Jeon Taehyung — Vilarejo de Yrasan
Castelo da realeza.Taehyung enfaixava pela última vez o punho direito. Seu olho, desinchava consideravelmente e já conseguira abri-lo com facilidade. A chuva caía, como de comum para a época do ano, as chamas dos castiçais queimavam, e os corredores de pedra do castelo pareciam tão claustrofóbicos como o usual. Mas alguma coisa naquela manhã estava diferente.
Franziu o cenho ao escutar duas vozes vindas da ala principal do castelo, lugar usual aonde o quarto principal, do rei e rainha ficavam. A curiosidade, sem duvidas falava mais alto do que seu bom senso e o senso já perdido da autopreservação. Teve cuidado ao pisar no corredor próximo, as botas, leves e os pés pisando com cautela.
As vozes agora estavam mais altas, ecoavam pelas pedras amarronzadas e um vento levemente gélido apagou uma das lamparinas ao lado de Taehyung, que recostou rapidamente numa das paredes, de forma a não conseguir claramente observar de quem eram as vozes, mas conseguia ouvi-las com distinção.
— Temos que continuar procurando-o — A voz feminina e irreconhecível fez Taehyung franzir o cenho.
— Não dá! — A voz masculina soou mais alta que a anterior e escutou-a ser rapidamente e brutamente calada pela outra pessoa — Ele já passou dos nossos limites, cruzou a floresta e provavelmente está em outro vilarejo — O resto da frase fora dita num tom mais baixo, Taehyung franziu novamente as sobrancelhas e pôs as mãos na parede do corredor se movendo para o lado para escuta-los melhor.
Quem eram e de quem falavam?
A chuva caía e fazia um barulho ainda mais alto, o que o dificultava na tarefa de ser furtivo o suficiente e reconhecer ambas as vozes.
— Então mandaremos soldados.
— Como mandará soldados pelas costas do rei, huh? — Jeon entreabriu os lábios com a citação de seu pai. A voz masculina parecia mais apreensiva e grosseira. Pareciam possuir certa intimidade, o que não era comum entre os gêneros.
— Então mandaremos infiltrados para todos os vilarejos próximos. Gunguk, Trysian, mandaremos para todos e os investigaremos de cima a baixo, acharemos o príncipe, e com sorte conseguimos mata-lo antes que volte.
Taehyung ofegou com a menção de seu irmão e rapidamente cobriu os lábios com a palma grande e machucada.
— Escutou isso? — Escutou o sussurro da voz masculina e automaticamente grudou-se novamente à parede de tijolos de pedra. Ouviu o eco dos sapatos pesados andarem até próximo o suficiente da intercessão na qual Taehyung se encontrava. Aparentemente tinha chego perto o suficiente para que o mais jovem sentisse um cheiro fresco de ameixas, um cheiro amargo e predominante.
— Deve ter sido a ventania, de certo — A voz feminina sussurrou de volta e Taehyung logo escutou os passos se afastando mais uma vez, finalmente conseguindo soltar o ar dos pulmões, ainda sentindo o coração batendo forte abaixo das costelas — Agora escute-me, leve isso para longe, por hoje já foi o suficiente.
— Como Hansol está?
— Nada bem, acabei de checa-lo, já foi o suficiente no jantar de ontem e repetiremos depois.
— O suficiente no jantar? — Taehyung indagou para si num sussurro quase inaudível enquanto escutava os passos se distanciando mais uma vez. Assim que perdido em pensamentos escutou as botas pesadas pararem no caminho. Segurou o ímpeto de olhar o corredor em questão e esperou escuta-los desaparecer de vez.
Quem quer que fossem, eram pessoas perigosas infiltradas em seu próprio castelo, e de certo não desejando o melhor para si e sua família. Mentalmente repetiu todas as informações que conseguiu absorver do colóquio: Procuravam por seu irmão, desejavam mata-lo e citaram seu pai, Hansol, como alguém que não se sentia disposto.
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As Terras do Trigo ✹ Jikook
RomanceHá muito tempo, terras distantes enfrentavam a grande praga da época: Bruxas. Donas de cabelos alaranjados, levando a cor do tinhoso consigo, acatavam as ordens de seu criador. Eram agentes do caos. Era assim que a lenda dizia. Caçado desde jovem p...