Capítulo 39

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[Mariana]

— Obrigada, Dylan! — sorrio em agradecimento ao meu cunhado após ele me ajudar a colocar minhas malas no carro. Ele apenas assente com a cabeça e vamos em direção ao carro. Marina ia no banco da carona, enquanto eu ia no banco de trás.

O trajeto foi tomado pelo som que tocava músicas aleatórias, porém ótimas. Uma delas foi a de Shawn, Life Of The Party. Eu simplesmente amava aquela música e sempre elogiava Shawn sobre isso.

Após já estarmos em frente à minha casa, desço do carro, pedindo mentalmente para que eu não me encontre com Nash. Não quero discutir e sair de cara emburrada para a viagem. Entro em passos minuciosos e fecho a porta lentamente. Porém, para a minha surpresa, Nash estava acordado, sentado no sofá, com um papel em mãos. Mas a minha surpresa maior foi ver que uma mulher de cabelos loiros meio cacheados nas pontas também estava lá, sentada ao lado de Nash.

— O que é isso? — indago baixo, tentando fazer com que as lágrimas não caiam pelo meu rosto. Nash se levanta, assim como a mulher, e me encara, vindo até a mim.

— Mariana, não pensa nada. Ela é a minha... — não deixo ele terminar e coloco minha mão na frente do seu rosto, impedindo que ele termine a frase.

— Fala sério! Ter ciúmes e achar coisas não verídicas ainda tem explicação. Mas isso... faça-me um favor, Nash! Sai da minha casa. Os dois. — digo alto, apontando para a porta e querendo que as merdas das lágrimas fiquem onde estão.

— Mariana, deixe eu explicar. Não é nada do que você está pensando, não... — ele tenta se explicar.

— Moça, não é nada disso que você está pensando, ok? Estávamos apenas resolvendo sobre... — não deixo a mulher terminar sua frase e grito:

— SAIAM DA MINHA CASA! AGORA! De manhã você pega suas coisas e não volta mais para cá. — grito, sentindo meus olhos arderem. A fraqueza das minhas pernas já estavam por vir, mas eu decidi não deixar isso me abalar, apesar de estar um caco por dentro. Nash me encarou, também com lágrimas nos olhos, que eu tenho certeza que eram falsas, e chamou a mulher, saindo pela porta da minha casa. Minhas mãos começaram a suar, assim como estavam a tremer. Meus olhos estavam cada vez mais úmidos e meu corpo ainda mais frágil. Eu fechei meus olhos fortemente, tentando pensar que aquilo era um pesadelo.

Eu confiei nele! Eu demonstrei meus sentimentos, coisa que as pessoas que me conhecem sabe o quão ruim e complicada eu sou com isso. Eu dei todo o meu amor para ele. E por causa da merda de um ciúmes, ele faz isso. Como eu pude confiar? Parece que eu realmente não conheço as pessoas ao meu redor.

A insegurança me ataca novamente...

Sinto um abraço forte em mim e me derramo ainda mais em lágrimas ao ver que era minha irmã, que era uma das únicas pessoas que eu confiava nesse momento.

(...)

Já nos encontrávamos na cidade em que meus pais se mudaram. Estamos nesse momento arrastando nossas malas para pegar um táxi e ir direto para a casa dos nossos pais.

Marina sugeriu que não fôssemos mais. Eu claramente não estava bem, principalmente mentalmente. Eu não conseguia digerir que o Nash poderia ter feito aquilo. Mas qual o outro motivo que aquela mulher estava lá?

Eu não aceitei a proposta da Marina de cancelar a viagem, pois isso até que ajudaria. Eu poderia conversar com os meus pais e poderia sentir por algum tempo o abraço reconfortante e aconchegante que só eles conseguem dar. Poderia sentir o cheiro da comida maravilhosa da minha mãe, e rir das piadas sem graça do meu pai. Também ouviria Marina reclamar que meus pais estão dando mais atenção a mim... e eu sinto falta da presença deles. Mas sei que teve um motivo.

Ao chegarmos em frente à casa deles, batemos na porta e esperamos. A minha cara inchada, meus olhos ainda um pouco vermelho, pelo o fato de eu ter gastado todo aquele vôo chorando, estava bem visível.

Porém, ao ouvir a porta ser aberta, vi logo minha mãe. Ao nos ver, ela abre o maior sorriso que eu já vi na minha vida. Seus dentes incrivelmente brancos iluminavam-se com a luz, enquanto seus olhos tinham um brilho apenas dela. Não me contive e, assim como Marina, abracei fortemente a mulher que me carregou por 9 meses na barriga.

— Vocês chegaram! — ela exclama feliz, nos abraçando tão forte, que eu achei que meus ossos iam sair do lugar.

— Sim... estávamos com tanta saudade! — Marina exclama, sorrindo.

— Eu também, minhas meninas! Vamos, entrem... — ela diz e eu sorrio, me sentindo realmente em casa. Meu pai sai da cozinha e arregala os olhos ao nos ver. A surpresa é nítida em seu rosto, apesar de ele já estar ciente de que viríamos.

— Finalmente! — sorri largo, enquanto abraça Marina. Logo, eu também estou envolvida em seus braços. Fecho meus olhos, aproveitando o momento.

Eu quero aproveitar ao máximo essa viagem. Esquecer um pouco do que aconteceu vai ser difícil e sei que não vou conseguir, mas focar na minha família e no quanto eles me fazem bem... ah, isso eu vou fazer muito. Aliás, já estou fazendo.

— Que saudades desses abraços! — digo sorrindo, sentindo meus olhos lacrimejarem.

— Também estávamos com saudades das nossas queridas e amadas filhas! Acredita que eu que fiz a comida? Sua mãe me ensinou alguns truques. — meu pai diz, animado. Amo ver eles assim...

(...)

— Seu pai e sua irmã estão assistindo um filme. Vamos também? — minha mãe indaga, vindo até a mim. Rapidamente bloqueio meu celular, já que estava em uma foto minha e do Nash. — O que foi? — indaga. Eu suspiro.

— Eu não vou conseguir esconder da senhora, então... — suspiro mais uma vez, batendo no local do sofá ao meu lado, indicando para ela sentar ali. Ela o faz e então eu começo. — Eu e o Nash brigamos ontem. Por conta de ciúmes de um parceiro de trabalho. E aí eu chorei, mandei ele me deixar em paz e fui para a casa da Marina. Só que aí, eu havia deixado uma mala em casa e precisava buscá-la. E quando eu fui buscar, bem... estava ele e uma mulher loira sentados no sofá. Ali ele não precisou falar o que estavam fazendo ou o que iam fazer. O que ela estaria fazendo lá naquela hora da madrugada? É óbvio que ele estava me traindo. — eu conto toda a história.

— Sério mesmo, Mariana? Vocês estavam tão felizes juntos, um relacionamento de anos e... acaba assim? — ela indaga desacreditada do que eu acabara de contar.

— Infelizmente. Mas eu não pude fazer mais nada além de me amar antes de amar ele e mandá-los embora. Eu também fiquei incrédula e totalmente confusa. Já brigamos tantas vezes, até por coisas mais sérias do que ciúmes, e ele simplesmente me trai, jogando fora todos os anos juntos. Mas se aconteceu isso, era porque não era para dar certo mesmo... — suspiro fundo, encarando minha mãe.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. Eu e seu pai levaremos vocês para a piscina de uma amiga nossa. Ela disse que queria te conhecer. Você pode se distrair lá... — ela diz, me puxando para um abraço, onde ela acariciou meus cabelos, beijando minha testa em seguida. Era esses braços, era esse abraço que eu queria ter sempre...

No rules {2} Onde histórias criam vida. Descubra agora