Capítulo quinze

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Cheryl POV

Cancela o que eu disse, não vai ser nada bom. Vamos nos aproximando do estacionamento e eu só consigo enxergar um carro velho e uma moto, eu não quero andar em nenhum desses dois

-Toni, eu não vou andar de moto, eu me recuso a andar nisso daí. - Aponto para a motocicleta preta parada na minha frente.

-Ei, não chama a minha moto de "isso daí", ela pode se ofender. - Eu acabo revirando os olhos.

-Eu não tô acreditando que você deu um nome para a sua moto.

-Não, eu não dei um nome para a minha moto. Meu pai disse que se eu fizesse isso ele me expulsava de casa. - Ela faz um biquinho fofo e eu me derreto.

-De qualquer forma, eu não vou andar de moto.

-E você quer ir de quê? Carruagem, helicóptero. - Ela diz debochando de mim. -Já sei, nós podemos roubar o carro do zelador e ir nele. - Ela aponta para o carro parado no fim do estacionamento.

-Ele herdou esse carro de quem? Dos Flintstones? - Toni começa rir e nega com a cabeça.

-Então já que a senhorita é super esperta, resolva o problema do seu medo de motos. - Ela se apoia na moto.

-Eu não tenho medo de motos, eu só não quero subir nesse monstro de duas rodas. - Ela coloca a mão no peito como se estivesse ofendida e depois alisa a moto. -Mas eu já tenho uma ideia, e se nós fôssemos andando até lá em casa e pegássemos o meu carro, assim a gente chegaria em segurança nesse tal local misterioso.

-Eu vou fingir que não escutei você dizer que eu sou uma péssima motorista e te perguntar, e a minha moto? Eu não vou deixar ela aqui.

-Você pode ir empurrando ela até lá em casa. - Ela fica me olhando como se perguntasse "Isso é sério mesmo?". -Que foi?

-Cheryl, eu não vou empurrar minha moto até a sua casa, se você quiser sair, vai ter que ser de moto. - Ela começa a ficar séria e eu levanto os braços em forma de rendição.

-Ok, você venceu, mas por favor, vai devagar. - Pego o capacete de sua mão e ponho na minha cabeça, ela fecha a cordinha e dá ums tapinhas nele. Subo na moto e ela acelera.

Eu nunca andei de moto na minha vida e me arrependo por não ter experimentado essa maravilha antes. Sentir o vento bater em meu rosto e fazer meus cabelos voarem é uma sensação de liberdade. É como se eu pudesse voar, só que em cima de uma moto, andar de moto entrou para a minha lista de hobbies favoritos, mas obviamente que a motorista tem que ser a Toni.
Começamos a entrar em umas ruas estranhas e eu tento lembrar se já passei por aqui antes. Olho para cima e vejo uma placa escrita

Seja bem-vindo ao lado Sul.

Toni me trouxe para o lado Sul, mas por que? Eu achei que nós faríamos algo mais "normal" digamos assim.

As ruas por aqui são bem diferente do que as pessoas do norte dizem. Tudo é limpo e organizado.
De um lado tem um parquinho onde as mães brincam com seus filhos e próximo dali uma praça aonde alguns senhores de idade jogam baralho e dominó.
Toni faz uma curva e eu vejo uma quadra de esporte aonde umas meninas jogam vôlei. Umas delas acena e Toni buzina, eu aperto com um pouco mais de força a cintura dela como sinal de reprovação.
Ela continua andando e logo para em um tipo de bar, tudo aqui aprece ser tão velho.

-Chegamos no nosso destino, senhorita. - Ela arruma os cabelos no retrovisor e se vira para mim, eu olhava para o bar com um certo receio.

-Isso daqui é tão....

-Velho, sujo, acabado, uma verdadeira espelunca. - Eu confirmo com a cabeça. -É, eu sei. Mas além de ser o meu local de trabalho, também é a sede das reuniões dos serpentes. - Ótimo, pisando em território inimigo.

True Love - Choni Onde histórias criam vida. Descubra agora