Capítulo 14

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Josephine

Acordo com o barulho do meu celular vibrando. Pulo da cama ao ver que já se passaram das 7:15.
Levanto cuidadosamente para não acordar quem não deveria. Pego minhas coisas, mas antes de sair resolvo dar uma última olhada em hero dormindo na cama. Por incrível que pareça, quando ele está dormindo, ele parece estar em paz. Seu rosto se neutraliza e sua testa fica franzida. Seu cabelo fora do corte faz com que sua franja pouse sobre seu rosto. Já percebi que esse é o único jeito de não discutirmos: ele estar dormindo.
Saio dali e desço para a cozinha, que é a caminho da porta de saída. Ao colocar a mão na maçaneta da porta dos fundos, ouço passos atrás de mim. Merda. Hero acordou.

— agora você é de sair de fininho? — vejo uma sombra loira atrás de mim. E por mais estranho que pareça torço para que seja trevor.

— meu deus que susto trevor (...)  — coloco uma das mãos em meu peito — eu.. não estava saindo de fininho. Só estou atrasada para a faculdade.

— humm.. imagino — ele diz pegando um pedaço de maçã — quer um gole do meu café? está quentinho.

Ele sabe que eu nunca recuso cafés.

— Ah... ok. mas tem que ser rápido.

Enquanto eu espero trevor tirar o café da garrafa e colocá-lo num copo, observo-o. Nosso relacionamento desde o começo foi tranquilo . Nós quase nunca discutíamos, ele sempre me tratou muito bem e eu pelo menos ACHAVA que "aquilo"  era baseado em confiança. Pelo visto, eu só achava.

— aqui está seu café, senhorita. — ele diz com um sorriso branco no rosto.

— obrigada — digo um pouco sem jeito

— se você quiser, eu te levo até a faculdade. — ele diz e eu estreito os olhos — SEM segundas intenções, ok?

— eu só vou aceitar por que ainda tenho que passar no dormitório e me vestir. — assim que eu digo isso, vejo um sorriso de canto em seus lábios.

O caminho até a faculdade foi silencioso e eu o agradeço mentalmente por isso. Trevor me deixa em frente a rua do meu dormitório e eu saio sem jeito de seu carro apenas com um simples e curto " obrigada".
Ando pelos corredores rezando para que os meninos não estejam mais ali. Me surpreendo quando, ao entrar, encontro Mônica dobrando algumas roupas.

— Hey! — ela diz se virando para a porta — desculpa pelo incômodo, as ruas ontem à noite estavam uma loucura.

— que nada.. vejo que está tudo em ordem.. pode ficar tranquila — digo com um sorriso simpático

— eu não queria perguntar, mas vou fazer essa pergunta.. — ela diz mordendo um de seus lábios — como foi passar a noite na irmandade com o Hero?

— o-que? — digo surpresa enquanto pegava algumas roupas e uma toalha para meu banho matinal.

— é... você dormiu lá, não? — ela diz sem me olhar nos olhos — Steph comentou que hero te levou para lá depois que vocês saíram.

— é.. eu dormi. Mas não aconteceu nada, eu juro. Assim que eu cheguei, eu..

— calma jo! não estava supondo nada. só perguntei por que eu sei, TODOS sabemos — ela enfatiza — como Hero é. E bom, me preocupo com você.

— o que quer dizer com isso?

— bom.. é difícil ele estar num mesmo lugar com uma garota bonita e não rolar alguma coisa.

— você está dizendo que os meninos acham que a gente (...)  a gente (...) NÃO! — eu digo envergonhada — eu jamais transaria com alguém como ele.

— Eu sei disso mulher!  Só estou te avisando. Hero é perigo, e se eu fosse você, ficaria muito longe. — ela diz dramaticamente enquanto pega algumas roupas e sai do quarto.

Ok. O que foi isso? Tudo bem que hero não é a melhor pessoa do mundo, e está longe de ser, mas essa garota fala dele como se estivesse me avisando de um predador que está prestes a atacar. Será que todos enxergam ele errado, ou eu que estou cega?

Pego minhas roupas e vou em direção ao banho.
Essa história toda de trevor, hero, faculdade, compromissos, está me deixando maluca.
Acabo meu banho e coloco uma calça ao qual fazia tempo que eu não usava. Não me sinto confortável com ela, mas é minha única opção. Todas as outras estão no lavabo, e não tenho outra opção a não ser essa. Acabo de me arrumar e vou para a primeira aula do dia: literatura inglesa.

Ando até os corredores da sala do Sr. Jon e peço licença ao entrar, por estar atrasada. Sento na primeira fileira livre e pego meu caderno com minhas anotações. Ao meu lado direito, estava Dilan, meu parceiro de classe.

— parece que alguém acordou atrasada hoje —  ele diz sem tirar os olhos azuis do professor

— você acha? — digo sarcástica — ontem meu dia foi de mal a pior. Estou vendo que hoje não vai ser diferente.

— Seu dia só vai ser ruim se você deixar ele ser ruim — ele diz com um sorriso, me olhando nos olhos. E caramba. Que olhos. —  " Com o poder real que vem de dentro, não há nada fora de seu alcance"

— você está citando Deepak Chopra para mim a essa hora da manhã? — eu digo sorrindo

— se reclamar cito Roosevelt — ele diz segurando o riso

Dilan é meu parceiro nas aulas de literatura dês do começo da minha faculdade. Ele cursa literatura inglesa com maestria e com paixão. Nunca vi alguém saber tanto da vida como ele. É surpreendente. São esses tipos de pessoas que me motivam a ser melhor. Mesmo quando as circunstâncias não forem favoráveis, eu sei que sempre terão pessoas que podem mudar o dia com um simples sorriso. Eu quero ser esse tipo de pessoa. Eu quero ser o tipo de pessoa que minha mãe era.

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