• Capítulo 38 •

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Gaby🎀

P7: Tá gatinha em.

Gaby: Você já falou isso pela oitava vez.- Sorri meio sem graça.

P7: É porque tú tá gata.

Gaby: Eu não quero confundir as coisas Patrício, eu não quero nem um pouco me apaixonar por você.

P7: Sou um bosta, né?- Perguntou levando a pizza até a boca.

Gaby: Não é isso cara, faz apenas um mês que eu cheguei nesse morro, sou muito sentimental e me apaixonei por um idiota. Um idiota que gosta da minha irmã, eu ainda não esqueci ele e por enquanto eu quero sua amizade.

P7: Tú pode contar comigo, tú sabe disso mano, eu só queria uma chance. Mas já que tú quer um momento, eu respeito viu.

Gaby: Valeu mesmo!- Ele sorriu segurando na minha mão, continuei a comer junto com ele.

Já tínhamos conversado de várias coisas, acabamos chegando nesse assunto.

Sei que ele quer muito, eu gosto da companhia dele, mas não quero magoar ele, ficar com ele enquanto gosto de outro.

Ele é uma ótima pessoa, durante esse tempo ele me deu atenção, e me ajudou.

Gaby: Acho que engordei uns 20kg.

P7: Engraçado, tú engordou bem. Tá mó gostosona, só se a gordura passou pra tua bunda.

Gaby: Toda malhada, meu anjo.

P7: Pensei que era silicone.

Gaby: Babaca- Empurrei ele que tropeçou da calçada e começou a rir da minha cara de idiota.

P7: Tú quer ir pra casa ou tá afim de mais algum rolê?

Gaby: Ainda tá cedo.

Ele sorriu e me puxou pela mão, descemos  a ladeira e fomos na direção da escadaria e sentamos ali.

Ficamos jogando conversa fora, eu já percebi que ele gosta mesmo de mim.

Cada momento que conversávamos ele sorria feliz.

Nunca pensei que minha vida mudaria assim, a um mês atrás eu estava rica e feliz com quem eu amava.

Agora estou aqui divida, gostando de um que nem me dá bola e outro gostando de mim.

Só não quero magoar o P7.

P7: É mó barra tá ligada, num é fácil ser bandido. Nós não temos escolha, quando eu vi que não tinha mais saída, eu entrei nessa parada. Pensei em fazer isso tudo pela minha mãe, ela precisava da grana se não ela não teria tratamento pra doença.

Gaby: Você pensou no bem da sua mãe, você meio que fez o certo, não posso te julgar. Todo mundo sabe que você também podia estudar ou trabalhar, mas você seguiu o seu caminho e o que você queria.

P7: Num ia dar pra pagar estudo, tinha que junta grana pra ajudar a coroa, e nenhum trabalho que arranjei não dava o tanto de grana que eu precisava. Foi aí que eu conheci o Kalego, ele me ajudou e consegui pagar o bagulho lá.

Gaby: Que bom mesmo, ela está bem?

P7: Parece que nunca teve câncer.- Sorri pra ele.- Mano seu sorriso é lindo, se ninguém te falou isso é um completo idiota.

Gaby: Olhando assim nem parece que quando eu era mais nova meus dentes eram todos tortos. Já sofri bullying por causa disso.

P7: Tú fez o que? Trocou de dente?

Gaby: Ridículo, minha mãe me levou em vários dentistas, coloquei aparelho e ficou assim.

P7: Ficou maravilhosa!

Virei o olhar me sentindo envergonhada, logo ele pegou na minha mão.

P7: Desculpa, sério mesmo.

Gaby: Por que?

P7: Por isso.- Ele me puxou e me beijou, demorei para responder, eu não queria aquilo para ferir seus sentimentos, mas não consegui resistir.

Em segundos ele já levou a mão até minha cintura, agarrei sua nuca me sentindo bem com esse beijo.

Talvez seja o certo, talvez seja o errado.

Nunca sabemos o final da situação.

Gaby: Melhor eu ir embora!- Falei levantando.

P7: Desculpa mina, eu não resisti. Tú não sabe como é estar tão próximo de quem gosta e não poder beijar, e querer.

Gaby: Eu sei sim, mas não vou falar mais nada, preciso ir. A gente se vê.

P7: Eu te levo.

Gaby: Não, valeu.

Dei um beijo na bochecha dele e subi o resto da escadaria e fui para minha casa.

Fechei a porta trancando, me joguei no sofá pensando na burrada que eu fiz. É assim, depois que faço a burrada eu fico me julgando.

Foi bom o beijo.

Eu tinha que ter aproveitado, eu estava feliz, eu sou muito burra.

>>>

Jéssica: Vocês se beijaram?- Falou histérica.

Gaby: Sim.

Jéssica: Por que você tá assim? Era pra estar feliz, P7 não é daqueles babacas, ele é um cara bacana.

Gaby: Eu sei, foi ótimo, eu saí de lá que nem uma idiota. Quando cheguei em casa fiquei puta comigo mesmo, agora não sei se vou falar com ele ou finjo demência.

Jéssica: Se fosse eu no seu lugar eu fingiria demência, mas já que não é eu. Você tem que falar com ele, mesmo que você ainda não goste dele, você pode gostar com o tempo. Mas a decisão é sua, mas agora deixar de lado e fingir que nada aconteceu não adianta nada.

Gaby: Mano você é a melhor.

Jéssica: Virei sensata meu anjo- Mandou beijinho e gargalhei.

Ela tem razão, eu devia sim falar com ele, não vale a pena ignorar ele. Uma hora eu vou acabar encontrando ele e falando sobre esse assunto. Ela mudou de assunto falando sobre a filha dela, enquanto ela pintava minha unha.

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora