A Garota da Porta Vermelha

Capítulo Seis: "Quase tudo que quis dizer na última vez em que te vi!".

Semanas se passaram. Nem Dougie, e muito menos Elena, tocaram no assunto sobre uma certa visita que o garoto fez ao quarto da menina.

"Hey, eu sou Elena Alvarez, e esse é o meu diário...".
- Diário, Elena? Tá doida? Diário é tão ultrapassado... – a garota falou para si mesma - Mas pode ser um diário parecido com o daquele menino do seriado brasileiro "Mundo da Lua", como era o nome dele? Acho que era Lucas, eu assistia quando era criança – Elena continuava a falar sozinha enquanto escrevia em "seu" computador.
- É ISSO! Eu posso começar com "Esse é mais um episódio do diário de bordo de Elena Alvarez & Alvarez, falando diretamente de Londres"... Nossa! Agora eu me superei na falta de noção – ela ria com os próprios pensamentos. – Mas pra que eu vou escrever um diário sendo que eu nem sei se alguém vai ler realmente isso aqui? Mas pensando por outro lado, pode ser bem legal ter registrado os momentos da minha nova vida no Reino Unido... – essa mania de falar sozinha? Perseguia a garota desde pequena.
- Vim me despedir, amor – Dougie disse entrando no quarto.
- Vai tarde, amor – ela respondeu calmamente sem tirar os olhos da tela.
- Também vou sentir saudade, lindinha.
- Vá se danar, lindinho.
- Também te amo.
- Idiota.
- É sério Alvarez, tô indo pra turnê, então tchau, tá?
- Tchau, Poynter.
- E não precisa morrer de saudade de mim, ok? Eu volto em dois meses.
- Oh Céus! Eu vou morrer de tanta falta que você fará na minha pobre vida!
- Não precisa fingir, eu sei que vai.
- Some, Poynter.
- Até, Alvarez.

Nas semanas que antecederam a ida de Dougie para a turnê, Elena e o garoto se adaptaram a uma rotina: brigar por esporte. Que se baseava em ver quem desistia primeiro. Elena dava uns tapas em Dougie e ele somente a segurava pelos pulsos, então a garota fazia ceninhas de "você tá me machucando! Me solta".
A garota adorava quando Sra. Poynter dava broncas em Dougie por provocar Elena o tempo todo, mas a mãe do garoto bem sabia que o real motivo de Dougie ir tanto à casa da família era por causa de Len.
Tanto Jazzie, quanto os outros três McGuys e todo mundo próximo aos dois se acostumou com as briguinhas, eles até apostavam quem desistiria primeiro ou quem daria risada primeiro. Elena já era da turma, conversava muito com Tom sobre assuntos nerds, tentava aprender a tocar violão com Danny, adorava conversar sobre tudo com Harry, já era um grude com Olivia e Giovanna, mas, principalmente fizera uma linda amizade com Izzy.

- E aí, Len, tá sentindo falta do meu irmão? Afinal de contas já são quase duas semanas sem ele – Jazzie disse provocando a amiga.
- Você nem sabe o quanto!
- Len?
- É sério! É estranho não ter com quem brigar e rir ao mesmo tempo.
- Obrigada pela parte que me toca.
- Ah linda, não é isso, é que você é minha melhor amiga e ele é meu melhor inimigo - Elena disse e Jazzie riu.
- Você é estranha. Inimigo? Sei bem onde você queria que ele fosse seu inimigo.
- Jazzie! Credo! Isso é jeito de falar sobre o teu irmão pra mim? Justo pra mim?
- Ah Len, há mais ou menos dois meses você admitiu que gostava dele.
- Que era fã da banda dele. Depois que você passa a conhecer seu ídolo, ele se torna uma pessoa comum pra você.
- Entendo. E Len? Eu percebi uma coisa...
- O quê?
- Ahn... Nada! Deixa pra lá!
- Ah Jazzie! Agora fala!
- Você vai ficar brava comigo.
- Você já está me deixando...
- Deixa pra lá sério.
- Tudo bem, se não quer falar...
- Ah Len, não fica com raiva, por favor, eu não aguento ficar brigada com você.
- Eu não tô com raiva, amiga, é só que você sabe que eu não gosto quando começam a falar algo e não terminam. Mas deixa pra lá, vamos mudar de assunto, como anda o teu namoro com o Billy?
- Ah amiga, eu tô totalmente apaixonada...

Uma semana depois...

- Meninas, vamos! Temos quase três horas de viagem pela frente – a Sra. Poynter esperava em frente à porta da casa.
- Já tô aqui, tia! – Elena parando ao lado da mulher.
- Nossa! Que garota mais linda! Tudo isso é saudade do Dougie?
- Tia! Eu, hein? – Elena ruborizou instantaneamente – Obrigada pelo elogio, mas não é para o teu filho, ok?
- Se você diz – a Sra. Poynter disse com um sorriso de descrença.
- É verdade que Jazzie só começou a ter problemas com sapatos depois que eu cheguei? – Elena tentou mudar o rumo da conversa.
- Ela sempre amou sapatos, mas depois que ela viu os seus ... – a mulher riu.
- Sério? Vou escondê-los dela.
- Elena Alvarez, sua malvada! – Jazzie chegou à porta da casa emburrada.
- Por que eu sou má, Jazzie Poynter?
- Porque mais uma vez você se arrumou super rápido e me largou lá sozinha, e agora eu tô todo horrorosa porque ficaram me apressando.
- Horrorosa? Eu não tô vendo ninguém horrorosa aqui. A senhora está?
- Eu não, Len. Eu estou vendo duas princesas.
- Obrigada, mama – Jazzie disse toda alegre.
- Cara! Jazzie, nem meu All Star escapa de você?
- Ah amiga ninguém mandou ter sapatos, botas, sandálias e All Star tão lindos.
- Pelo menos você não quis colocar salto pra ir ao show do McFly, né, filha? – a Sra. Poynter brincou.
- Quem disse que eu não experimentei?
- Você é estranha, amiga – Elena disse e as três riram. E foram para o carro. 
O McFly iria se apresentar no Estádio de Wembley, e elas tinha um camarote as aguardando.