Capítulo 7 - Sunny

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Quando o expediente daquele dia chegou ao fim, ajudei Eric a arrumar algumas caixas no estoque para abrir caminho para as novas mercadorias que iriam chegar, antes de pegar minhas coisas e ir para a praia.

Sentei na areia e fiquei ali, olhando o mar, as ondas indo e vindo em um ritmo constante. Os pássaros que voavam livres, voltando para os seus ninhos.

Assistir ao pôr do sol se tornou o ponto alto de meu dia. Bem, o sol e as baboseiras do Eric. Ele me fazia rir muito durante o expediente, é bastante divertido e é impossível ficar seria ao seu lado durante muito tempo.

Isso me faz pensar no seu irmão. A proposta que ele havia me feito e o cartão que ainda estava em minha cômoda. Eu não estava planejando ligar para ele e pedir ajuda nem nada do tipo, mas simplesmente não consegui jogar o pequeno cartão fora.

Assisti ao sol sumindo no horizonte, admirando a beleza que é a natureza. As nuvens rosadas, que vão escurecendo a medida que os últimos raios solares desaparecem por completo, dando lugar a noite.

Fico sentada na areia até conseguir ver as primeiras estrelas no céu já completamente escuro. Só então me levanto e volto para dentro.

Encontro uma vasilha plástica em frente a porta do meu quarto e sinto um sorriso surgir em meu rosto. Quase sempre Emma me traz comida. Ela sabia que eu não tinha como cozinhar no quarto, então teria que comer na rua. Mas venho fazendo isso cada vez menos, já que ela sempre lembrava de mim. Todas as vezes que Eric saí para almoçar, voltava com uma marmita para mim preparada por sua mãe. Eu a agradecia sempre, e já até mesmo cheguei a dizer que ela não precisava fazer isso, ou então que descontasse a alimentação do meu salário. Ela simplesmente me dispensou com um aceno de mão. Eu não sabia como agradecer tudo que ela vinha fazendo por mim, mas esperava poder retribuir um dia.

Peguei a vasilha e entrei no quarto. Sentei na cama e sorrio quando vejo se tratar de uma sopa de verduras.

Eu amo sopas.

Peguei uma colher que ela também havia deixado e comecei a comer, saboreando o seu tempero. As comidas de Emma são as melhores que já tive o prazer de comer. E não estou exagerando. Quando terminei a sopa, lavei a vasilha e a colher na pequena pia do banheiro. Escovei os dentes, troquei de roupa e estava deitando na cama me preparando para dormir, quando o celular tocou.

Me assustei. Já tinha tempo que não recebia ligações.

Porém fiquei animada quando vi o nome de Justine na tela.

— Garota, que saudade! — ela diz assim que eu atendo — não vejo a hora de rever esse rostinho bonito.

Sorrindo, me joguei na cama e encaro o teto.

— Também estou com saudades! Mas me conta, como anda a viagem? — perguntei, curiosa.

Justine sempre tinha aventuras novas para contar e eu adorava ouvir suas histórias hilárias.

— Está ótima, claro. Consegui fisgar um salva vidas noite passada — ela ri, triunfante.

Meu olhar cai para o cartão em minha cômoda e reprimo um sorriso ao ler o nome de Daniel.

Ela me conta em detalhes sua curta história com o salva vidas. Faço perguntas que ela responde de bom grado, saciando minha curiosidade.

— Mas me conta de você, como está as férias?

Uma loucura.

— O mesmo de sempre — minto — nada de novo por aqui.

Ela suspira, resignada.

Um Minuto Para o Pôr do Sol (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now