True Love - Choni

Capítulo quatorze

Toni POV

Por que que ninguém me avisou que ficar de guarda é tão chato? E por que que nos filmes isso parece ser tão interessante?

Já tem umas três horas que eu estou aqui rondando a casa dos Blossom e para a minha sorte nenhum movimento suspeito. Mas convenhamos, depois da surra que Reggie levou eu duvido muito que ele vá continuar na cidade. Ele vai viver para sempre na asa dos papais o que significa que se fizer algo de errado agora, e manchar o nome da família, adeus herança.

Outra coisa que eu percebi, os pais de Cheryl não estão em casa, provavelmente viajaram à negócios.
Depois de dar mais olhada na casa inteira eu apago todas as luzes com muito dificuldade e subo para o andar de cima, e adivinha? Mais luzes. Por que que em casa de rico existem tanta lâmpadas e tantas fechaduras? Eu demorei quase meia hora para trancar tudo lá em baixo.
Quando finalmente consigo trancar e apagar tudo eu entro no quarto de Cheryl, tudo aqui é tão.....Cheryl?
As luzes estão apagadas mas eu deduzo que tudo aqui seja vermelho e de alta qualidade.

Ficar no mesmo ambiente que ela e não brigar é tão estranho. Ela dorme tão serenamente que ninguém imagina o monstro que é. Me sento em uma poltrona no canto do quarto e fico observando tudo a minha volta.

É engraçado essa situação, até duas semanas atrás a gente se odiava e agora, eu praticamente salvei a vida da Cheryl, e não é querendo me gabar nem nada, mas é engraçado as voltas que a vida dá.

Vê Cheryl ser quase estuprada me fez mais ainda querer me aproximar dela e virar uma amiga talvez, mas como? Se uma parte de mim ainda detesta ela, sem contar que todos os meus amigos vão ser contra a nossa aproximação e com razão, imagina, é quase impossível nós duas termos uma relação saudável. Talvez a decisão mais sábia seja deixar tudo como está.

-Toni? Toni? TONI ACORDA! - Escuto alguém gritar e vou abrindo os olhos devagar, quando retomo a minha consciência percebo que dormir na poltrona. -Por que você está na minha casa e por que que eu estou cheirando a cachaça? - Cheryl me pergunta e as memórias de ontem invade minha mente.

Como que eu vou contar isso para ela? Como que eu vou dizer que o namorado babaca dela quis estupra-la? MERDA.

-Cheryl, eu preciso te contar uma coisa séria. - Me levanto e fico perto dela. -Seria bom se você sentasse.

-Me sentar por que Toni? Aconteceu algo? Alguém se machucou? Eu machuquei alguém?. - Ela começa a ficar nervosa e eu seguro o seu rosto, conectando nossos olhares.

-Ei, ei, ei, calma, vai ficar tudo bem ok? - Ela confirma com a cabeça e me abraça. Eu não sei o que fazer de início, nem sei por que que ela me abraçou, mas eu gostei e retribuir. -Senta na cama, por favor. - Quebro o abraço e ela senta na ponta da cama.

Respiro fundo algumas vezes tentando encontrar palavras para contar tudo o que aconteceu sem assustar Cheryl, mas não sei se isso é possível.

Acho que demorei algum tempo pensando já que ela começou a me olhar estranho.

-Toni, se isso for algum tipo vingança sua contra mim, termina logo ok? Vai fundo e me bate, me xinga ou sei lá o quê, só termina logo. - Reviro os olhos com o comentário dela, até parece que a vingativa sou eu.

-Cheryl, você se lembra do que aconteceu ontem? Depois que você saiu da escola. - Ignoro o comentário dela e sigo em frente tentando contar tudo.

-Ah, depois que eu sair da escola eu vim direto para casa. Peguei a minha última garrafa de vodka e fui tentar esquecer meus problemas. - Ela começa a olhar para o nada como se tentasse lembrar de algo mais. -Tem uma parte que eu também lembro mas eu não sei se realmente aconteceu.