Capítulo 5

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[Cameron Dallas]

Acabo de chegar na casa dos Mendes. Karen me atende, com um sorriso no rosto.

— O Shawn acabou de sair... foi ao mercado. — ela diz.

— Tudo bem... eu vim mesmo foi falar com a Aali. — digo.

— Ah, tudo bem. Ela está no quarto. Aliás, ela mal tem saído do quarto. Perguntei o que aconteceu, mas ela não me disse. Disse que não era nada. Sabe se aconteceu algo? — indaga.

— Ela acha que eu a trai. — digo, simplesmente, e então percebo o que eu falei, vendo os olhos arregalados de Karen. — Não, mas eu não a trai. Ela apenas acha isso. Nunca faria isso com ela. — digo e Karen suspira aliviada.

— Já ia te mandar embora, garoto... — ela diz e eu rio. — Bem, pode subir... — diz e eu sorrio, assentindo.

Subo as escadas  e bato porta do quarto da Aaliyah, mas não ouço nada. Bato novamente mais forte, avisando que sou eu. É aí que eu não ouço nada mesmo...

— Aaliyah! Abre, por favor. — digo, encostando minha cabeça na porta. Ouço um som de fechadura e logo a porta se abre, revelando uma Aaliyah com um roupão, um pote de sorvete em mãos e olheiras profundas. Inclino minha cabeça para o lado, semicerrando os olhos.

— O que foi? — indaga, rude.

— Posso entrar? — pergunto e ela dá de ombros. Vai até sua cama, se deitando e voltando a assistir a série que passa. — Aaliyah... — chamo. — Olha pra mim, Aali. — digo, chamando pelo o apelido que ela gosta. Ela não me olha, mesmo assim. — Aaliyah, eu vim aqui pra conversar. Se você continuar me ignorando, terei que ir embora e deixar essa conversa em aberto. — digo, me levantando. Vou até a porta, mas a sua voz rouca soa no quarto:

— Podemos... conversar, sim. — ela diz. Me viro e suspiro. Ela se senta na cama e eu sento à sua frente. Pego suas mãos e começo a falar:

— Que história é essa que você acha que eu estou te traindo? — indago. Ela fecha os olhos, suspira, e volta a me encarar.

— Eu vi a mensagem. Uma garota, parecidíssima com a Makena, mandou uma mensagem, eu vi, porque seu celular mostra a mensagem na tela de bloqueio. — ela diz, desviando o olhar. Pego em seu queixo, fazendo com que ela voltasse a me encarar.

— Primeiramente, um relacionamento só dá certo, se haver confiança. Não está tendo entre nós. Bem, você não está tendo confiança em mim. Segundamente, eu nunca te trairia. Sei do meu relacionamento com você e não quero, de maneira alguma, fazer com que você fique mal por minha causa. A Makena é apenas minha amiga.

— E o nome dela com um coração nos seus contatos? — indaga.

— Ela que colocou, quando estávamos conversando no refeitório. — digo.

— E por que ela mandou aquela mensagem? "Não quero problema pra mim". O que isso quer dizer, Cameron? — indaga, rude.

— Isso quer dizer que ela não queria ir para a festa do ex-namorado, com medo de ser barrada na entrada. — digo. Ela arregala os olhos e bate na testa.

— Então eu tive ciúmes, fiz tudo isso, chorei horrores... por nada? — indaga, incrédula consigo mesma.

— Bem... sim. — digo. — Mas eu também fiquei chateado... — completo.

— Por quê? Olha, me desculpa! Eu, quando vi a mensagem, pensei mil coisas. E uma delas foi que você estava me traindo. Acabei não pensando direito, e... — não termina, pois eu a interrompo.

— Eu fiquei chateado por descobrir que você não tem confiança em mim. Uma das coisas que eu mais tenho é confiança em você... Eu tenho plena consciência do que eu faço, tenho plena consciência que eu tenho você como minha namorada. Se isso voltar a acontecer, se essa falta de confiança tornar a acontecer, infelizmente terei que tomar decisões que eu não queria. Não precisa de desconfiança. E, se por um acaso você tiver alguma dúvida se ver alguma mensagem, pode vir me perguntar. É melhor do que acontecer tudo isso, você ficar triste, para não ser nada demais. — falo. Seus olhos começam a marejar, dando início à um choro. — Aaliyah...

— Você tem razão, Cameron! Eu agi errado, sem ao menos conversar com você, saber o que de fato aconteceu. Agi por impulso, não tive confiança e acabei fazendo com que tudo isso acontecesse. Me desculpa, eu errei e quero ter o seu perdão. Já vi vocês conversando tanto, que achei que ela ou até você, mesmo, queria algo a mais.

— Não, eu não quero, Aali. — me aproximo e ponho uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Nesse momento, ela sorri. — Eu te perdôo, tá? — digo, beijando sua bochecha. — Só não faz mais isso. — completo.

— Eu prometo! — diz convicta, estendendo o dedo midinho. Estendo o meu, entrelaçando-os. — Eu te amo! — sorrio.

— Também te amo! — a puxo para um beijo. Aprofundo o beijo, nos envolvendo ainda mais. Minhas mãos foram direto para a sua cintura, apertando-a. Sorrio e ela me puxa para outro beijo, dessa vez mais apressado.

Com certeza eu não queria e nem teria coragem de acabar com tudo, mas pelo o nosso bem, seria necessário caso ocorresse outra vez. Eu amo a Aali, sempre digo isso a ela. Amo seu jeito bobo e meio doidinho, seu jeito amigável e tímido, mas principalmente, o seu jeito amável. Eu amo essa garota!

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