Epílogo

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Greyfair, Maio de 1826.


Quase cinco anos se passaram desde que Thomas conhecera o amor. Quase cinco anos se passaram desde que sua vida tomara um rumo para a felicidade, sem volta.


E, sempre que fechava os olhos, ele jurava ser capaz de lembrar daquela noite na mansão de Lorde Kennywood quando a viu pela primeira vez. Quando abordara Callie em um jardim escuro e quando ela o acusou de ser um libertino.


Thomas riu consigo mesmo.


Ainda conseguia lembrar de seu sorriso no formato de coração e do tom mais apaixonante de vermelho. Conseguia sentir seu cheiro de alfazemas. Conseguia lembrar do brilho em seus olhos quando, pouco antes dele lhe beijar, suavemente, ela havia dito sim para ele pela primeira vez.
Conseguia até se lembrar da felicidade em que sentira quando descobriu que Callie, mesmo sendo uma Cooper, tinha o cabelo da cor do mais perfeito mogno e não o acobreado que assombrava aquela família.


Ele riu mais uma vez.


Era certo para todos, nenhuma novidade para quem o conhecesse, que Thomas nunca conseguira ver beleza naquele cabelo ruivo que era a marca genética da família Cooper. Uma mistura do tom mais escuro ao tom mais claro de bronze, mesclado ao loiro e ao castanho-mogno.


Era estranho.


Menos nela.


Nela aquela cor ficava perfeita. Com seus olhos do tom mais impressionante de azul turquesa, com a pele clara e as bochechas rosadas, combinando com o formato perfeito de sua boca pequenina quando se curvava em um coração emburrado.


Papai! — grita ela, enquanto corre em sua direção. O vestido branco com fitas rosas balançando freneticamente, e os cachos acobreados, no mesmo tom de cabelo de seu tio Érico, pulando em seus ombos enquanto ela pisa furiosamente no chão. — Ryan não me deixa brincar com ele!


— Eu disse a ela que isso não é brincadeira de garotas, mas Anne é uma chata teimosa! — Reclama seu filho, seu pequeno herdeiro, do outro lado de seu escritório. — Diga a ela papai... — Sua pequena miniatura pede com as mãos soltas em exasperação, mostrando a Thomas que ele herdara o mau temperamento dos Crawford. — Diga a ela que não pode brincar de Toquete comigo. Diga, papai!


— Ah, mas ela pode. — Thomas pega sua princesa ruiva no colo e ganha o mais doce sorriso acompanhado do beijo mais molhado e doce.


— Mas isso não é jogo para garotas. — reclama Ryan, mais uma vez.


— Sabe quem é o melhor jogador de Toquete de todo o ducado? — pergunta Thomas ao seu filho, colocando Anne no chão e se agachando para ficar mais próximo da altura dos gêmeos.


Ryan, um pouco mais alto que sua irmã nega enquanto a cabeleira ruiva de Anne balança freneticamente com os olhos brilhando em um misto de gracejo e divertimento.

O Duque de Greyfair - Escandalosos IOnde histórias criam vida. Descubra agora