Capítulo 22

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• Derek Narrando

Depois do jantar de ontem com os Stones, eu podia sentir como Alice estava bem mais segura, em relação a nós dois.

No entanto, não contamos nada, para os seus pais. Eu gostaria de ter falado com eles, mas como ela não pareceu à vontade e disfarçou, fingindo que nadar mudou, eu entrei na dela e não a tratei diferente, na frente deles. Conversaria sobre isso com ela, depois.

Não precisávamos ficar escondidos. Podemos muito bem assumir o nosso relacionamento, pra todo mundo. E eu acho muito bom, que façamos isso, pois eu não quero ver mais nenhum outro maldito, abordando-a, como se ela fosse solteira.

Acredito que ela já deve ter falado para a Ester.
E imagino que Brandon deve suspeitar.

Por falar nele, preciso encontrá-lo. Quero saber onde ele estava, quando o Greg conseguiu uma oportunidade de convidar a Alice.

Eu já nem sinto mais tanta raiva da situação. Se não fosse isso, talvez Alice ainda estivesse pensando, que nosso envolvimento era sem importância.

Graças ao Greg, agora ela sabe que somos sério. Muito sério. O relacionamento sério, que eu tanto evitei, mas que com ela, eu estava fazendo questão de ter.

Ganhei um beijo rápido essa manhã, antes de ligar o carro e virmos pra escola. Um gesto simples, mas que me deixou sorrindo o caminho todo.

Então é assim que ficamos quando estamos apaixonados? Sorrindo feito bobo?

O efeito que ela criou sobre mim é único e indescritível. Ela desperta o meu lado mais sereno e também o mais selvagem.

Chegando no colégio, nós caminhamos juntos até a entrada, com os ombros dela embaixo do meu braço e o dela envolto na minha cintura.

Nós já tínhamos esse hábito de andar assim, mas era apenas um sinal de carinho, entre amigos. Agora, no entanto, eu tinha a intenção de mostrar a todos, com essa atitude, que ela estava comigo.

Assim que começamos a subir as escadas, avistei Brandon e Ester, chegando juntos pelo portão. Parei, antes de terminar os degraus e Alice estranhou.

— O que foi? — Ela procurou o que eu estava olhando e não demorou a encontrar. — Ester e Brandon?!

Ela se surpreendeu, mas eu nem dei atenção ao fato deles estarem juntos. Meu foco agora era o Brandon, apenas.

Assim que ele me viu, deixei claro na minha feição, que eu não estava feliz e aos poucos ele diminuiu a velocidade dos seus passos, até parar.

Ester tentou puxa-lo, pra continuarem andando, mas os olhos de Brandon estavam fixos no meu. Como ele não fez menção de se mover, desci as escadas e me aproximei dele.

— Ei! Não vem arrumar confusão. — Escutei a voz raivosa da ruiva, mas ignorei. Meu assunto não era com ela.

— Que confusão, amiga? Do que você tá falando? — Alice falou atrás de mim e só então percebi que ela me acompanhou até ali.

— Vão pra sala, meninas. Eu preciso conversar com ele. — Falei pra elas, mas ainda mantendo meus olhos cravados nos dele, que continuou quieto.

— Eu não vou. Se você resolver socar ele, vou estar aqui de testemunha, pra você tomar mais uma suspensão! — Ester conseguiu roubar minha atenção e olhei pra sardenta, notando como a criatura já estava vermelha e de cara fechada.

O que foi que eu perdi, aqui?
Fico fora um dia e agora ela é do tipo que se importa com um atleta popular?

— Ele não vai socar ninguém, Ester! Você ficou doida? — Alice se colocou na minha frente, como se eu precisasse de sua proteção.

Se eu não estivesse tão irritado, tinha rindo da cena. A cabeça dela batia na altura do meu peito e eu a escondia só com o tamanho do meu corpo. Ela achava mesmo que poderia me manter seguro, dessa forma?

— Será mesmo que não? Porque o Brandon acha que vai. — A ruiva cruzou os braços e Alice me olhou por cima do ombro.

— Ele não vai. Não é? — Ela me fitava com aqueles olhos azuis e eu quis muito beija-lá.

— Não, eu não vou socar ninguém. Como eu já disse, eu só vou conversar com ele. — Olhei de novo pra Ester e ela ainda parecia desconfiada.

— Ótimo. — Alice sorriu e voltou a olhar pra sua amiga. — Viu só? Eles são amigos, está tudo bem. Agora vamos. Deixa eles conversarem.

Ester deu mais uma olhada para o Loiro, ao seu lado buscando uma confirmação silenciosa e recebeu dele um sorriso torto com uma piscada de olho, como resposta.

— Eu vou ficar bem, ruivinha.— Brandon enfatizou, tranquilizando a fera.

Apesar de continuar séria, ela aceitou com um aceno e se deixou ser levada por Alice.
Enquanto passavam por mim, ela ainda me fuzilou com o seu olhar castanho.

Esperei as duas se afastarem e soltei uma risada abafada.

— Eu não sabia que você tinha arrumado uma guarda costas. — Zombei.

— É, descobri agora. — Riu junto comigo, aliviando o clima. — Você também parece ter uma boa segurança, te acompanhando. — Provocou, mas eu não quis esticar a brincadeira e desfiz meu sorriso.

— O que aconteceu, ontem? — Seu sorriso também desmanchou, quando o assunto, enfim começou. — Como você deixou que Greg se aproximasse da Alice? Eu pedi pra você tomar conta dela, apenas por um único e fodido dia.

Eu senti a raiva e decepção voltando, mas mantive o controle. Ele respirou fundo antes de começar a falar, talvez buscando a melhor maneira de se explicar.

— Eu sei que errei. Mas eu só a deixei sozinha por um segundo, cara. Eu juro que eu fiquei atrás delas, o tempo inteiro. Eu até sentei lá na frente, pra não correr o risco de alguém mandar um bilhetinho pra ela ou algo parecido.

Ele fez uma careta de desagrado, lembrando de algo e continuou — Mas na hora do intervalo, a Melissa pediu pra falar comigo e você tinha razão... ela ficou mesmo com ciúmes da Ester.

Brandon balançou a cabeça loira em reprovação à atitude dela, mas eu sorri com a notícia. — E foi só nesse momento, que eu me afastei das meninas. Greg se aproveitou dessa brecha. — Justificou.

— Isso é ótimo. — Botei minha mão no seu ombro e ele franziu o cenho, confuso com a minha reação. — Se Alice tivesse ido ao encontro com o Greg, aí sim, teríamos problemas. Mas ela não foi. — Ponderei. — Então, estamos bem.

Dava pra ver nos seus olhos a incredulidade e então seu sorriso se abriu e ele colocou o braço no meu ombro, também.

— Eu não vou mais falhar contigo. — Garantiu e eu assenti.

Sempre pude contar com ele e eu não ia perder a confiança no cara, por uma coisa pequena.
É difícil encontrar bons amigos, como ele.

— Muito bom. Porque o nosso plano continua de pé. Principalmente agora, sabendo que Melissa já demonstrou estar incomodada. — Sorri satisfeito e nos soltamos.

— Sendo sincero, eu sei que topei fazer parte do seu plano, mas... — Ele deu de ombros. — Eu acho que estou gostando mesmo da ruivinha. — Concluiu, e eu podia jurar que ele estava tímido por assumir aquilo.

Ergui uma sobrancelha e sorri pra ele.
— Melhor ainda, meu amigo. É muito bom que você esteja gostando. Porque vamos passar a sentar lá na frente, todos os dias, bem atrás delas.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaOnde histórias criam vida. Descubra agora