Capítulo 02

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Me arrumo decentemente para a festa de boas vindas aos calouros de hoje a noite. Eu estava quase certa de que não iria, mas como sempre, Trevor me convenceu do contrário.
Não exagerei na maquiagem, e nem na minha roupa. Estou com um vestido vinho que vai até a metade de minhas coxas, um casaco jeans e um tênis. Odeio salto.

— Jo, seu namorado disse que vai ficar direto pra festa — steph diz enquanto desliga o celular

— tudo bem, mas quem vai nos levar? — eu digo enquanto acabo de passar rímel — você está sem licença pra dirigir por enquanto, e sua namorada ainda não voltou do Canadá

— relaxa lindinha (...) — ouvimos batidas na porta — um amigo vai nos levar!

— que amig (...)— quando vou terminar de falar, um garoto aparece encostado na porta, tragando algo que eu suponho que seja maconha

— valeu por quebrar essa — ela diz lhe dando um selinho. Ok, ela não namorava? O garoto, que não me é estranho, dá de ombros e sai andando pelo corredor.

— Não liga pra ele. ele é só meio sinistro no começo, mas depois fica até mansinho (...)
— ela diz rindo enquanto pega as chaves do carro

O caminho até a festa foi silencioso. O garoto não abriu a boca sequer um segundo. Se não fosse pelos brincos nas orelhas, pelo piercing no nariz e pelo cigarro que ele sempre tem em mãos, diria que seu rosto é angelical. Na verdade, olhando pelo retrovisor, ele tem olhos estonteantes.

— Steph, da um jeito na doutora — ele diz em meio ao silêncio — a menina não para de me encarar

— como é que é? — eu digo incrédula

— chegamos! — ela diz animada ao chegarmos ao estacionamento da irmandade.

Assim que saio do carro, dou de cara com o que vejo em todas as festas aqui: pessoas enchendo a cara, outras vomitando, outras beijando na boca. Conseguimos distinguir direitinho quem é calouro e quem é veterano

— olha só quem chegou (...) —meu namorado que segurava uma cerveja, me olha de longe enquanto eu chegava com Steph e o garoto folgado

— chegamos — a garota de cabelo rosa cumprimenta trevor e some em meio à multidão

— quanta gente (...)— eu murmuro enquanto abraço meu namorado

— eu sei que você não gosta, mas (...) estou feliz que você veio — ele sorri enquanto se solta do abraço — veio com meu camarada então?

— o quê? — olho para trás, e vejo o garoto que nos trouxe vir até onde estávamos

— agora a festa começou — eles se cumprimentam

Agora tudo faz sentido. Eu sabia que esse garoto não me era estranho. É o cara que falava com o Trevor hoje de manhã. Claro que era.

Por eu não beber, a festa sempre acaba sendo um saco pra mim. Eu não sei como não morro de tédio. Trevor fica com os amigos dele bebendo, jogando sinuca. Quase nunca o vejo durante as festas.

— Josephine Langford! — steph berra do outro lado — não acredito que desde que chegou, não deu um gole de bebida, e  nem levantou pra dançar!

— Você sabe que eu não sou dessas coisas — eu digo mexendo na ponta dos dedos de minha mão

— vamos jogar verdade ou consequência, pra lembrar dos velhos tempos, quer participar?

— não steph. Você sabe que eu namoro.

— E o que tem a ver? — ela diz óbvia — seu NAMORADO está lá jogando (...)

— está? (...)

olho em direção a salinha que havia ali, e vejo uma rodinha já formada. De longe pude ver meu namorado gargalhando enquanto bebia algum tipo de bebida alcoólica.

— gatinha, vEm jOgar — diz meu namorado  certamente bastante bêbado

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