Meddows-Kingdom 1 - Later.

90 6 8
                                    

Sutil. Depois de uma brusca rotina, ele ia as pressas à aula. O semblante impaciente do jovem Taylor marcara a manhã da Faculdade Áurea de Meddows.  Passos impacientes. Nem sequer o garoto alto de cabelos cacheados conseguia o acompanhar. 2 minutos. Parecia muito tempo, mas para a distância a qual ainda faltara percorrer até a sala de aula, era muito pouco e insolente. As pessoas à frente o incomodavam ainda mais, inclusive Trevor, o rapaz à qual o confundia com uma garota só por ter traços delicados. Olhou o relógio com impaciência, 1 minuto. Poucos metros para chegar à aula de química, mas com certeza não esperava coisa boa. O professor é tão exigente quanto o diretor Robert.

– Hey, vai mais devagar! Você acha que eu vou começar a correr atrás de você? – disse Brian.

Sem resposta.

Este, bufou, e continuou seguindo o amigo. Sentia seu plasma nobre esquentar à flor da pele. O loiro chegou na sala primeiro e abriu a porta abruptamente. Localizou o olhar neutro de Maxwell. Tarde demais.

– Sr . Meddows, novamente atrasado. E não é por ser filho do nosso rei que eu irei lhe livrar. Aqui nós temos regras, as regras deverão ser seguidas. Me espere na coordenação.

Roger sentiu o rosto aquecer de ódio, iria falar algo, mas desistiu, pois o professor Maxwell prosseguiu a fala.

– Não fique nervoso, mas leve seu amigo também.

May arqueou uma sobrancelha, porém, já começava a se direcionar à coordenação, juntamente com Rog, que fechou a porta com a mesma intensidade que abriu.

Tão apressado quanto com os nervos explodindo, sem nem sequer perceber, choca o ombro contra o do jovem meio ruivo, que reclama:

– Olha aqui Roger, - Usou o nome próprio do rapaz para intimidá-lo – Caso esteja esquentadinho, como sempre, não precisa descontar tua raiva em quem está em tua frente! – O ruivo joga um olhar incomodado em direção à Rog, que suspira, quase como um dragão, mas sente o espaço do ombro ser preenchido com uma mão, a mão de May. Este o olha com ternura.

– Rog, fica tranquilo, não precisa ficar tão impaciente assim. Peça desculpas ao John.

– John? Ahn.. me desculpa. Eu não sabia como era seu nome..

- Desculpas aceitas. E, pois é, meu nome é John. Senhor John Winston Lennon pra você. – diz John, que olha para Brian com um olhar de aprovação, prosseguindo o caminho a qual fazia anteriormente.

Brian gesticula um “Disponha”, E se direciona para Roger, segurando os ombros deste e dizendo com calma:

- Se você continuar assim, vão te mandar de novo pro palácio. O John é monitor. Por favor, toma mais cuidado e tenha paciência!

Taylor acena com a cabeça e os dois continuam o caminho para a coordenação. Chegando lá, a secretária Jasmine rapidamente reconheceu os rostos.

– Ora ora, vocês dois, de novo? – joga uma risada nasalada – May, você é um bom rapaz, mas se misturar com o Roger vai te gerar perdas de pontos por atraso, tenha cautela.

O dito cujo bufa e revira os olhos, com mais ódio daquele ambiente acadêmico a qual não consegue agir corretamente. E May, pacientemente, formula algumas palavras mentalmente, dizendo para a secretária

- Não se preocupe senhora, eu sei o que faço, porém...

Foi interrompido pelo barulho brusco feito por James Maxwell na porta, Roger tomou um susto rápido.

– Ah, se assustou Sr. Meddows? Foi esse barulho que você fez hoje na porta da sala de aula em pleno 1 minuto de atraso. Seu pai é dono de Meddows? Me desculpe, mas você não manda na faculdade.

– Professor, perdão, eu posso explicar o que aconteceu, o Roger está fazendo tudo errado hoje, deixe-me justificar?

Com o pedido de Brian, o professor acalmou a expressão facial e gesticulou para o jovem prosseguir. O loiro mal acreditava que já estava chegando ao ápice da raiva, porém tentou guardar isso pra quando estivesse em casa. Já esperava a persuasão de May tomar conta da mente do professor, porém seria uma longa história ter que explicar que o seu lindo carro teria tido problemas durante a viagem do hotel até a faculdade. Roger amava seu veículo, mas estava de tão mau humor que não havia conseguido sequer raciocinar quais peças que estavam com problema.

Depois que brigou com a namorada, tudo havia perdido sentido. Com quem iria beber e se divertir pra esquecer o mar de problemas? Com quem ele poderia contar pra afogar as circunstâncias complicadas a qual ele não se interessava em resolver, porém em esquecer? Cretina. Era o que pensava agora. Enquanto Brian May contava os fatos para o professor, Roger saiu da coordenação de modo tão imperceptível que nem sequer Maxwell notou. Caminhou até o banheiro. Observou a pia por alguns minutos e após lavou o rosto demoradamente, suspirando numa tentativa de acalmar. Nem ele mesmo gostava de ser assim. De coisas tão pequenas e idiotas o incomodarem com a intensidade de um meteoro. Se sentia frágil, tolo, infantil...

– Roger?

Estremeceu temporariamente ao ouvir o próprio nome, mas ao reconhecer a voz, virou seu corpo com calma.

– Oi.. Bri..

O rapaz o observara com um olhar misericordioso. Não precisou pensar muito pra oferecer-lhe um abraço, sabia que o jovem Roger estava triste e confuso. O abraçou com alguns segundos, meio minuto, um minuto, um minuto e meio e.. suavemente, Taylor o soltou, suspirando calmo.

– Obrigado.. – Disse Roger

– Tem certeza que é “Obrigado”?

Se olharam por alguns segundos, e o de olhos azuis entendeu o que May quis dizer.

– Obrigada.. – Disse, dessa vez sussurando, e após soltou uma risada baixa

– You’re welcome. – May disse no mesmo tom, também rindo após.

Pra um dia que tinha tudo pra ser um dos piores, até que não estava tão ruim assim.

Meddows Kingdom - O Reino de Meddows.Onde histórias criam vida. Descubra agora