Capítulo 7

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[Katherine Parker]

1 semana depois...

Aqui estou eu. Com meu corpo muito próximo do garoto que me fez sofrer durante anos. Do garoto que simplesmente não esteve nem aí para os meus sentimentos. E, hoje, eu sou praticamente obrigada a estar perto. Em meio a dança, esses pensamentos não saem da minha cabeça. Acabo, sem intenção, pisando no pé do Taylor. Ele murmura algo inaudível, enquanto eu apenas peço perdão. Continuamos a dança, até que o ensaio acaba.

Vou para a arquibancada e o Taylor vem até a mim.

- Até quando vai ficar assim comigo? - indaga, me olhando. Eu apenas respiro fundo, ignorando-o. - Fala comigo!

- Por que você tá me perguntando isso? Muda alguma coisa você falar comigo ou não? - indago.

- Sim, muda. Assim eu saberei que tenho seu perdão.

- Não, você não tem. - respondo, me levantando.

- Desculpa pelo o que eu e minha irmã te fizemos passar. Não foi intencional, e... - interrompo-o.

- É, não foi intencional. Apenas olhava para a minha cara na escola, ria e debochava. Isso não é intencional, não é mesmo? - digo, indo em direção à saída.

- Tá. Eu era um babaca. - ele diz.

- Era?

- Sim, era. - Taylor começa. - Mas eu mudei durante um ano. Mudei meus pensamentos e minha ações. Reconheci meus erros e agora estou aqui... - ele completa.

- Mudou? Você jura que mudou? - paro em frente à universidade, cruzando os braços.

- Juro pra você. Não estou mais o babaca, que só fazia mal...

- Mesmo assim, Taylor. Não quero sua amizade. Não quero falar com você.

- Katherine... Eu quero me redimir com todos que eu já fiz mal. Quero o perdão de todos eles, e uma dessas pessoas é você... por favor. - ele diz. Me encosto em uma parede, esperando que Shawn apareça para me buscar. Ele disse que fazia questão de me buscar, já que está quase anoitecendo. Eu pedi para o meu chefe me deixar um dia sem trabalhar e podia descontar do que eu ganho, porque eu tinha que vir para esse ensaio.

- Mas eu não quero ser sua amiga, muito menos andar de papinho com você.

- Mas, Katherine, eu só quero o seu perdão. Também quero falar com você na rua, sem sua resposta ser fria. Não seremos amigos, mas co... - uma buzina soa e eu olho para a frente, vendo o carro de Shawn parado. Vou até ele, mas meu braço é puxado. Ouço o barulho de uma porta de carro abrindo, e logo sinto a presença de Shawn atrás de mim.

- Eu não vou desistir fácil, Parker! - ele diz, olhando para Shawn. Solto meu braço, vendo ele ir em outra direção.

- O que foi que ele queria? - Shawn indaga, me encarando.

- Meu perdão por tudo que fez. - digo, negando com a cabeça.

- Fica calma, ok? Tenta não se estressar... O Taylor pode estar querendo te enganar ou não, mas nada vai te acontecer, tudo bem? - diz, me confortando. Assinto, o abraçando.

(...)

Meus dias de trabalho estão sendo ótimos. Apesar do cansaço da universidade e trabalho, tenho dado o meu máximo para não desistir. E não é isso que eu quero.

Eu dei a ideia do Shawn fazer Covers e postar, porque que diversas pessoas elogiaram o Shawn depois do vídeo no stories que eu postei dele cantando. Shawn tem potencial e eu acredito muito em seu talento para a música.

(...)

Acordo horas depois, com uma dor de cabeça extremamente desconfortável, cabelos bagunçados, rosto amassado e cansaço. Não entendo. Eu durmo para descansar e acordo cansada. Qual a lógica?!

Esqueço esses pensamentos, enquanto vou em direção à cozinha. Pego um remédio, após um tempo de procura, e o tomo, junto de um copo de água. Assim que me viro, ouço a campainha tocar. Me assusto completamente. Quem estaria na minha porta a essa hora? Vou até a porta e olho pelo olho mágico. Nash...

— O que está fazendo aqui? — indago quando abro a porta. Ele ri de mim, como se eu tivesse falado uma piada. Constato está bêbado. Tanto pela sua voz embargada, quanto pela sua falta de equilíbrio totalmente evidente. Sem contar o cheiro de bebida que toma conta.

— Nash? Onde você tava? — indago.

— Eu não sei... — diz e gargalha.

— Nash, você nunca foi de beber até ficar assim. O que aconteceu? — indago preocupada. Deixo ele entrar e assim ele faz.

Ele me olha, fazendo expressão séria, mas ri novamente, fazendo um barulho estranho, diferente da risada dele. Ele tá muito bêbado!

— E por que você não foi para a sua casa? — indago.

— Eu não tô na minha casa? — ele indaga, coçando a cabeça. — Ué.

Nego com a cabeça. Vou até a porta, o puxando comigo, e saio com ele. Sigo até sua casa e bato na porta. Pode estar tarde, mas não posso deixar Nash assim.

— Katherine? — Hayes abre a porta, com os cabelos bagunçados e rosto amassado.

— Nash bebeu demais. Não sei por qual motivo. Ele chegou lá em casa assim... — digo.

— Mas por que ele bebeu assim?! Ele não é assim. — Hayes diz.

— Também não sei. — respondo.

— Que cheiro podre, Nash. — Hayes diz, fazendo careta e o empurrando para dentro de casa.

— Uma Mariana incomoda muita gente. Duas Marianas incomodam, incomodam muito mais... — Nash sai cantando.

Com essa fala, constato que ele está assim por causa da Mariana. Mas o que aconteceu entre eles? Ah, que não seja o que eu tô pensando...

— O que houve entre ele e a Mariana? — Hayes pergunta.

— Eles ficaram a um tempo. Algo aconteceu, mas eu não sei. — digo sincera.

— Enfim, obrigado por trazê-lo. — ele agradece e eu sorrio.

— Não há de quê! — digo e ele fecha a porta. Eu volto para a casa e suspiro, fechando a porta.

No rules {2} Onde histórias criam vida. Descubra agora