Dona Rosa

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Tu ris, tu mens trop
Tu pleures, tu meurs trop
Tu as le tropique
Dans le sang et sur la peau
Geme de loucura e de torpor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda
 
Mata-me de rir
Fala-me de amor
Songes et mensonges
Sei de longe e sei de cor
Geme de prazer e de pavor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda



 
Já passava da meia noite quando Robin e Leão cruzaram as portas do Cabaré. Depois de escapulir da pergunta perturbadora de Gabi, o médico seguiu para sua casa enquanto a moça ficou no seu segundo local de trabalho. Ela ainda precisava se apresentar. Gabi estava no meio de sua performance quando viu o doutor e o jornalista se encostarem no balcão.


 
Robin havia deixado o terno e a gravata de lado, usava uma camisa de botão florida e uma calça de tom claro, muito mais confortável do que a vestimenta para o jantar. Leão usava algo parecido com a roupa do médico. Ao sair do Palácio, o plano do doutor era de dormir assim que chegasse em casa, porém, mudou de ideia ao chegar em casa e ver Leão pronto para sair. Ele já tinha se aborrecido com Fabrício, estava mal por saber que Madu passaria a noite com Anahí e ainda tinha aquela pergunta de Gabi. Precisava desanuviar um pouco. O Cabaré era uma boa pedida.
 


Vem molhar meu colo
Vou te consolar
Vem, mulato mole
Dançar dans mes bras
Vem, moleque me dizer
Onde é que está
Ton soleil, ta braise
 


De cima do palco, Gabi enviou um beijo para os dois rapazes e continuou a cantar. Leão sorriu.


 
- Acho que está querendo mandar uma mensagem para você... – Leão brincou com Robin. Fez um sinal para a moça do balcão. – Bárbara, querida...  Dois cuba libres, por favor...
 

- O meu você pode tirar a Coca, só manda rum, por favor. – Robin disse a moça. A bela garota abriu um sorriso informando que logo entregaria os pedidos e foi atender um senhor deixando os homens a sós. – Gabi está tentando é me agradar... Só isso... – E explicou. – Ela meio que me jogou contra a parede...
 
- Se uma mulher dessas me joga contra a parede...
 
- Não literalmente, Leão... É que... Essa noite foi uma confusão danada.
 
- Eu notei quando você apareceu com a mão inchada de ter socado a cara de algum vagabundo e com a cara de quem comeu e não gostou. – Leão disse. – No seu caso nem comeu e já gostou, mas ela que...
 
- Pelo amor de Deus, Leão! – Robin exclamou irritado. A moça apareceu com os drinks. – Obrigado. – Leão mal pegou o seu drink, Robin virou o seu rum de uma vez. – Outro desses, por favor...



 
Barbara fez um gesto afirmativo. Leão estava surpreso.
 


- O que está acontecendo, hein?
 
- Você não vive falando que eu tenho que relaxar? Pois então...
 
- Ok, você está seguindo os meus conselhos. Quanto devo me preocupar com isso?
 


Robin abriu um riso triste.
 


- Essa noite não está sendo fácil... Eu soquei a cara daquele mauricinho, filho do Conselheiro Neves...
 
- O Fabrício? Vez ou outra aparece por aqui... Da última vez veio, gastou mais do que podia e ainda partiu pra cima da Dayse... Quase joguei aquele mimado nu no meio da rua para ficar esperto... Ele tem uma cara ótima de se socar.
 
- Tem mesmo. Desrespeitou Fátima... Aquela amiga de Madu. Tentou abusar da garota, ela não deu trela e de raiva ele a humilhou chamando-a de selvagem. – O semblante de Leão se transformou em uma expressão de raiva. – Ofendeu Madu e ainda me comparou a um animal e chamou-me de mulatinho ousado.
 
- Um soco foi barato. Você devia era ter acabado com a raça daquele verme.
 
- Deixe estar... Depois eu resolvo isso... Tem outra coisa... Eu dei carona pra Madu agora a noite... Ela ficou nas casa de Anahí. – Cabisbaixo. - Provavelmente vai dormir lá...
 

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