capítulo 17

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Hero Faulkner

A semana nunca passou tão devagar. A matéria de bioestatística me deixa doente. Eu lá tenho cara de quem quer ficar calculando estatística? fala sério.
Só não ignoro totalmente essa matéria por que a professora que dá essa aula é gata pra caramba, além de que eu preciso muito da nota. As festas e meus negócios estão me atrapalhando pra caramba na faculdade. Minha mãe não para de encher o meu saco nem por um segundo quando nos vemos naquela ridícula reunião de "família" que ela me obriga a ir uma vez ao mês. Minha irmã, Alice, é uma das razões pela qual eu mantenho um mínimo de esforço para comparecer de vez em quando.
Não sei por que minha mãe insiste em fingir que somos algum tipo de família normal. Qual é? Ela faz parecer que estamos em um filme americano hollywoodiano, onde todos se amam e se entendem. E bom, quem me conhece o mínimo sabe que eu não sirvo nem pra estar de figurante em um filme desses.

Alice insistiu hoje de manhã na biblioteca para que pudéssemos sair pra jantar. Eu tinha negócios fora da faculdade marcados, mas decidi fazer depois. Nunca é pedir muito para eu ver minha irmãzinha.

— Hero, eu juro por Deus (...) — ela da uma pausa em sua fala enquanto coloca o cinto de seguranças — se nós perdermos a reserva nesse restaurante por que você está mexendo na porcaria do celular, eu vou te matar.

— Calma ai estressadinha — eu digo enquanto guardo meu celular no bolso da minha jaqueta e entro no carro

— Eu não estou estressada Hero Faulkner.

— Se não estivesse não teria dito meu sobrenome, gracinha — eu digo enquanto acelero o carro, com um sorriso no rosto. Sinto saudades de passar mais tempo com ela.

— Cala boca — ela ri — Mas e então, como vai a faculdade?

— Ah Ali (...) sério que vai me perguntar sobre a faculdade? — eu digo ligando o rádio — to gastando gasolina pra falar sobre animais e estatísticas, é isso?

— Que grosseria — ela disse me dando um soco fraco em meu braço — só perguntei por curiosidade, seu chato.

— Minha vez de fazer as perguntas, já que pelo jeito você é horrível nisso — eu digo ainda a caçoando — Tem algum motivo pra você ter me chamado pra esse jantar?

— Que desconfiado. Não posso simplesmente ter um momento com meu irmão mais velho?

— Pode, eu acho — eu digo estacionando o carro no estacionamento do restaurante— só achei estranho. Tem algo que queira me contar?

— Na verdade tem (...) — ela diz saindo do carro e batendo a porta

— O quê? Porra, não vai me dizer que você tá grávida? Por que se estiver, eu vou quebrar a cara do vagabun(...) — eu fecho a porta com força, só de pensar na possibilidade.

— Hero! Não é nada disso. Não to grávida, pelo amor de Deus!

— Pelo menos isso. — eu digo agradecendo mentalmente enquanto nos dirigimos ao lugar

— Oi, tudo bem? Temos um lugar marcado para as 20:00 no nome de Alice Miller — ela diz enquanto eu olho para o recepcionista com a cara mais antipática que eu tenho.

— Ah, claro! Deixa me ver (...) — ele olha para o tablet em suas mãos supostamente procurando pelo nome de Alice

— Vai demorar muito? Porra, se ela disse que nosso nome está aí, é por que está! Por acaso acha que ela está mentindo? — eu digo me aproximando no metido a garçom

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