Capítulo 13

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Josephine

Esse cara é a pessoa mais bipolar que eu já conheci. Ele parte do sociável para o insuportável em questão de segundos.

Em meio a tudo isso, só sei uma coisa: meu corpo não reage muito bem a ele.No segundo em que aquele sotaque inglês começou a pairar sobre meus ouvidos, meu corpo inteiro se arrepiou.

Tiro meus sapatos cuidadosamente e me mantenho parada no mesmo lugar.
Ligo meu celular para avisar para steph que eu não voltaria hoje.

— garota, onde você se meteu?

— as estradas fecharam por conta da neve, hero me trouxe pra irmandade - olho de canto para onde ele estava e o vejo lendo algum livro

— mas você está bem né? não vou precisar falar que se o hero te incomodar ele vai ficar sem as bolas - ela diz séria enquanto eu rio envergonhada

— ok... e você e os meninos? como saíram da lanchonete? - tento mudar de assunto envergonhada

— quando nós saímos às estradas estavam todas interditadas, eles vão ter que passar a noite aqui. Pode ficar tranquila que ninguém vai destruir o nosso quarto. Eu tenho que ir, boa noite. se ele te fizer alguma coisa me fala que a partir de amanhã ele será um cara sem pinto.

— boa noite kkkk - desligo o telefone

Hero: se quiser tirar esse casaco cheio de pentelhos e colocar um pijama, tem na terceira gaveta. — ele diz sem tirar os olhos da sua leitura — e se você não quiser, pode dormir sem nada também. você quem decide

Me levanto da quina da cama ignorando seus comentários e abro a gaveta, pegando uma camiseta preta e uma calça do conjunto.

Eu jamais dormiria só de camiseta com algum homem do meu lado. nem vou mencionar a parte de eu ficar... Uh... não é bom nem pensar. Então, pego o conjunto e vou em direção ao banheiro no corredor.

Assim que eu retiro meus casacos para colocar seu pijama, sinto de leve o cheiro de seu perfume. Seria psicopata da minha parte se eu cheirasse sua camiseta? Seria. Não Josephine. Isso é mais que estranho, é ridículo.
Olho para os dois lados do pequeno banheiro, como se eu não estivesse sozinha naquele cubículo, e inspiro o perfume que estava recente na camisa.
Apesar de meu subconsciente me julgar MALUCA umas três mil vezes, fico hipnotizada por aquele perfume. É uma essência única.
Agora chega. Isso passou dos limites.

Saio do banheiro e ando pelos corredores a procura do quarto de Hero. Não foi muito difícil de achar, já que ficava praticamente ao lado do lavabo.

Ao entrar, percebo que o mesmo já tinha largado seu livro. Agora, ele estava com seus olhos verdes presos no celular. Pelo menos até eu entrar.

Hero: que demora doutora — ele diz sem relevância — pela demora devo adivinhar que seus dedos estavam ocupados em lugares onde naturalmente eles não pertencem?
— ao ouvir isso, eu coro. Um arrepio percorre minha espinha que me faz engolir a saliva.

Jo: o-que? — gaguejo. droga.

Hero: é ué. estava fazendo xixi? — ele diz ainda se mantendo sério

Jo: n-não — dou um suspiro de alívio pela pergunta feita.

Hero: por que está nervosa?

Jo: eu não estou.. n-nervosa — digo colocando meus casacos dobrados em cima da cômoda.

Hero: Ah, que ótimo. Achei que estava. — ele volta seu olhar para mim e me confere de cima a baixo. como ele pode me fazer sentir tão desconfortável? — a não ser que.. tenha uma mente muito maliciosa e tenha interpretado minha pergunta de outra forma..

Jo: não pensei. — falo rápido e ele me olha com um sorriso travesso — digo.. não pensei. Não sou uma pervertida feito você.

Hero: — arregala de leve seus olhos — hmm.. me deixe te perguntar uma coisa..
— ele diz levantando da cama, me fazendo ir para trás.

Hero: posso saber o porquê dessa definição tão certa  de eu ser pervertido? — ele finalmente chega a centímetros de mim, me fazendo bater contra a cômoda ao qual se localizava perto de minhas costas

Jo: eu.. ora, pode me dar licença? — digo um tanto irritada. Acho que ele percebe, porque abre um sorriso

Hero: quase na maioria das vezes você é insuportável. Só consigo te tolerar quando você fica brava. — ele continua a rir — é engraçada.

Jo: já que eu sou TÃO insuportável assim, por que você não para de me encurralar em cada lugar que estamos sozinhos e me deixa sair daqui para eu dormir? — tomo coragem e devolvo a grosseria.

Hero levanta uma de suas sobrancelhas e tira o braço da parede que me impedia de sair.

Hero: ok.

Depois de ele me soltar, não houve mais uma palavra naquele cômodo. A única coisa que eu pude ouvir foi o barulho de leve do aquecedor.
Deito sem jeito em sua cama, o mais longe possível dele. O colchão é ENORME. Só de pensar quantas garotas estiveram aqui já me dá ânsia.
Ele acende um cigarro e vai para a varanda tragar.
Pego no sono antes de ele se deitar.

LOSTOnde histórias criam vida. Descubra agora