• Ester Narrando
Foi a minha irmã quem me trouxe pra essa boate, depois de me ver socando o meu travesseiro de tanta raiva que eu estava do Brandon. Minha vontade era de socar a cara dele.
Pra falar a verdade a minha raiva não era dele, exatamente. Era mais de mim, por ter correspondido aquele maldito beijo.
Eu já vi minha mãe e minha irmã sofrerem por homens como ele. Homens mulherengos, que veem as mulheres como objetos. E eu não ia ser como elas.
Precisei mandar uma mensagem avisando que eu estava com ele e minha irmã me respondeu no mesmo minuto.
Se tiver problemas, me liga!
Não achei necessário respondê-la, então fui até o contato da Alice e refleti por um segundo, se devia ou não falar sobre o Derek estar naquele lugar, enquanto ela está fora da cidade.
Ele tinha certa razão, quando me pediu pra eu não fazer isso. A informação poderia deixá-la preocupada e estragar o evento pra ela, que poderia estar sendo divertido.
Derek garantiu que contaria tudo, quando ela voltasse e eu dei um voto de confiança pra ele, apesar de estar bem irritada com a forma que ele falou comigo.
Mas se ele não contar até segunda, eu conto. E foda-se se ele não gostar.
Bloqueei o celular e voltei a subir o meu olhar pra encontrá-los, pois eles tinham se afastado pra falarem algo que eu não podia ouvir.
Ridículos.
Mas não avistei a dupla de idiotas ali. Agora tinha apenas um e ele estava caminhando de volta.
— Cadê o Derek? — Brandon parou na minha frente, quase encostando em mim, que estava sentada no capô do seu carro e olhou para minhas pernas, que tremiam, arrepiadas pelo frio.
Usar as roupas sexy da minha irmã talvez fosse me custar um resfriado.
— Ele quis voltar andando. Precisava de um tempo sozinho. — Subiu o olhar para os meus olhos. — Por que você ignorou as minhas mensagens? — O tom da sua voz não escondeu sua irritação com aquilo.
— Por que? — Soltei um riso sem humor. — Porque eu não quero falar com você! — Me exaltei. — Você me agarrou! — Empurrei o peito dele, mas ele pouco se moveu.
— É... mas você correspondeu. E acho que no final, era você quem estava me agarrando. — Ele deu um sorrisinho provocativo.
Que ódio.
— Isso não vai acontecer de novo! — Desci do capô e o movimento aproximou nossos corpos e Brandon aproveitou pra segurar o meu rosto entre suas mãos.
O susto de ter a sua pele na minha outra vez, me fez paralisar por um momento. — Não faz isso. — Sussurrei, vendo olhos dele sobre a minha boca. Mas o meu pedido foi ignorado.
Brandon invadiu a minha boca pela segunda vez e novamente tentei afasta-lo, mas ele sugou meu lábio inferior e isso me deixou ainda mais irritada.
Quando segurei o seu maxilar, ele sorriu em meio ao beijo e eu sorri também, fingindo estar tudo bem, até que mordi sua boca. E mordi com força suficiente pra fazê-lo urrar de dor e me empurrar contra o capô.
Talvez eu seja um tanto sádica, pois eu ri muito alto da sua desgraça, enquanto o assistia segurar o lábio, me olhando com raiva. — Sua demônia!
Mas quando eu segui o seu olhar direcionado pra sua mão e vi o sangue a sujando, eu arregalei os olhos, pois eu não tinha a intenção de machuca-lo tanto assim.
— Aí, meu Deus! Desculpa. Não era pra ser tão forte. — Me aproximei, mas ele deu um passo pra trás. — Deixa eu ver! — Reclamei.
— Não. Não foi você. Minha boca já estava ferida antes. Você só piorou o machucado. — Falou irritado, lambendo o resto de sangue do seu lábio.
Quando o entendimento me atingiu, a minha preocupação com ele evaporou. — Bem feito, então. Deve ter agarrado outra e ela fez o mesmo que eu. — Cruzei os braços irritada por saber que ele me levou saliva de outra pessoa.
Homens são nojentos.
— Isso foi resultado de um soco do Derek e não uma mordida de uma gatinha arisca. — Sorriu, mas eu não vi nenhuma graça. Não era a primeira vez que o Derek lhe socava o rosto.
— Você está de brincadeira? — Falei mais alto dessa vez. — Por que você é amigo de alguém que te bate e que ainda trai a namorada? — Eu balançava a cabeça, sem entender.
— Pra começo de conversa ele não traiu ninguém. Eu quem insisti pra ele vir. Derek só tem olhos pra Alice. Mas ele precisava se divertir um pouco... E sobre o soco, fica tranquila. Ele apanhou bem mais que eu. — Riu sozinho, pois eu continuava não vendo nada de engraçado.
— Não foi uma briga. Foi uma luta. A gente tava treinando Muay Thai, hoje de manhã. — Deu de ombros, como se fosse uma justificativa simples. — Coisa de homem.
Ri com deboche ouvindo aquilo. — Homens são mesmo uma raça bem estúpida. — Provoquei, mas ele continuou achando graça e eu estava começando a achar que eu era alguma piada pra ele.
— Eu concordo, ruivinha. Mas as mulheres também podem ser bem estúpidas, às vezes. — Dessa vez ele tentou segurar o riso e eu arqueei uma sobrancelha pra sútil troca de ofensa.
— Eu vou me arrepender se eu pedir um exemplo da tal estupidez feminina? — Questionei sem muita paciência, mas um tanto curiosa.
— Bom, apesar da noite estar fria, pra se sentir bonita, você veio usando uma roupa que não te aquece. — Ele apontou um fato tão verdadeiro, que eu não soube como rebater.
— Anda, entra no carro. Ele está quente. Eu te levo pra casa. — Ele pegou a chave do carro no bolso e destravou o veículo, entrando em seguida.
Eu respirei fundo e também entrei. Quem eu estava querendo enganar? Infelizmente, eu já estava atraída por esse cara, que a cada momento se mostrava menos babaca. Ele era quase legal.
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Jogo do Amor - Uma amizade que se transforma
Teen Fiction• 1° Lugar na Categoria #RomanceAdolescente • 1° Lugar na Categoria #AmorJuvenil • 1° Lugar na Categoria #LeituraJuvenil • 1° Lugar na Categoria #Desafio Este é o Livro 1 de 2 Uma aposta entre colegas de turma, pode botar em risco uma amizade de an...