69.

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— Eu vou deixar o resto do bolo na geladeira! — grito, assim que chego na cozinha.

Dormimos enquanto assistíamos outro clichê da Netflix. Brigamos também, porque o bonitinho queria que eu dormisse no sofá, e ele num colchão que iria pôr depois. Foi uma briga idiota? Foi. Mas não só isso. Foi uma briga idiota E SAUDÁVEL. Coisa de retardado, mesmo.

Por fim, acabamos os dois dormindo no sofá. Dividimos um cobertor pequeno demais pra ser verdade, e quase nos esprememos pra ficar confortável pra dormir.

Brincadeirinha saudável é aqui.

— Tá. — ele grita de volta, e eu arqueio uma sobrancelha, não identificando de onde o grito veio.

— Onde você tá? — grito de novo, assim que coloco o restante do bolo na geladeira.

Ele resmunga alguma coisa *alto também, mas eu não entendo porra nenhuma.

— Fala pra fora! — grito ainda mais alto, quase rindo — Você morreu e é o seu espírito que tá falando comigo?!

— Vai se fuder! — ele gargalha.

Ainda não consegui identificar onde esse moleque tá. Que merda, to parecendo a Dora Aventureira. Não quero a reputação dela pra mim, não. A coitada sofre o maior bullying. Por que eu to falando dessa míope?

Faço uma careta pro nada *já que não sei onde o Pedro está, e prendo meu cabelo em um só coque. Minha cara tá horrível, pois acordei há pouco tempo e a única coisa que eu fiz foi escovar meus dentes de maneira preguiçosa.

Vou *ainda preguiçosa até o corredor, e cantarolo uma música da Ivete Sangalo durante meu percurso curtíssimo até o banheiro. Abro a porta devagar, e antes dela nem mesmo chegar perto da parede, sinto algo grande bloqueando o espaço.

Empurro a porta com força, e ouço um gemido de dor de Pedro. Ficamos cara a cara, até que ele enrola rapidamente a toalha no quadril. Abafo o riso com minhas mãos, enquanto ele me encara, perplexo ainda.

— Nossa pra que essa cara de susto, daddy? Não gostou da surpresinha? — afino a voz, entre risos.

— Lúcia, para de ser pervertida e compra um vibrador. — ele afina a voz também, foi ridículo.

— Idiota. — dou um tapa em seu ombro, e fico de frente pra pia — Eu só vim lavar meu rosto, não sabia que você tava.

— Claro que sim. Eu confio minha vida nisso. — ele brinca, prestes a sair do banheiro.

— Tadinho dele, acha que eu vim espiar suas misérias. — rio comigo mesma no espelho.

— Fala assim comigo de novo que eu te... — ele me encara pelo espelho, e eu faço uma careta.

— "Te encho de beijos e chupadas"?

— Biruta. — ele revira os olhos e se afasta.

— Tá faltando argumento pra você hoje, né bonitinho? — brinco, puxando ele de volta.

— Tá faltando um cérebro nessa cabeça, né pedaço de merda? — ele imita minha voz, e aperta minha bochecha.

— Ai, você me ama de verdade. — estendo meus braços, pronta pra abraçar geral.

— Eu to sem roupa, agora não da pra abraçar.

— Mas eu já te vi sem roupa outras vezes. — junto as sobrancelhas — Me abraça agora, daddy! — afino a voz, e Pedro ri da minha cara, antes de desviar.

Comecei a perseguir ele pela casa, chamando ele de "daddy". Perdi as contas de quantas vezes a toalha do coitado caiu e ele pegou desesperado. Eu ri, pra não chorar com a cena. Vergonha, desgraça...!

Depois de muita enrolação disfarçada de pegação, sentamos na mesa, comemos mais algumas coisas e depois conversamos no quarto dele *sobre a missa de domingo rs. Vou checar meu WhatsApp, e tem umas mensagens de ontem à noite da Giovana.

"lúcia do céu
deu tudo certo????
q demora
nossa você vai dormir na casa dele??? EU TO GRITANDO
PELO JEITO DEU TUDO CERTO
AMO VOCÊS P CARALHO
vou chorar
responde logo
se não responder eu vou te infernizar quando voltar pra sua casa
ANDA FIA"

Minha amiga me representa quando um otp de série faz enrolação pra ficar junto. Forças ícone, estamos todos com você.

— É melhor eu ir, dar satisfação pra surtada da Ovinho de Codorna. — beijo Pedro na bochecha, e me levanto de sua cama.

— Que merda. — ele reclama, ainda segurando minhas mãos.

— Gente, que estresse...

— Você vai embora muito rápido toda vez que vem aqui. — ele levanta da cama e fica de frente pra mim.

— Querido, eu tenho que voltar a trabalhar pra Natura, pra ter meu ganha-pão. — forço uma voz sofrida, colocando a mão no peito — E você tá muito safadinho pra quem disse que nós temos que espe-

Ele me interrompe com um beijo. UM PUTA DE UM BEIJO. Que saudade disso. Vou desmaiar ali e já volto.

— Eu não falei? — sussurro, convencida *e derretida.

— Desculpa. — ele dá um sorriso malicioso.

Estreito os olhos.

— Quem te disse que eu to reclamando? — levanto uma sobrancelha, e encosto nossos narizes.

— Minha retardada. — ele acaricia meu cabelo, e eu reviro os olhos.

— Nossa, que audácia. Pega lá o cinto que eu vou te castigar... — tento parecer realística durante minha piada, mas acabo por rir.

Começamos a rir, abraçados no maior chamego, ATÉ A RIDÍCULA *CONSAGRADA DA GIOVANA ME LIGAR. Giovana você tá convidada a se retirar...do meu útero.

Ignoro a chamada, irritada.

— Agora eu vou. — digo guardando o celular no bolso do short.

— Eu aviso quando os pais da Bianca me retornarem. — ele se senta de novo na cama.

— Tá bom, cobrador. — vou até a porta do quarto, e olho ele uma última vez, antes de sair pelo corredor — Senti saudade. Muita.

— Lúcia, pra mim você é a própria definição de "saudade". Eu te amo.

— Eu também te amo. — sorrio, e me despeço.

Por fora, eu tava sorrindo. Tudo ok, tudo nice. Por dentro: pulei, gritei, nadei, dancei, voei, fiz festa, brindei, casei, trepei, fui no topo do prédio mais alto que encontrei, peguei um megafone e falei palavrões felizes pra sempre.

ENFIM UM FINAL DECENTE PRA
ESSA PORRA NÉ?
demorei muito pra concertar os erros (a maioria) dessa merda aqui, mas consegui! e aproveito pra perguntar: pq cês gostam tanto dessa fic????? nunca irei entender, me sinto no chaves
bom, é isso. sem hot, sem criança com nome escroto e sem manips ridículas.
acreditem, foi melhor assim :( *carinha triste pra equilibrar a situação...

brigada, de nada e até nunca mais <3

dinner [orochinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora