Capítulo 20 - Olhos que observam demais

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Anahí: Alfonso, eu realmente não to entendendo. – sentou ao lado dele. — O que você não tem controle?

Alfonso: Nós, você... – passou as mãos no rosto. — Não estou dizendo controlar você, pelo amor de Deus, não me entenda mal. – a encarou, falava sério. — É o que nós temos. Ou o que não temos. – franziu o cenho, confuso. —  Ou o que estamos tendo... Eu já nem sei mais. – bufou.

Anahí: Nós nos reencontramos, estamos nos encaixando... Isso é... – ela hesitou. — Isso é pelo Scott? Alfonso você tá com ciúmes? – um meio sorriso se formando.

Alfonso: Eu não sei. – disse derrotado. — Não é como se eu conseguisse controlar, eu só vi ele com você e como você se alegra perto dele, eu... – fechou as mãos em punho. — Ele olha pra você de um jeito.

Anahí: Scott e eu crescemos juntos. – colocou a mão no ombro dele. — Sempre fomos muito amigos. – respirou fundo. — Quando eu me mudei de vez pra Los Angeles, fiquei anos sem vim aqui, e quando retornei ele não estava mais em Banff, tinha ido pra Austrália. Perdemos contato, nunca mais nos vimos. Não sou adepta as redes sociais, eu nem sabia mais onde ele podia estar. Fazia muito tempo que não nos víamos Alfonso, por isso aquela reação exagerada. – riu.

Alfonso: Eu tô realmente odiando isso que estou sentindo nesse momento. – respirou fundo, obrigando-se a manter o controle. Ian tinha razão, ela falaria sobre o cara.

Anahí: Scott é um conquistador barato, sempre teve esse jeito de moleque que não vale nada, isso não mudou nele. – ergueu as sobrancelhas. — Você deve ter notado, é por isso que está com ciúmes. – deu de ombros rindo.

Alfonso: Vocês nunca tiveram nada então? – ela hesitou, mordendo o lábio e baixando o rosto. Alfonso levantou, aquela irritação antes controlada, voltando com força. — Tiveram. – assentiu. — Deus eu preciso de ar.

Anahí: Você está exagerando. – foi atrás dele, que agora estava na sacada do quarto. — Eu vou ser sincera Alfonso, mas preciso que você entenda que hoje em dia, não há mesmo uma chance entre eu e ele.

Alfonso: Diga. – virou para ela. Talvez encarar aquele par de olhos azuis o ajudasse a se sentir melhor. — Me conte tudo. Eu tenho consciência que estou sendo um babaca aqui, eu só... Ainda não sei lidar com isso. Mas me diga, o que vocês tiveram?

Anahí: Primeiro preciso saber se você confia em mim. – ele assentiu. — Eu sei que tudo é muito novo pra nós, que estamos nessa aventura nos descobrindo após anos de uma busca às cegas...

Alfonso: Eu confio Anahí. – interrompeu, segurando o rosto dela entre as mãos. — Meu coração me diz pra confiar, e eu confio.

Anahí: Tudo bem. – sorriu, passando a mão por cima da dele. — Scott foi meu amor de infância. – Alfonso engoliu a seco, se afastando. Era um gosto amargo aquele. — Antes essa casa pertencia a minha família, foi herança dos meu avós. Então todo anos era pra cá que vínhamos nas férias... Scott e eu vivíamos grudados, desde pequenos isso era uma rotina. O fato é que nós crescemos, os corpos mudaram, as descobertas também...

Alfonso: Porque eu estou sentindo minha bile na garganta, Anahí? – fechou os olhos realmente aquele gosto estava ali, mostrando a ele o quão desconfortável aquela situação estava sendo.

Anahí: Mau presságio, eu suponho. – ela riu. — Eu disse que ia ser sincera, mas posso parar de contar se você quiser.

Alfonso: Posso jogar ele no lago? Depois de você contar tudo, posso só enfiar a cabeça dele na água e ficar segurando até ele parar de se debater? – fez um gesto como se segurasse algo nas mãos, Anahí riu.

Luz dos Olhos TeusOnde histórias criam vida. Descubra agora