Capítulo 19

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• Ester Narrando

— Derek?! — Ouvi a voz surpresa do Brandon, atrás de mim.

Procurei e logo achei a figura. Derek estava encostado no carro dele, de modo relaxado e sorria abertamente pra nós. Ou melhor: pra Alice.

Ela deu uma rápida travada, quando também o encontrou, mas logo caminhou na direção dele, apressada.

Eu fui atrás, mas só até sentir meu braço sendo pego com firmeza e ser arrastada para o lado. Brandon me puxava, caminhando pra longe do próprio amigo.

O que esse garoto está fazendo?! Ele foi primeiro a ver o Derek.

— Me solta, troglodita! — Tentei freia-lo com o peso do meu corpo, mas não tive sucesso.

Ele só parou de andar e me soltou, quando chegamos ao lado de um carro, que deduzi ser o dele, já que ele tinha insistido que nos daria carona.

Mesmo eu não querendo, Alice aceitou a oferta dele. Mas agora, que ela, com certeza, irá voltar com o seu vizinho, eu vou voltar a pé. Pois não vou entrar nesse carro, com o Brandon, sozinha.

Não mesmo.

— Foi mal, ruivinha. Mas eu tinha que sumir da frente do Derek, antes de tomar outro soco. — Ele puxou a chave e destravou.

— O que? Como assim? Ontem vocês estavam bem. — Não consegui esconder minha curiosidade.

— É, estamos bem. — Ponderou. — Eu acho que estamos. Acontece que eu dei uma vacilada com ele, hoje e não sei qual vai ser a reação dele. O cara anda estressado esses dias. — Compartilhou sua preocupação comigo e essa era a nossa primeira conversa, sem sarcasmos.

— Mas como é possível, você ter vacilado com ele, hoje, se ele nem veio pra escola?

E dizem que as mulheres que são complicadas.

Ele abriu a porta do carona, antes de continuar.
— Ele me pediu um favor e eu disse que faria, mas falhei. — Resumiu, sem dar detalhes. — Entra. Eu te levo em casa.

Eu olhei a porta aberta e depois pra ele. O Loiro me encarava de forma calma. Nos últimos segundos de diálogo, ele não tinha sido tão babaca, quanto costumava ser. E por isso, não meu pareceu ser uma ideia, tão ruim assim, aceitar a carona.

Bufei, sem acreditar, no meu próprio julgamento e vi de relance, o seu sorriso triunfante, enquanto eu passava por ele e entrava no seu maldito carro.

Ele entrou e perguntou o meu endereço. Descobrimos, então, que moramos bem próximos. — Eu posso te dar carona, todos os dias, se quiser. — Ofereceu.

Brandon sendo gentil? Também não soltou nenhuma gracinha, até agora. Que estranho.

— Não precisa se preocupar. Eu sempre voltei a pé. Estou acostumada. Mas agradeço. —Dispensei.

— É caminho pra minha casa, não dá nenhum trabalho. — Insistiu.

Eu respirei fundo, já impaciente com aquele joguinho. — Qual é a sua, Brandon? — Cruzei os braços, encarando seu perfil.

— Como assim? — Ele franziu a testa e soltou um sorriso torto.

—"Como assim", você. Sendo todo legal e gentil. — Reclamei, gesticulando com os braços.

— E isso é ruim? — Ele riu baixo, se divertindo.

— É! Você não é assim. Então eu presumo, que está agindo desse jeito, pra me enrolar. — Estreitei os olhos e ele me deu uma olhada rápida, rindo alto em seguida.

Jogo do Amor - Uma amizade que se transformaOnde histórias criam vida. Descubra agora