Elena
- Por que branco?
- Porque é ano novo.
- Tudo bem, mas por que branco?
- Cath, para de me fazer essa pergunta. Vai perguntar pra Len.
- Mas Jazzie, se eu perguntar qualquer coisa pra Len agora, ela vai me responder com a primeira frase que ela ler no Flickr, quer ver?
- Vai lá.
- Len? – Cath sentou na cadeira ao meu lado, e eu continuei olhando pra tela do meu notebook. Agora eu tenho um, não uso mais o do Poynter. – Por que a gente usa branco no ano novo?
- Porque o anjo usa Prada – eu respondi ainda olhando pra foto que estava na tela, confesso que segurei a risada.
- Viu Jazzie? Não te disse? – Cath comemorou a confirmação da teoria.
- Cath deixa de ser idiota, ela fez de propósito – Jazzie veio rindo e me deu um tapa da testa. – Elena, como você é má, fica enrolando a menina.
- Cara, a Cath é muito boba – eu comecei a rir do bico que Catherine fez. – Mas fala sério, a frase que eu li até se encaixou na história: O anjo veste Prada. Anjo, branco, ano novo... Sacaram?
- Mas não é 'O Diabo Veste Prada'? – Cath fez cara de confusa.
- Catherine eu acho que tô começando a concordar com a Jazzie na teoria de que você só funciona a base de pancada – eu ri e dei um tapa na cabeça dela.
- Cath, antinha do meu coração – Jazzie fez uma voz terna e calma –, olha pra foto que a Len tava vendo. Viu? Taí a piada, a menina da foto tá toda de branco, e com uma bolsa Prada.
- Aaaah, agora eu entendi – Cath sorriu como se tivesse feito uma descoberta científica. – Mas eu volto na pergunta: por que usar branco?
- Ah Cath, é meio que simbolizando os desejos pro ano que vai chegar, sabe? O branco representa a paz, e se tivermos paz, tudo se ajeita depois: amor, esperança, dinheiro... Entendeu? – eu respondi sem emoção.
- Quem é você e o que você fez com a nossa Elena Alvarez? – Jazzie disse rindo – Você não era inteligente assim.
- Vá à merda, babaca – eu ri e mostrei língua – Mas então, Cath, no Brasil as pessoas adoram passar a virada de ano na praia, então nem todo mundo fica todo de branco, o povo mistura o tradicional com cores mais praianas sabe? Eu mesma raramente uso branco.
- Ah, aqui na Inglaterra é meio impossível ficar de branco na hora da virada: casacos enormes pra aguentar o frio de dezembro. Mas depois, quando vamos pras festas, a galera meio que respeita a tradição do branco – Jazzie disse e sentou no meu colo pra mexer no computador.
- Vocês já escolheram o que vão usar? – eu perguntei quando lembrei que a festa aqui no hotel vai ser com o tema 'Hawaii', e o salão tem o teto todo de vidro, daí nós vamos conseguir ver todos os fogos e sem sair pros -2ºC que tá lá fora.
- Eu vou usar uma batinha branca e shortinho rosa claro – Cath aprontou pra mala, onde as roupas já estavam separadas.
- Eu decidi por aquela saia branca bem curtinha que eu comprei semana passada e a blusinha vermelha que a Cath ganhou de Natal da tia dela – Jazzie disse rindo ao ver a cara indignada de Catherine. – E você Len?
- Hum, como eu disse, eu não sou fã se seguir o fluxo, então eu vou de vestidinho floral verde e laranja, e tênis branco – o vestido é bem curto e rodado: a cara do Brasil, minha mãe mandou de Natal – e um top branco, porque o vestido é soltinho, e as alças ficam caindo.
- Uh, é hoje que o Nick morre do coração – Jazzie disse rindo.
- Ou de frustração sexual, se não conseguir nada – Cath gargalhou ao terminar a frase.
- CATHERINE! – eu senti que corei. – Então ele vai morrer mesmo, porque não vai acontecer nada desse tipo.
- E por que não, Len? – eu mato a Jazzie e essa mania de fazer perguntas idiotas.
- Porque nós estamos ficando de verdade há três dias e eu não acho que seja tempo suficiente pra já avançar assim – eu respondi tentando fingir indiferença.
- Ou será por que não é com ele que você quer que seja a sua primeira vez? – Cath sorriu de um jeito malicioso, e aquilo me irritou um pouco.
- Cara, eu tô começando a me arrepender de ter contado pra vocês sobre o Dougie e eu – ah é, eu contei tudo pra Jazzie na noite da briga dos garotos. – Vocês sabem que não temos mais nada, mas mesmo assim ficam fazendo esse tipo de piadinha.
- Ah amiga, desculpa, sério. Mas é que é tão óbvio que você gosta dele, não que você não goste do Nick, mas a gente consegue ver que pelo meu irmão você sente algo mais forte – Jazzie sorriu de um jeito melancólico. – E eu o conheço também, e sei que ele gosta de você.
- Gente, eu não vou falar sobre isso. E outra, ele namora a Sallie, aceita as investidas da Liza e gosta de mim? – eu disse de um jeito irônico. – Esquisito né?
- Ok, não vamos discutir por isso – Cath acabou com o clima estranho que tava pairando no quarto. – Vamos falar mal da Liza, o que acham?
- Boa ideia! – Jazzie sorriu e deu um pulinho, e foi ai que eu percebi que ela ainda tava no meu colo; aproveitei e dei um beliscão na bunda dela. – Ai Elena, como você é má!
- Sai daqui, sua gorda – eu ri tentando esquecer o assunto anterior. – Mas então, falando sobre a Liza, eu tenho que admitir uma coisa: ela é direta e firme no que quer. Enquanto a gente faz o tipo 'venha e me conquiste', ela é do tipo 'oi gato, te quero, o que me diz?' – eu falei de um jeito de mulher fatal e fiz as meninas rirem.
- Sabe o que eu percebi também? – Jazzie saiu do meu colo e sentou na cama – Ela não é tão odiosa quando tá perto da minha mãe ou da mãe dela.
- Pois eu digo mais, ela é até legal quando o seu irmão não tá por perto – assim que eu acabei de falar, as duas me olharam assustadas. – Que foi? É sério. Esse tempo que os meninos estão passando no salão de esportes, ela foi até simpática comigo.
- Tá brincando né? – Cath ainda me olhava incrédula. – Ela é legal, ok. Mas simpática com você? Sendo que ela sabe que o que impede que o Dougie fique com ela é você? Porque, gente, vamos lá, a coitada da Sallie não faz diferença nenhuma pro Dougie.
- Tadinha da Sallie, não merece o que meu irmão faz com ela – Jazzie fez uma careta ao falar. – Mas assim, eu não o culpo totalmente, sabia?
- Ah é? Por que não?
- Porque, Len, ele viu na Sallie um jeito de te fazer ciúme. E de te mostrar que se você tinha um Nick, ele podia ter uma Sallie.
- Jazzie, eu não consigo levar a sério essa história dele gostar de mim – eu mal terminei de falar e alguém bateu na porta.
- Meninas? Acho melhor vocês começarem a se arrumar – Sra. Poynter disse sorrindo. – Len e Cath, já ligaram pros seus pais? Porque pode acontecer de vocês não conseguirem ligar na hora da virada.
- Eu falei com eles pela web – eu mostrei o computador.
- E eu já liguei pro meu pai, e vou tentar ligar pra minha mãe de novo. Acho que ela tá em Roma, não sei – Cath agora adorava o fato de a mãe morar na Itália, segundo ela era tão glamour.
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A Garota da Porta Vermelha
FanfictionQuais as chances da sua host family do intercâmbio na Inglaterra ser justo os Poynter? Elena Alvarez vai ter seu mundo virado de ponta cabeça pelo baixista do McFly. Dougie Poynter vai descobrir que a Garota da Porta Vermelha é muito mais do que a a...