Capítulo 3

820 38 2
                                    

[Katherine Parker]

Minha professora decidiu que faríamos uma apresentação de dança, com alunos de outras universidades. Esse projeto será para descontrair e mostrar as habilidades que aprendemos durante o ano. Eu, com certeza, fiquei totalmente feliz com a ideia, já que, pelo o visto, as pessoas daqui não são tão sociáveis.

Enfim... hoje chamei a Aali para ir comigo para o primeiro ensaio. Ela disse que estava com preguiça, mas eu implorei tanto, que ela aceitou. Ao chegarmos na universidade, cumprimento umas pessoas que estão na entrada. Vamos até à quadra e lá estão algumas pessoas. Umas fazendo uns passos de danças, outras conversando... Vamos até a arquibancada e ficamos esperando a professora chegar. Enquanto isso, ficamos conversando.

— Espero que isso dê certo... — murmuro.

— Você vai se dar bem. — ela diz, parecendo preocupada.

— Aliás, quero saber quem é minha dupla, já que será feito dessa maneira. Terá apenas três casal na dança e eu espero que não seja um dos ca...

— Eu acho que o Cameron está me traindo! — ela diz, olhando para um ponto fixo.

Arregalo os olhos, a encarando perplexa.

— C-como assim? — pergunto.

— Eu vi uma mensagem de uma garota no celular dele. — ela diz, mexendo nas unhas, parecendo que não queria me encarar.

— Mas como era a mensagem? — indago. — E... você estava mexendo no celular dele? — pergunto.

— Não, o celular dele apita e liga ao receber uma mensagem. Eu estava perto, enquanto ele estava no banheiro. Acabei lendo por curiosidade. — ela diz, passando a mão no rosto. — "Posso ir, mesmo, não é? Não quero problemas para mim". Alguma coisa assim. — Aali dita, mais ou menos, como foi a mensagem. — E, minutos depois, ele disse que iria para uma festa que já tinha me falado a uns dias atrás. Ele tinha me chamado a um tempo, mas eu não aceitei. Nem conheço o dono da festa...

— Amiga... — pego sua mão. — Conversa com ele, tenta entender o que era aquilo. Pode ser que você esteja pensando coisas que não é. Eu conheço o Cameron a anos, sei que ele não faria isso... — digo.

— E se ele mentir? Acha mesmo que ele vai confessar assim... sem mais, nem menos? — indaga, me encarando dessa vez.

— Você viu quem era? — indago.

— Parecia ser a Makena, uma garota que vi ele conversando em frente aqui. Eles conversam as vezes... — ela diz, suspirando e passando a mão no cabelo. — Só que ele não colocou o nome da pessoa. Ele colocou "lindona" e um coração. No meu, nem coração tem. — ela diz, abaixando a cabeça.

— Ei, não fica assim. Por favor... — eu digo, a puxando para um abraço. Afago seus cabelos, enquanto ouço seus soluços, resultantes de um possível choro. Vejo algumas pessoas nos olhando, mas nem dou bola. — Faz assim, olha. — digo, enquanto seguro seu rosto, me desvencilhando de nosso abraço.

— Hum? — ela diz e eu limpo uma lágrima solitária que cai.

— Conversa com ele e, se caso você achar que ele está mentindo, pode conversar comigo. O Cameron seria muito babaca se estivesse fazendo isso mesmo... Aliás, não sei se nossa amizade seria a mesma. Não suporto gente que nem a própria namorada sabe respeitar. — digo. — Se precisar de conselhos, estarei aqui... E, bem, por mais que não sejam tão bons... Darei um jeito de ficarem. — termino minha fala, a puxando novamente para um abraço. — Vamos tomar uma água e limpar esse rosto? — indago, enquanto ela me olha, com tédio. Talvez pelo meu tom de voz, ao qual parecia que eu estava falando com uma criança de cinco anos. Rimos e nos levantamos. Vamos em direção ao banheiro, que é um pouco afastado da quadra.

Ao chegarmos lá, Aali limpa o rosto com água, enquanto insiste para que mais lágrimas não caiam mais. Pego minha toalhinha que eu trouxe para caso eu suasse, mas nem tinha usado, então dou para ela. Eu não consigo acreditar que, possivelmente, o Cameron havia feito isso mesmo.

Voltamos para a quadra, assim que Aali se recompõe. Ao chegarmos lá, a professora ainda não havia chegado.

— Ei, a professora chegará daqui a uns 10 minutos. — uma garota ruiva fala. Assinto e agradeço pela informação.

— Tá melhor? — indago para Aaliyah.

— É, né... — ela diz.

— Se você quiser ir, pode ir. Eu fico aqui e peço pro Shawn me buscar. Ou vou de Uber, ônibus... — digo.

— Não, eu vou ficar. Se eu for pra casa, vou vou encher mais ainda a minha cabeça de coisa.

— Tudo bem... — respondo.

A professora, após um tempo, chega. Olho para a Aali e me levanto, seguindo para a quadra. Ficamos em uma roda, enquanto a professora explica.

— Estamos em número ímpar ou par? — ela indaga, observando a roda.

— Ímpar. — uma garota baixa responde.

— Hum... Vamos ver... Terá que ficar apenas uma pessoa na frente, já que o número é ím... — ela vai terminar de falar, mas ouvimos uma respiração ofegante. Olho para trás e quem eu menos queria ver está ali. Ofegante, suado e parecendo que correu uma maratona.

Ao olhar pra ele, fico totalmente em choque, sem saber o que fazer... Ele está ali, novamente na minha frente, depois de um ano...

Quando ele se aproxima e nossos olhares se encontram, dou um suspiro longo, mordendo o lábio inferior em sinal de nervosismo. Seu olhar se semicerra, como se ele não acreditasse que eu estava ali mesmo. A professora chama sua atenção, pedindo para que ele entre na roda. O mesmo faz, com seu olhar em mim. Faço questão de desviar o olhar e olhar para Aaliyah, que está com os olhos arregalados. Nego com a cabeça e volto minha atenção para a professora.

— Então, já que chegou mais um, o número de pessoas aqui está par, certo?! — todos assentem. — Os ensaios de segunda, terça e quarta serão aqui. Quinta e sexta será lá na universidade de vocês. — se refere aos outros alunos. — com a professora de vocês. Tudo bem?! — assentimos novamente.

Ela explica toda a apresentação, mas, infelizmente, eu não consigo focar em nada do que ela fala. Eu estou totalmente impactada, em choque em vê-lo novamente, por mais que eu tivesse passado o vendo depois do ocorrido.

— Vem você pra cá... — puxa meu braço levemente, me levando até uma posição, justamente na frente do indivíduo que eu não quero citar o nome. — Eu quero três casais. — ela diz, olhando para a gente. — Um no lado direito, outro no esquerdo e mais um no meio. Alguém aqui é namorado de alguém? — indaga. Todos negamos. — Então eu vou escolher os casais.

Ela analisa todos, nos olhando com um olhar semicerrado. Etsou pedindo mentalmente para que ela não me escolha com...

— Vem você e você. — ela puxa uma garota loira e um garoto moreno. — Vocês dois. — puxa mais dois para o lado. — E... — analisa mais uma vez, parando seu olhar em mim. — Você e ele. — aponta para mim e... ah, não!

No rules {2} Onde histórias criam vida. Descubra agora