VINTE SETE

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*Kayla p.o.v.*

Abri os olhos e senti dor em todo meu corpo. Tinha um enorme peso nas minhas costas e eu sabia que estava com Luna agarrada ao meu corpo. Fiz um pouco de força e joguei seja lá o que estava em cima de mim para o lado.

Ouvi Luna resmungar algo e me agarrar ainda mais, o que me fez sorrir.

-- ei, princesa? -- eu passei a mão no rosto dela. Ela abriu os belos pares de castanhos e me agarrou pelo pescoço. -- shhh, eu não vou te soltar, meu amor.

-- mamãe, eu fiquei com medo. -- ela falou.

-- não precisa ter medo, a mamãe vai sempre salvar você. -- eu beijei a cabeça dela e fiz força para me levantar com ela em meus braços.

Respirei fundo e fiquei parada por um tempo apenas olhando ao redor. Senti um dor na panturrilha e olhei para baixo, vendo uma tira de metal atravessado.

Respirei fundo e ignorei a dor.

Andei por algum tempo até eu descobrir que estávamos em uma pequena ilha.

Maravilha, tínhamos que estar na merda de uma ilha.

Tem como ser mais irônico?

-- mamãe?

-- sim, meu amor?

-- cadê o tio Barry? -- eu mordi meu lábio.

-- eu não sei. Luna, você pode ficar um pouco aqui quietinha enquanto eu procuro por ele e por comida?

-- tudo bem, mas tem que prometer que vai voltar. -- ela ergueu seu mindinho e eu enlacei o meu ao redor do dela.

-- eu prometo que vou voltar meu amor. Eu sempre vou voltar. -- eu beijei a cabeça dela. -- não sai daqui, tudo bem?

-- tá bom... -- eu a coloquei no chão e a vi sentar em uma das poltronas que antes estavam no submarino mas que agora se encontravam espalhados pela areia.

Rodei boa parte da ilha até chegar em uma montanha, tive que subir nela até enfim achar Barry. Ele está no topo de uma árvore e eu só me perguntava como pitangas ele chegou lá.

Desci toda a montanha e fui até a árvore, tirei Barry de lá com cuidado e dificuldade e o levei até onde Luna estava.

-- o que aconteceu com o tio Barry? -- Luna perguntou olhando o mesmo desacordado.

-- eu não sei meu amor. -- dei alguns tapas na cara dele mais nada. Suspirei, fiz uma arminha com minha mão, vi a eletricidade passar por meu dedo e então o encostei no peito de Barry, passei uma corrente elétrica pra ele e ele sentou em um pulo assustado e falando em mandarim. -- ei, ei, ei, vai com calma amigão! -- falei e ele me olhou assustado e depois suspirou aliviado.

-- Mack, eu tive pro-BLemas de eNErgia e não es-estava te encontran-do, então subi na árVOre para tentar te a-achar, ma-mas minha eNErgia acabou e eu apaguei.

-- relaxa. Tem como nos comunicar com os McGuy?

-- não. Aqui não te-tem sinAL. Estou tEndo faLHAs. -- eu tentei não rir do jeito engraçado que ele falava.

-- está tudo bem, irmão. Eu vou dar um jeito. -- ele assentiu. Olhei minha filha e a vi bocejar. -- meu amor, eu preciso que você feche seus olhinhos, okay?

-- para que, mamãe?

-- vou pedir pro tio Barry fazer uma coisa. -- ela assentiu e fechou os olhos colocando as mãozinhas na frente. -- puxe a tira. -- eu falei e vi o mesmo assentir.

Ele puxou a tira e eu mordi meu lábio para reprimir o som que escaparia pela dor. Peguei um pano que eu achei e enrolei no local da ferida. Fui até minha filha e ela abriu os olhinhos sorrindo fraco.

-- a mamãe vai procurar por comida agora. Fique com tio Barry, okay?

-- tá bom mamãe. -- ela me abraçou e eu sorri. Beijei a cabeça dela e sai andando, não antes de dar uma carga elétrica em Barry.

Depois de dar mais uns 'rolê' pela ilha achei alguns cachos de bananas, alguns cocos e amoras, peguei um pouco de cada e levei para minha filha.

Coloquei todas as frutas em um banco e fui até Luna, mexi nos cabelos da pequena adormecida e beijei sua testa. Ela despertou e sorriu pulando em meu pescoço.

-- você voltou! -- ela falou e eu sorri.

-- eu não vou mais sair de perto, meu amor. -- beijei a cabeça dela. -- a mamãe trouxe frutinhas, vem comer.

-- tá bom. -- eu a coloquei no chão e ela foi comer as bananas.

Engraçado foi que ela foi direto nas bananas, nem olhou as amoras ou os cocos, sua concentração estava toda voltada às bananas.

Completamente igual a Camila.

Juntei alguns galhos e folhas para fazer uma fogueira para mais tarde e coloquei tudo perto das poltronas.

Sentei ao lado de Barry e fiquei olhando o céu que escurecia aos poucos.

Ótimo, por quanto tempo vamos ficar aqui? 

My Heroine Came BackOnde histórias criam vida. Descubra agora