Sentia-se um adolescente idiota segurando aquelas flores à espera dela, mas estava ansioso demais para se preocupar com isso. O coração batia fora do ritmo, descompassado. Exatamente as sete em ponto Alfonso olhou seu relógio de pulso, abriu um sorriso quase maior do que o rosto podia sustentar. Ela chegaria a qualquer momento e isso só o deixava ainda mais nervoso. Ele esperou, ansioso, observando cada pessoa que passava pela entrada do hotel, mas nenhuma era Anahí. O sorriso foi morrendo conforme as horas passavam, já se sentia angustiado. Olhou no relógio e já eram quase oito. Ela não se atrasaria tanto assim. Sentou em dos bancos da recepção, ainda observando a entrada, mas nada dela aparecer. Esperou... Esperou... Nove horas. Ela não foi. Alfonso sentia a garganta queimar, pela decepção e pelo ódio que sentia. Jogou o buquê no lixo fazendo as pétalas voarem ao redor do mesmo, se odiando por ter sido tão panaca em acreditar que ela iria.

Ian: O que você está fazendo aqui? – perguntou com o cenho franzido quando Alfonso se aproximou dele no bar.

Alfonso: Parece que eu levei um bolo. – disse com a voz baixa, puxando uma cadeira e sentando ao lado do outro.

Ian: Ela não veio? – Ian ergueu uma sobrancelha.

Alfonso: Deve ter acontecido alguma coisa... O que tivemos ontem foi... – ele procurava as palavras. – Intenso demais pra ela simplesmente não aparecer. – Alfonso encarou o amigo. – Eu vi nos olhos dela como ela tinha ficado mexida com esse encontro Ian, alguma coisa tem que ter acontecido.  – passou a mão pelo rosto, exasperado. – E eu nem peguei o telefone dela...

Ian: Realmente. – bebeu um gole de seu Bourbon. – Tenho até medo de saber o que pode ter acontecido. – Ian tinha uma careta, sua cabeça as vezes trabalhava demais. Algo em sua mente lhe remeteu a noite passada, quando falou com Diana. Ela não seria tão maluca a esse ponto, ela nem sabia com quem ele estava, pensou. Pois é, parece que não se pode duvidar de mais nada. – Alfonso, me da licença um instante. – Alfonso assentiu e Ian se levantou, indo para um lugar mais retirado. Pegou o celular e discou o numero de Diana, com sorte ela não atenderia já que era madrugada em Londres. Mas ela atendeu.

Diana: O que você quer Ian? – atendeu no primeiro toque.

Merda, Ian praguejou.

Ian: Que horas são agora Didi? – passou a mão na testa. Por favor, não diz que são nove e meia, pensou.

Diana: O que? Ta me achando com cara de relógio? Ta bêbado? – respondeu dura.

Ian: Talvez um pouco. – arrastou a voz. – Vai me diz, que horas são? – tentou mais uma vez.

Diana: Sei lá. – fez uma pausa. – Nove e trinta e dois.

Ian: Filha da puta. – e desligou.
Tão óbvio como dois e dois são quatro, Diana estava nos Estados Unidos.

Ian praguejou mais algumas coisas antes de voltar a si. Era tão óbvio que até ele se sentiu besta por ter duvidado.
Diana era obcecada por Alfonso desde sempre, Ian ativou nela a curiosidade de saber com quem ele estava, só não contava que ela fosse tão maluca a ponto de enfrentar dez horas de voo somente para estragar um possível romance de Alfonso.
Ian respirou fundo antes de voltar a mesa, não sabia se devia falar a Alfonso ou se teria que descobrir isso sozinho. No fim das contas, resolveu ficar calado, ele mesmo precisava pensar sobre aquilo.

Luz dos Olhos TeusOnde histórias criam vida. Descubra agora