Prólogo.

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Prólogo

     •Último Contato•
"Sacrifice is the only solution at a few moments"

   Acordo com as palmas das mãos suadas e o peso da culpa no peito e respiro com certa urgência, o sol entra iluminando metade do quarto me fazendo lembrar de que estou cansada demais para levantar e fechar a janela, me reviro na cama e me enrosco nos meus cobertores olho para o teto e penso no que eu fiz ontem à noite, meu subconsciente me condena a cada segundo. Estava farta daquela situação de merda, fico feliz por ter feito algo à respeito.

Eu o matei... Ele está morto... Sou uma Assassina... Eu o matei...

  Não sei por que, mas sinto como se cada parte da minha alma se quebrasse em vários pedaços, quase como se eu fosse feita de vidro e algo me atingisse com força.

   Ele me olha de cima abaixo e caminha em minha direção em passos largos ele possui um sorriso diabólico nos lábios, eu ando pra trás, meu corpo treme, ele segura meu pulso.
Estou com saudades de você.- ele segura minha cintura com brutalidade, minhas mãos tremem e as lágrimas se acumulam com mais rapidez em meus olhos ofuscando a minha visão.
Não grita... Não chora! - ele rasga minha camisa, meus pensamentos se embaralham, começo a sentir os sintomas naturais do medo: batimentos cardíacos acelerados, pressão no peito, boca seca, nó na garganta, dificuldade de respirar. Ele coloca as duas mãos sobre os dois lados da minha cabeça e se inclina sobre mim.
Seja corajosa... - ele sussurrou. - Sei que você é forte.
Seus olhos são a última coisa que eu vejo...

  Quando eu me levanto da cama me sinto suja, vou ao banheiro, lavo meu rosto, abro os olhos e pela primeira vez encaro abertamente meu reflexo, meu ritmo cardíaco acelera quando vejo as marcas em meu corpo. Volto para o quarto ele dorme pesado saio o mais rápido do cômodo e vou em direção a cozinha pego a maior faca do faqueiro e ando até a porta do quarto dele - respiro fundo -minhas mãos tremem tenho que ter coragem penso no que ele tem feito comigo, vou até ele que continua a dormir sem peso na consciência, um monstro sem escrúpulos. Encosto a ponta da faca em seu peito e a empurro até a lâmina se afundar por inteira, ele abre os olhos assustado eu me afasto, ele cai da cama e tenta de algum modo me alcançar mais a vida sai do seu corpo.
  
 Olho seu corpo caído sem vida, saio do quarto e procuro por algum casaco grande, pego todo o dinheiro que tinha na casa o que não era muito apenas 800 pratas, pego as chaves do carro dele e vou até a porta da frente, que está trancada, procuro a chave no molho que tem várias por sinal. 
Depois que eu saio, e olho pra casa vou até o carro indo embora dali o mais rápido possível.

   Assim que saio do chuveiro alguém bate na porta. Meu coração dispara.
— Quem é? 
— Limpeza senhora. - ouvir isso faz meu corpo estabilizar qualquer tipo de reação. — Precise que eu arrume o quarto?
— Não, obrigada. - a mulher não responde, visto minha calça jeans e minha blusa branca, calço meu tênis e visto o casaco grande que é a única lembrança que tenho do meu pai. Saio do quarto e vou até o saguão do hotel.
— Com licença? - uma mulher com cabelos cor de ébano se vira na minha direção.
— Posso ajudar? 
— Eu espero que sim, me hospedei ontem a noite e queria saber se tem alguma loja de roupas aqui por perto. - a moça me olha e sorri.
— Sim... Bom não é lá essas coisas, mas deve servir, é um brechó que fica do outro lado da rua.
— Obrigada. - sorrio pra ela que sorriu de volta pra mim. 
 
  Já dentro da loja, procuro por uma calça e uma camiseta, o que não foi difícil de achar, a calça legging é preta e só custa dez pratas e a camiseta é da mesma cor por cinco dólares, pego duas calcinhas e vou até o balcão.
— É só isso? - um cara que com certeza estava levemente chapado perguntou colocando as roupas em uma sacola de papel.
— Só.
— 19 dólares moça. - pego no bolso uma nota de cem e ele devolve o troco juntamente com a sacola. — Tenha um bom dia. 

   Volto para o hotel e peço para a moça da recepção cancelar minha hospedagem, retorno para a estrada. Quando eu sinto que é hora de parar vejo uma lanchonete de estrada o que não é algo que me agrade, mas eu estou com fome. Estacionei o carro e adentrei o estabelecimento que fede a gordura trans, me sento em uma mesa do lado da janela e de frente pra uma televisão.
— Olá. Bem vinda ao Hamburger House, qual o seu pedido minha jovem? - uma mulher de meia idade e de aparência deprimente fala me fazendo parar de olhar para a estrada.
— Um café por favor! - ela anota o meu pedido e saiu.
  Começo a assistir o jornal que passava na televisão pequena do estabelecimento, torcendo para não aparecer uma foto minha ou do Jaspher. A moça volta com o meu café.
— Obrigada! - o café quente me faz acordar, parece que faz anos que não bebo algo assim, deixo o dinheiro encima da mesa e saio, olho meu relógio e já são quase dez horas. 

  Não sei pra onde estou dirigindo só sei que tenho que fugir, fugir de tudo. Talvez eles não façam tanto caso com a morte dele, aquele crápula era um jogador degenerado talvez eles acreditem que foi uma briga ou algo do tipo. Vejo uma placa avisando que cheguei em Los Angeles... Que os anjos me protejam.

Scary Love. 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora