Capítulo 04

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— SEU IDIOTA! — depois de alguns segundos tentando respirar normalmente, trevor tenta ir pra cima de noah novamente.

— deu de showzinho Trevor — Hero finalmente sai do canto da sala e o pega pela gola da camisa — vai pro teu quarto e para de arrumar confusão nessa merda caralho

— tira a mão de mim — ele fala com a voz embargada

— vamos trevor, te levo pra fumar uma lá encima e você se acalma — will diz enquanto tenta empurrar trevor para as escadas

— ESPERA — ele chega até mim com os olhos marejados. Não sei se ele pretendia chorar, ou foi o efeito de alguma droga que ele usou.

— não fala comigo, por favor — eu digo e sigo até a varanda do local.

Alguma coisa me dizia que eu não deveria ter saído essa noite. E pelo visto, eu estava certa. Como pode alguém ser tão mentiroso e sagaz a ponto de mentir sobre uma coisa tão íntima quanto o sexo? Ele expôs uma intimidade que NEM ACONTECEU. Colocou minha dignidade em jogo e nem se importou com isso. Ele não é assim. Pelo menos não era.

— noite difícil, ham? — uma voz conhecida paira atrás de mim me fazendo sair de meus devaneios. Olho para trás a procura do dono da voz ao qual eu pude ouvir até perto de mais essa noite. Era Hero. Ele se escorava na parade enquanto colocava um pouco da fumaça do cigarro fora da boca.

— não chega nem perto das piores.. — digo voltando-me ao jardim

— Steph pediu que te levasse para casa — ele fala pegando a chave do carro — vamos

— Eu não vou a lugar nenhum com você. — eu digo de braços cruzados — você bebeu desde a hora que a gente chegou aqui!

— como é que é? — ele da meia volta e se aproxima de mim

— é isso mesmo! — eu digo com firmeza — não sou maluca de entrar nesse carro com você

— olha, doutora, não que seja da sua conta — ele se aproxima um pouco mais — mas eu sou a pessoa menos bêbada dessa merda. Seu namorado por outro lado, está chorando feito um bebê enquanto coloca tudo para fora — fico sem resposta — então, vai entrar na porcaria do carro ou vai fazer doce e passar a noite com seu namorado chorão?
— ele diz enquanto caminha em direção ao carro.

O caminho de volta para a faculdade foi silencioso. Eu não sabia o que dizer, não sabia nem se deveria dizer alguma coisa. Do jeito que ele é grosso, eu receberia uma patada ou seria encarada por aqueles olhos verdes. Não seria nada mal, aliás.
Ok, isso já foi de mais.

— aqui estamos — ele se aproxima me olhando fixo nos olhos enquanto tira meu cinto.

— é (...) obrigada — eu digo sem jeito

— pelo menos está viva, não é? — ele diz enquanto puxa um cigarro de seu bolso. Como alguém pode fumar tanto?

— Pois é (...) — eu saio do carro, e fecho a porta. Ao entrar para a faculdade, ouço uma buzinada.

— ei! — ele fala, enquanto sai do carro

— Sim? — digo um pouco receosa. O que ele vai fazer?

— esqueceu seu casaco — ele fala me entregando em mãos

— ah (...) sim — digo sem graça — obrigada.

— Para de dizer "obrigada" toda hora. isso irrita.— ele diz curto e grosso, enquanto volta para o carro e acelera o mesmo indo embora.

Quando eu pensei que ele tinha sido um pouco mais agradável (...) Menino maluco.

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