Capítulo 1

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• Derek Narrando

4 ANOS DEPOIS

Finalmente, o último ano do ensino médio! Não vejo a hora de ir pra faculdade e sair de casa. Desde que meus pais se separaram, ano passado, minha mãe ficou um porre. Sempre pegando no meu pé e reclamando de tudo que eu faço. Terminei meu café da manhã correndo, pra não ficar ouvindo ela.

Peguei meu carro e buzinei, esperando Alice, pra irmos pra escola. Ela que de uns tempos pra cá também andava bem reclamona.

— CARAMBA! Você demorou. Eu já tava quase indo bater na sua porta, pra te puxar pela orelha. — Entrou bufando, jogando a mochila pro banco de trás e depois puxando o cinto de segurança com tanta força, que ele travou antes dela conseguir fecha-lo, sendo obrigada a repetir o processo com mais calma pra ter sucesso. Aquilo me fez rir.

— Sério, você precisa relaxar, baixinha. Estamos dentro do horário. Fica calminha aí. — Brinquei, ligando o carro e saindo com ele.

— É, mas você sabe que eu gosto de chegar antes, pra pegar o lugar na frente. — Justificou, impaciente.

— Eu sei. E está tudo sob controle. Se alguém sentar no seu lugar precioso, eu chuto a bunda do abusado pra você, beleza? — Ela tentou segurar o riso, mas eu consegui ver ele tentando brotar, mesmo que ela ainda estivesse de braços cruzados. — Hum, olha só! Parece que ela ainda tem senso de humor, dentro dela! — Finalmente, ela riu frouxo e deu um tapinha no meu ombro.

— Acho bom, mesmo. Eu vou cobrar seus serviços de valentão, se eu precisar. — Foi a vez dela brincar.

Apesar de sermos melhores amigos, não tínhamos os mesmo convívio social, na escola. Eu era atleta e popular entre os outros alunos, além de sempre ser convidado para as festas.

Alice já era o oposto. Ela era reservada. Conversava só com uma garota, também muito tímida. Não se dava com ninguém da escola e odiava festas. Mesmo que eu tentasse arrastar ela comigo pra algumas, ela nunca ia.

Ela também só andava com blusas e casacos muito números maiores que o dela. Eu arrisco dizer que as roupas delas cabem em mim. Alice também não abre mão do seu rabo de cavalo desastrado, como se tivesse medo que as pessoas descobrissem que o cabelo dela é lindo.

Ela só não era tão invisível quanto gostaria, porque todo mundo sabia que ela era minha melhor amiga. Isso fazia dela um para-raio de vadias, em busca de dicas de como se aproximar de mim. E ela nunca ajudava nenhuma das garotas, é claro.

Na verdade, ela adorava queimar meu filme, dizendo mentiras absurdas pra afasta-las. Como da vez, que ela disse pra uma gostosa, que mesmo sendo dois anos mais velha, estava interessada em mim, que eu tinha um hábito de comer meleca, quando ninguém tava vendo. Nunca vou perdoar essa baixinha por isso.

Chegamos na escola e ela não teve problemas em encontrar seu lugar favorito na sala, vazio. Eu já tinha deixado avisado, algumas vezes, que aquele lugar era dela. Não sei como ela gostava tanto de sentar na frente. Eu sempre sentei no fundo, ficando o mais afastado dos professores, possível.

Meus amigos já estavam lá, falando de mulher e os seus planos para o fim de semana. Brandon era o meu melhor amigo e o único que era quase tão bom quanto eu no basquete.

— Cara, a Suzanne é espetacular. Eu faria tudo pra conseguir só uma chance com ela. — Comentou, quando a garota em questão entrou e sentou no meio das amiguinhas dela. Ela era realmente muito gata.

A morena virou na nossa direção e sorriu pra mim, me dando um tchauzinho, acompanhado de um sorriso malicioso. — O que foi isso?! — Brandon,
perguntou com um choque exagerado.

— No último sábado ela me convidou pra casa dela, que por acaso estava vazia e bom... Aproveitamos bem o momento, se é que me entende. — Sorri com as lembranças, sem precisar dar detalhes pra ele entender.

— Isso é muito injusto. Você vai ficar com todas?! Deixa algumas pra gente, seu filho da puta. — Recebi um soco no braço que me desequilibrou um pouco na cadeira, mas não chegou a doer.

— O que eu posso fazer se elas preferem a mim? — Me gabei, dando risada e ouvi alguns xingamentos dos caras, que não pareciam achar graça da situação.

— Bom dia e silêncio, por favor. Vamos começar a aula. — O professor entrou silenciando a turma.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaOnde histórias criam vida. Descubra agora