O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. (2 Pedro 3:10)
_De..desculpa. Eu só não estava esperando... - digo, tentando explicar a Diogo minha reação inapropriada.
_Sério? É só isso? - diz ele se movendo ao redor de mim com um gingado meio malicioso, pondo a mão em minhas costas.
_É sim... - digo sem jeito.
Ele me levanta e me coloca com as pernas abertas em torno dele.
_ Que bom, porque tudo que eu quero agora é compensar o tempo perdido com você - diz ele dúbia e maliciosamente, enquanto me leva na direção do quarto ainda nessa posição. Meus sapatos caem dos meus pés no meio do caminho.
Sou jogado na cama enquanto ele arranca a camiseta. Vejo mais uma vez aquele corpo viril, delicioso. Ver o volume em sua bermuda branca me deixa muito excitado. Ele arranca minhas meias, minha calça cáqui, joga meu cinto de pano na cabeceira da cama, e tira minha cueca, me deixando ainda com a minha camisa, como eu gosto.
Ele arranca a bermuda mostrando seu pau grosso e bonito enquanto pega o lubrificante na comoda ao lado da cabeceira. Encho minha boca com ele por alguns instantes, roliço e inchado, no exato momento em que ele ia subir na cama, mas ele logo me joga de costas na cama novamente, subindo a seguir.
Diogo coloca suas coxas em baixo das minhas pernas, passando o lubrificante gelado em mim e me encochando, e logo sinto aquela sensação quente e gostosa do seu pau tocando a minha pele.
Seu tronco se debruça por cima de mim, beijando meu pescoço enquanto ele começa a amarrar meu antebraço com meu cinto de pano, como as vezes gostamos de brincar, comigo amarrado pelo braço direito na pilastra da cama. Tudo aquilo é tão bom, é tão gostoso... que começo a me sentir culpado. Começo a me sentir uma pessoa horrível.
_ Diogo, espera - digo, interrompendo ele.
_ Espera? O que? - diz ele murmurado, ainda me beijando.
_ Eu preciso te contar uma coisa.
_ Agora? Quer mesmo "agora"? - diz ele ficando em pé ao lado d cama e rindo, mostrando a ereção.
_ É que eu... bem eu... meio que beijei ... cara, outro cara.
_Tá falando sério Samuel - diz ele, em outro tom, o sorriso desaparecido.
Abaixo meus olhos, envergonhado, e tenho vontade de chorar.
_Olha pra mim- diz ele, erguendo meu rosto com brutalidade - Você ta falando sério?
As pupilas de seus olhos dourados parecem encolher junto com o sorriso. Não há empatia alguma neles, mesmo eu sabendo que estou com cara de choro. Percebo que ele não terminou o nó no lado oposto do meu cinto, a outra ponta ainda amarrada no meu antebraço. Ele segura firme sua ponta do cinto, que agora passa por detrás da pilastra, me obrigando a erguer mais o braço, e volta a subir de joelhos em cima da cama. Estremeço de medo.
_ Diogo - começo, tentando não gaguejar, medindo cada palavra, com medo de me mexer - foi só um beijo bobo. Foi algo impensado. Eu estava com tantas saudades de você... eu nem queria ter feito aquilo e...Ai!! - gemo com o susto quando meu braço sendo repuxado.
Diogo, em um movimento discreto, forçou o cinto, fazendo meu braço ficar muito erguido e imobilizado. Continua em cima da cama, quase por cima de mim.
_ Não mente pra mim, Samuel. Só tem um jeito de isso acabar bem pra você, é melhor você me falar a verdade - diz ele, me ameaçando.
_ Diogo, você tá me assustando, me desculpa. Eu já disse que eu não queria...
_ Puto do caramba! - diz ele seco, enrolando a outra ponta do cinto em sua mão e puxando, fazendo meu braço se esticar mais - Você gostou de fazer isso, não gostou? E não vira a cara não, seu puto, não mente pra mim - diz ele se debruçando e segurando meu rosto com força com a mão livre, me obrigando a olhar para ele contra minha vontade.
Tenho um ímpeto de abaixar meu braço destro mas não consigo. Começo a enrubescer de raiva por conta de toda aquela situação. Afinal, porque eu devia satisfações a um demônio que mentia o tempo todo para mim sobre quem era?
_ Talvez eu tenha gostado - digo baixo, entre raiva e coragem.
_ O que?! - diz ele, se inclinando sobre em mim, seu olhar duro ali, mas encaixando as coxas em minhas nádegas; pra minha surpresa percebo que ele continua duro.
_ Talvez eu tenha gostado - digo mais firme, com um pouco menos de medo, até ficando excitado, mas então vejo seus olhos me engolirem.
Nesse instante sinto uma dor aguda, e ele se coloca dentro de mim. Inteiro. Não tenho sequer tempo de m acostumar, pois ele já começa a me bombar com brutalidade, segurando o cinto que mantém minha mão erguida.
Eu já estava ficando duro, geralmente peço que ele comece mais com calma, mas faz tanto tempo que não o sinto dentro de mim assim, me preenchendo todo, que acabo ficando excitado, mesmo ele me bombando com tudo.
_E disso que você sentia falta? É por isso que ficava caçando outro cara na minha ausência? - diz ele batendo na minha cara um pouco mais forte que de costume - ou é porque você é um puto e gosta mesmo? - completa ele, puxando mais o cinto e causando uma dor real no meu braço, mas sequer me importo, começo a me masturbar loucamente com a mão canhota enquanto ele me penetra com tudo.
_Você gosta disso, gosta muto não é? - diz ele ainda me dando uns tabefes, que agora me deixam muito excitado, até que ele começa gozar dentro de mim e ao vê-lo gozar começo a gozar junto.
Estou gozando ainda quando ele tira minha mão do meu pau e amarra meu outro antebraço com a outra ponta do cinto de pano, passando por trás da pilastra mais central da cama. Vejo-o dar o nó com bastante vontade, ainda com seu pau dentro de mim. Ainda quer brincar? Penso por um instante, mas algo me diz que não é isso.
Ele finalmente sai de dentro de mim, me fazendo sentir a dor, logo colocando a bermuda com rapidez, sem me olhar. Não consigo entender o que está acontecendo, ainda inerte, mesmo quando ele coloca a camiseta e o calçado. Até que ele vira pra mim, sua cara faz com que, por um instante, eu acredite que vou apanhar de verdade. Tem algo muito errado ali.
_Espero que tenha gostado - diz ele, sério, de maneira impiedosa.
_ Diogo. Ei, Diogo! Diogo!!! - chamo e depois grito, estridente, ao ouvir seus passos se afastarem do cômodo.
Paro de gritar seu nome quando o ouço bater a porta.
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O Diabo sobre a Carne
Mystery / ThrillerSamuel Hernandez possui alguns problemas de memória que o impedem de recordar totalmente seu passado, bem como de que forma chegou ao ponto atual, onde se percebe vivendo intimamente com outro homem, em uma grande e misteriosa propriedade. Diego é...