"Lembra daquele garoto que sentou do seu lado te ofereceu no recreio um sanduíche amassado"
Fevereiro de 2007
Tudo começou no Rocha, bairro no subúrbio carioca. Mais precisamente no pátio de uma escola bem conhecida na região. Lá estava a garota nova sentada e afastada de todos enquanto se distraía balançando seus pés.
Em pleno terceiro dia de aula, o jovem Philippe, que jogava bola junto aos seus colegas, não entendia o porque da garota nova ainda estar sozinha no intervalo, sempre que um aluno novo chegava ele recebia toda a atenção possível, mas por que ela não tinha? Philippe vendo que não aguentaria mais ver a menina sozinha, sinalizou para os amigos que sairia do jogo, pegou sua mochila e se aproximou para conversar com a mesma. O máximo que ela poderia fazer era expulsar ele dali, e bom, ele não iria se importar.
— Oi, eu sou o Philippe. Qual é o seu nome? — perguntou o menino se jogando no banco ao lado da "colega".
— Ainê. — disse tímida e um pouco assustada por ele ter chegado tão de repente.
— Ainê? — Philippe logo questionou fazendo uma cara estranha. Não era possível que ele havia achado alguém com um nome tão estranho quanto o seu.
— Sim. É a junção dos nomes dos meus pais, Airton e Inês. — respondeu logo como se fosse óbvio. Ele era surdo ou estava querendo tirar uma com a cara dela?
— Não te julgo meu nome também é diferente. — a forma como Philippe falou fez Ainê abaixar os escudos e dar uma risada, parecia que ele estava contando um segredo. Então Ainê concluiu, ele não era surdo e nem queria tirar uma com ela, Philippe era só um pouco estranho.
— E por que seu nome é diferente? Me parece ser bem comum — Ainê se virou de frente para Philippe para lhe dar mais atenção.
— Philippe com ph e no fim dois p's, — Ele bateu na própria testa enquanto fazia um sinal de negação. — meus irmãos que escolheram e acabaram com a minha vida. Isso parece comum pra você? — fez uma careta que fez Ainê novamente não conseguir segurar a risada enquanto fazia uma anotação mental: ele também era muito dramático.
— Nem um pouco... — balançou a cabeça em sinal de negação concordando com o garoto. — Vou te chamar de Philippinho, você tem uma carinha de neném e seu cabelinho parece de anjo. — ela disse analisando o garoto. Philippe logo levantou uma sobrancelha.
— Ok, então eu vou te chamar de Nê.
Os dois adolescentes sorriram.
— Bom, e quantos anos você tem, Nê?
— Eu tenho 13, mas mês que vem já faço 14. — Ainê respondeu agora bem mais solta do que antes.
— Que legal! Sou só um ano mais velho, tenho 14. Faço 15 no começo de junho — Philippe sorriu enquanto procurava algo em sua mochila — Está com fome? Quer sanduiche? É de queijo. — disse retirando da mesma.
— Ah sim, eu aceito um pedacinho. — Ela disse sem jeito, já que estava morrendo de fome pois sua mãe havia esquecido de preparar seu lanche naquela manhã.
Philippe, que nunca foi um menino egoísta, dividiu o sanduiche ao meio e entregou à menina que comeu de bom grado. Os dois logo terminaram de comer e voltaram a conversar sobre suas vidas animadamente. Logo o intervalo chegou ao fim e os adolescentes tiveram que se separar, mas na saída foram juntos pra casa como se fossem amigos a anos.
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Romântico Anônimo || Philippe e Ainê Coutinho
General Fiction"Como um amor que veio da infância, uma fase tão inocente da vida, me levou ao auge e depois me deixou em pedaços? Por que tinha que acontecer aquilo com ela? ou melhor, com nós.." Amar muito as vezes pode machucar, e quando Philippe percebeu, ele j...