• Capítulo 04 •

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Duas semanas depois

Kalego☠

Esses muleque aqui do morro tudo emocionado, agem tudo com muita emoção e não com a mente, tá certo?

Eu também já fui um, mas me liguei das paradas e ajo com a mente.

Vitinho: Caraí essas vagabunda não sai de mim fei, acham que sou ração pra ficar alimentando cachorra, pô não sou não.

Kalego: Ninguém mandou ficar dando mole, tu fica se mostrando de comedor e elas acreditam e ficam atrás de tu e do dinheiro.

Vitinho: Mas eu também mostrei e falei que eu pego e não me apego.

Neguinho: O problema é que elas não entenderam isso, mas elas querem a aliança no dedo e o seu dinheiro na conta delas.

Kalego: Falou tudo, se liga nas coisas que tu fala aí pros outros fei, elas acreditam e cai no papo escroto.

Vitinho: Tudo emocionada.

Neguei com a cabeça tragando meu cigarro e em seguida soltando a fumaça pela minha boca.

Olhei pra maluca que descia o morro, Malu, acabei abrindo um sorriso de canto ao ver aquele seu rebolado ao andar.

Essa daí tá no papo pra mim, não sou homem de ficar ficando com várias assim pra pagar de fodão, eu pego quando realmente me interessa em todos os sentidos.

Neguinho: Maluca, brota aqui.

Chamou ela.

Ela se virou e veio até a gente com aquele seu jeitão maluco, sorrindo de orelha a orelha.

Malu: Qual a boa?- perguntou pegando o beck da mão dele.

Neguinho: Tava indo aonde com esse mini short aí?

Malu: Vou no salão arrumar meu cabelo pro bailão de hoje, vai tá animado, quero ficar bonita pros homens.

Vitinho: Mas é piranha, né.

Neguinho: Tem jeito não, tu é feia de nascença mesmo fia, não vai ser maquiagem e nem salão que vai ajudar.

Malu: Recalque a essa hora Neguinho, me poupe né mano. Mulher feia também tem direito de se cuidar e ter auto estima.

Vitinho: Mas tu nem é feia, mó morena gostosa.

Malu: Sei disso baby- mandou beijinho e sorriu.

Kalego: Concordo- soltei minha fumaça e eles me olharam- Concordo que tu é mó feia.

Malu: Tu tem inveja bixa- ri.- Agora eu vou indo, nois se encontra mais tarde, seus boiolas.- pegou a coxinha do Vitinho e saiu do bar.

Vitinho: Porra minha coxinha, sua cachorra.

Rimos dele, continuamos a beber e conversar sobre os assuntos do morro, do tráfico e de algumas missões que estão para vir nesses meses.

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Me sequei depois de tomar aquele banho de lei, visto minha cueca Calvin Klein, por cima uma bermuda da Oakley, uma blusa da Gucci, passei meu perfume e coloquei minhas correntes de ouro.

Ponho meus anel e coloco minha Glock na minha cintura, algumas drogas no bolso e por fim meu celular.

Depois sai do meu quarto e desci vendo minha piveta toda imperequetada tirando foto no espelho da sala.

É muito piranha mesmo, não tem como não amar.

Kalego: Vai comigo ou sozinha?

Tati: Com você né? Eu não sou louca de descer esse morro até a quadra com esse salto.

Kalego: Tira ele, coloca um tênis, pra que usar um salto desse tamanho? Quer parecer grande? Vai ser meio difícil disso acontecer, hein.

Tati: Não tô brincando Vinícius.

Kalego: Kalego caraí.

Rafaela: Mas nós te chamamos de Vinícius, até porque esse é o teu nome verdadeiro. Eu que escolhi e te chamaremos assim.

Kalego: Mentira que foi o pai que escolheu, tu queria colocar meu nome de Valdo, ava mãe.

Tati: Iria ser zuado pelo resto de sua vida- começou a rir e minha coroa olhou sério para a gente.

Rafaela: Sai daqui seu resto de aborto- me tacou o chinelo.

Kalego: Kolfoi mãe- sai de casa correndo e Tati veio atrás correndo que nem uma cachorra manca.

Entramos no meu carro, coloquei meu cinto e liguei o carro apertando no acelerador indo diretamente para a quadra do baile.

Descemos do carro e puxei a maluca pra minha frente, guiei a mesma pra nenhum marmanjo vir.

Subimos para o camarote, a mina foi correndo para as amiguinhas, fui até os bixão dos meninos.

Fiz toque com todos e fui até a mesa do canto catando a garrafa cheia de wisk e despejando no meu copo, peguei meu cigarro no bolso com o isqueiro, acendi e voltei até o grupinho dando um gole na bebida.

Me sento na cadeira de plástico, em volta tinha umas também aonde os menor tavam sentados.

Kl: Tua irmã é mó cu doce, zé.

Nem dei idéia.

Kl: Tu ouviu?

Kalego: Não preferia ouvir, olha, te mandar o papo de uma vez, minha irmã é maior de idade e dona do próprio nariz. Ela sabe o que faz, se ela decidiu não ficar contigo é porque não tem sentimento e porque não quer se ferir que nem da última vez. Sacou?

Kl: Ela mal sabe que eu mudei fei.

Kalego: Aí o problema já não é meu- tomei minha bebida prestando atenção na conversa dos outros.

Sou assim, minha mana tomou uma decisão errada eu vou lá e falo o certo para ela fazer. Mas se ela tomou uma certa e nem me consultou eu pouco me importo.

Ela sofreu demais quando o traste do Kl terminou com ela, eu tinha avisado pra ela antes e disse bem claro:

"Não acredita nas pessoas facilmente fi, as aparências enganam e nois bobo acredita ao contrário"

Mas ela ouve? Claro que não.

Que bom que ela tomou a decisão certa, o menor pode até ter mudado, mas não se deve confiar totalmente assim.

Em tudo se deve dúvida.



Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora