Travessura do destino (Parte 1)

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Narra Matilde
- Matilde! - Daniela (ela me chama se aproximando de mim, juntamente com minha irmã) - É verdade o que os rumores falam?
- É sim... - digo triste
- Calma maninha. - Maria - Tudo vai passar.
- Eu sei. - digo concordando com ela - O problema é que eu tinha a noção de que iria ser rejeitada, mas mesmo assim fui burra o suficiente para tentar entregar minha carta de amor a ele... Não sabia que iria doer tanto.
- Isso não é burrice. - Daniela - Isso se chama de amor.
- O amor é um dos sentimentos mais fortes que podemos experimentar, mas.. Apesar de tudo, temos que saber quando desistir dele. - Maria
- Têm razão. - digo um pouco mais alegre, mas ainda bastante triste - Não é burrice.. É amor verdadeiro.
- MATILDE!! - alguém chama de novo por mim, juntamente com um estrondo enorme vindo da porta - É verdade que você se declarou para aquele traste do Christopher? Apesar de ainda ter a mim?
- Eu já disse que não pertenço a você Miguel.
- Palavras tão frias... Estes últimos 2 anos, sentados ao lado um do outro, não significaram nada pra você? - Miguel
- Não passamos de amigos.
- Não importa! - Miguel - Eu vou-te proteger daquele traste! Eu nunca vou perdoa-lo por te ter rejeitado!
- Sim, sim. - digo, juntamente com as meninas
- Que estão fazendo? Vão para os vossos lugares. - Professor (ele fala e todos o obdecem)
É verdade.. Por mais forte que um amor seja, temos que saber quando desistir.. Eu vou desistir do Christopher.

(...)

- E aí? - Daniela - Vocês já se mudaram para vossa nova casa?
- Já sim. - respondo eu e minha irmã
- Nós vamos passar lá mais tarde. - Daniela
- Vocês não vão lá. É uma autêntica casa ao estilo japonês, dos dias de hoje. - Maria - Eu sinceramente esperava mais.
- Aham.. Eu também. - digo concordando com a minha irmã
- Não se preocupa Matilde. Eu construirei uma casa somente para você! - Miguel
- Não diga bobagem Miguel! - Daniela
- Pela Matilde eu faço tudo! - Miguel
- Você não tem cura. - Daniela (ela fala suspirando e eu e minha irmã rimos)

(...)

- É tão bom viver numa casa novinha, né? - meu pai
- É.. - digo sem ânimo
- É bom sim, mas por vezes esta casa não faz uns barulhos estranhos? - Maria
- Que dizes? Esta casa é muito bem construída. - meu pai - Já tô imaginando o marido de vocês vivendo... (eu e minha irmã o interrompemos muito antes dele acabar)
- Impossível! Nós não vamos arranjar nenhum janro pra você. - eu e minha irmã dizemos, negando com o que ele estava falando
- Vocês estão dizendo que deixaram o vosso pai depois de se casarem? - meu pai - Como podem ter um coração tão frio?
- Não era iss... - Maria (ela é interrompida pela campainha tocando)
- Eu vou. - digo me levantando e indo abrir a porta - Vocês vieram mesmo.
- Viemos inaugurar a casa nova! - Daniela - Oi senhor João. (diz se sentando na frente dele)
- Oi. - Miguel
- Olha se não são a Daniela e o Miguel. - meu pai - Sejam bem-vindos à nossa casa.
- Muitos parabéns por ter conseguido terminar a sua casa. - Daniela (diz e colação uma caixa de pastéis na mesa)
- Obrigado. - meu pai
- Vamos comer! - Miguel (fala e todos nós começamos a nos servir)

(...)

- Tô cheia. - digo colocando minhas mãos no meu estômago
- A quem o dizes. - Daniela e Maria (pelos vistos elas também estão cheias, pois colocam suas mãos nos seus estômagos)
- Na verdade o Miguel veio pra te consolar pelo ocorrido mais cedo. - Daniela (ela sossurra pra mim)
- Tens de admitir.. Ele está completamente caidinho por você. - Maria (fala e logo sua atenção passa para seu copo de suco)
- Algo errado? - pergunto sem entender o porquê de tanta atenção naquele copo
- Esse suco tá meio inclinado. - Maria
- De que você tá falando?
- Quer dizer que a casa tá inclinada? - Daniela
- Não tem como. - digo me rindo, juntamente com a Daniela
- De qualquer forma, esqueça o Christopher, tá? - Daniela (ela fala e de repente o Miguel se levanta, com uma expressão de muita raiva)
- Não fale esse nome de novo! - Miguel - Fico alterado só de me lembrar daquele traste. (fala e passa a dar murros e cabeçadas na parede)
- Miguel.. Melhor se acalmar.
- Maldito verme. - Miguel
- Tá tentando fazer com que a gente fique sem casa? - Maria (ela pergunta e de repente a casa começa a tremer)
- O que é isso? - Daniela
- Que tá acontecendo? - Miguel (ele pergunta e a casa começa desmoronando)
- Aaaaaa! - eu e as meninas gritamos
- Vamos sair daqui Matilde. - Miguel (ele fala me puxando)
- Esta casa foi bem construída. Impossível desmoronar. - meu pai
- Que tá fazendo? Depressa! - Maria (fala puxando nosso pai)
- Maria, rápido! - Daniela
- Que se passou? - Maria (ela pergunta, quando nosso pai se solta dela)
- Tenho de ir buscar sua mãe! - meu pai (diz e vai para dentro de casa, que acaba por desmoronar por completo)
- Pai? - eu e minha irmã dizemos, mas não conseguimos obter resposta, então, aflitas, começamos a chamar por ele. - Pai! Pai! (nós até tentamos entrar na casa, mas somos impedidas pelo Miguel e pela Daniela que nos agarram)

(...)

No dia seguinte...
Devem estar a perguntar o que aconteceu com o meu pai, não é mesmo? Bem.. Ele está bem, foi resgatado sem nenhum arranhão. Pelos vistos, quando ele foi buscar a foto de minha mãe, teve tempo de se colocar em baixo da mesa, acabando por se salvar. Isso foi um enorme alívio pra mim e para a Maria.. Estávamos com bastante medo que lhe tivesse acontecido alguma coisa.
- Sabem onde agora vão morar? - Daniela
- Vamos morar em casa de um amigo do nosso pai.
- Sério? Sabem quem é? - Daniela
- Não. - Maria (ela acaba de responder e alguém tira foto a ela e a mim)
- Aa.. Tô vendo que ficaram famosas. - Daniela
- Não é de admirar. - digo sem estar surpreendida com o que acabou de acontecer - Depois de aparecer-mos nas notícias, viramos as fofocas.

(...)

- Por favor! Ajudem estas pobres meninas. - Miguel (fala a partir de um autofalante) - No dia passado sua casa desmoronou e agora não tem nada.
- Q..Que ele tá fazendo? - eu e minha irmã perguntamos chocadas
- Uma pequena quantidade de dinheiro, pode salvar estás meninas! - Miguel (ela fala e olha para nós) - Oh! Elas chegaram! (diz e toda a gente começa olhando para nós)
- O que é que estás fazendo Miguel?
- A arranjar dinheiro para vos ajudar. - Miguel (diz e olha para o lado, vendo os irmãos Vélez passar) - Ei! Vocês! (ele fala, chamando a atenção dos irmãos)
- Tá falando connosco? - Christopher
- Exatamente. - Miguel - Não vão ajudar estás pobres raparigas, quando agora estão sofrendo? Tudo por vossa culpa!
- Estás insinuando que nós causamos o terramoto de nível 2? - Christopher e Zabdiel
- Isso mesmo. - Miguel
- Tudo bem. Você quer que ajude, não é mesmo? - Christopher (ele fala tirando dinheiro de sua carteira e seu irmão faz o mesmo) - Isto chega?
- Tá bom. - Miguel (ele responde, mas quando eles iriam pôr o dinheiro na caixa, minha irmã os impede, surpreendendo a mim e aos demais)
- Quem pensam que são? Fazendo de mim e da minha irmã palermas! - Maria - Não precisamos da vossa ajuda para nada!
- Tens certeza disso? - Zabdiel
- Óbvio que tenho. - Maria - Não há qualquer motivo pra vocês cuidarem de nós. Não nos tratem como se fossemos tontas!
No fim de falar isso, ela sorri, o que me faz sorrir também, pois, por mais difícil de acreditar, ela tem uma quedinha pelo Zabdiel e conseguiu o enfrentar sem nenhuma dificuldade.

(...)

Bem.. Neste momento, eu me encontro, juntamente com a minha irmã e o meu pai, em um táxi, em direção à "nossa nova casa". Eu só espero que este dia acabe bem...



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