Capítulo Doze: "O primeiro corte é o mais profundo".

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- Len? – Jazzie colocou a cabeça para dentro do quarto da amiga, e encontrou uma completa escuridão. – Elena? Amiga?
- Hum – Elena fez um barulho com a boca em sinal de resposta, saindo abafado devido ao travesseiro que estava encima da cabeça de sua cabeça.
- Florzinha, você não quer dar uma volta com a gente? Ainda tá cedo, e acho que já, já começa a nevar – Jazzie dizia ao se sentar na beira da cama de Elena.
- Eu tô com sono – a garota respondeu com manha. – E amanhã tem aula.
- E quem liga? Desde quando a gente se importa com a escola? – Jazzie riu, e fazendo Elena esconder um sorriso – Ah Len, vem! É quase Natal, as ruas estão todas iluminadas, tão lindo! Vamos?
- Hum... Ok. Só porque é o meu primeiro Natal aqui e eu tô doida pra tirar algumas fotos – Elena respondeu com os olhos brilhando de expectativa.
- Então levanta, se agasalha enquanto a Catherine come alguma coisa, e a gente te espera lá embaixo, ok? – disse Jazzie saindo do quarto, mas em seguida voltou – Ah! Len, meu irmão pediu pra te avisar que tem uma coisa pra você lá no quarto dele, tá?
- Que? Ahn, pra mim? Certeza?
- Ele disse.
- Ah tá.

Elena se arrumou rápido, devido a curiosidade. Ela optou por uma calça jeans escura, blusa preta de mangas compridas, botas rasteiras da mesma cor, um casaco verde escuro, e as luvas de um tom verde claro; prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo alto e firme, e colocou o protetor de orelhas também preto.
- O que será que o Poynter tá aprontando? – a garota falava sozinha, em português, indo em direção ao quarto de Dougie. – Aposto que é alguma piadinha, aposto!
Ao chegar ao quarto de Dougie, Elena se permitiu parar e analisar o lugar, tudo tinha a cara dele! Os pôsteres, os objetos de decoração, as cores, os milhares de CDs, e principalmente a bagunça! Ele chegara a poucas horas e já tinha conseguido desarrumar tudo! E então os olhos da menina se prenderam a uma caixa preta com um laço roxo, perto das malas quase desfeitas de Dougie.
Quando a menina chegou mais perto, ela percebeu que a caixa era maior do que ela pensava. – Não pode ser um jacaré de pelúcia... Ou pode? – ela pensava alto, e ao olhar bem para o pacote, viu que tinha furinhos na caixa – Epa! Furinhos? Ai meu Deus, eu tô até com medo de ver o que tem ai dentro – Elena fazia ceninha pra si mesma, então resolveu pegar a caixa de uma vez, quando abriu, e seu queixo foi abaixo. – UMA TARTARUGA! Eu não acredito! Cara, que linda! Eu... Coisa mais fofa – a garota ficou chocada e encantada com o pequeno animalzinho que estava na caixa; a tartaruguinha era de tons de marrom e verde escuro, e estava em uma gaiola branca e vermelha. – Combina com o meu quarto! Cara, eu tenho que admitir que o Poynter acertou no presente. Eu tô encantada com esse bebezinho lindo. Minha tartaruguinha fofa. Ela precisa de um nome – Elena acariciava a cabecinha do animal, e então reparando em um envelope preso ao outro lado da gaiola. Ela pegou e ao abrir viu a letra estranha de Dougie, escrita como se ele estivesse em uma posição ruim quando escreveu naquele papel.

"Alvarez, como eu odeio ficar em dívida com alguém (ainda mais se esse alguém for tão implicante como certa pessoa que eu conheço), comprei essa tartaruga pra você. Sabe, vocês têm muito em comum. Quer saber algumas dessas coisas? Ok, eu conto: as duas são lentas, não vão crescer mais, têm o casco duro (no seu caso, a cabeça) e são feias. Não, tô brincando. Coitada da tartaruga é até bonitinha. Bom é isso, espero que não a mate de tanto falar na cabeça dela. E lembre-se que o bichinho precisa de cuidados (eu não confio na Jazzie quando assunto é cuidar de outro ser, eu realmente espero que você seja diferente). Ah! O nome dela é Michelangela. Eu que escolhi, então não reclama... xx Dougie"

- Michelangela? – Elena terminara de ler e achou graça no nome. – Que nome é esse? Até parece que a minha bonitinha vai ter esse nome estranho – ela dizia rindo, foi nesse momento que a garota percebeu algo escrito no fim da folha:

"A caixa verde também é sua. Eu sei que você iria reclamar que tinha um jacaré e não uma tartaruga. Procurei o mais parecido possível. Eu..."

A Garota da Porta VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora