Dona Benedita

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- Planos? – Juanito questionou. – Para que fazer planos com um médico? Está doente papai?


 

Juan Batista sorriu.


 
- Não, meu filho. Nunca me senti tão bem. – Juan Batista afirmou. Misterioso. – Você verá... Só preciso que faça um favor.... Encha a bola de Robin quando estiver perto de sua irmã.


 - Para que?


 - Você verá!
 


(...)



 
Preocupada com o estado do irmão, Madu se deixou abraçar por Robin e estranhamente encontrou consolo em seus braços. Ela não suportava o médico que volta e meia lhe atacava por conta de Anahí, mas estava tão exausta e o abraço de Robin estava tão confortável que não teve coragem de sair dali. O médico usava um perfume com notas de limão, bergamota e noz moscada que de alguma forma lhe agradava. Robin, um tanto ressabiado, permaneceu onde estava. Apenas separaram-se quando o esbaforido Leão se aproximou.
 


- Robin, há uma ambulância e... – Madu soltou Robin e deu um leve empurrão. – Desculpe eu não queria atrapalhar.  
 


O clima que já era carregado de tensão, ficou mais estranho ainda, Robin e Madu empalideceram. O médico se manifestou primeiro.
 


- Eu só estava consolando essa menina... – Leão fitou o amigo e Robin completou com desdém querendo atingir Madu. – Você sabe como as mulheres agem feito malucas no desespero...


 
Madu abriu a boca completamente ofendida.
 


- Doutor Robin, se não quer se tornar um dos feridos é melhor que se cale agora...
 
- Oras, senhorita, eu... - Robin também se indispôs.
 
- Gente depois vocês matam um frango e marcam um almoço! – Leão reagiu chamando atenção dos dois que agiam feito crianças. – A ambulância chegou! Vamos para o hospital!
 


A correria só não foi maior, pois os machucados de Inácio e Benedita inspiravam cuidados.  Leão junto dos paramédicos levaram Inácio de maca e Benedita em uma cadeira de rodas para a ambulância. O grandalhão em uma atitude protetora ainda carregou Benedita no colo da cadeira até a ambulância e depois seguiu em seu carro enquanto Robin seguiu com os paramédicos para ir adiantando os tramites no hospital. Fátima e Madu seguiriam com o motorista no carro oficial da Rainha, Augusto acompanharia as duas, Leão lhe ofereceu carona. Mais tranquilo com os doentes a caminho do socorro, Leão se permitia se aproximar do Secretário Real.
 

- Creio que não seja de bom tom duas moças de família irem desacompanhadas para qualquer lugar há uma hora dessas. Eu acompanho a Rainha e senhorita Fátima. 

 
- Elas estão de motorista e... – Leão abriu a boca ultrajado. – Elas não podem andar desacompanhadas e eu posso? E se algum malfeitor vier me atacar?

 
Augusto fitou Leão em seu drama descabido. Era mais fácil Leão atacar alguém.

 

- É que elas são moças de família...                        
 
- E eu sou o que? Um desfrutável? Um sirigaito?
 

Augusto já estava vermelho. Não queria ofender ninguém, mas leão não facilitava suas justificativas.

 

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