Ambos trataram de se encaminhar ao banheiro diretamente assim que a porta da casa fora fechada, com Maxine segurando firmemente Oliver em seus braços, tirando a mochila de suas costas e pondo em cima de alguma mesa, pois deste jeito era melhor de carregá-lo e levá-lo para lá, já que ele não conseguia se firmar no chão, tonto demais para isso, vulnerável. Sem delongas, fez o que deveria ser feito ao chegarem ao banheiro; ajudou-lhe a vomitar, segurando suas madeixas para trás e tentando o seu melhor para que não acabasse gorfando junto, pois possuía o estômago fraco para ver aquilo. E quando notou que ele havia terminado, automaticamente o levou até a pia do local para que ele pudesse se limpar, assim soltando-o ao ver que ele já conseguia permanecer de pé. Em meio de certo tempo, observando Oliver de costas, decidiu que deveria pegar uma escova para ele, abrindo as pequenas gavetas e não custando em achar uma escova nova, dando-a para que ele escovasse os dentes.
— Eu não vou conseguir te beijar mais hoje se não escovar os dentes. – ameaçou, com um tom de brincadeira, mas no fundo tratava-se de uma verdade.
— Ok, ok… – Pôs a pasta sobre escova, com um pequeno sorriso nos lábios. Maxine era tão zeloso. — Mas me prometa ao menos que comeremos alguma coisa.
— Vou ver o que tem na cozinha. – Dito isso, caminhou para sair do banheiro. — Por que não aproveita e toma um banho? Eu venho depois.
— Tudo bem…
Perguntava-se como que sua mãe não havia despertado com todo o barulho que causaram, entretanto pensava na possibilidade de que ela tinha sim acordado com aquilo, fazendo-lhe suspirar fundo, abrindo a geladeira e vendo que continha uma lasanha congelada; é, aquilo serviria, no dia seguinte tentaria fazer algo melhor. Por mais que já estivesse em casa, ainda era movido àquela energia a qual preencheu seu coração durante a noite, a sensação de que Oliver não era nada daquilo do que havia pensado, de que ele não tinha vergonha de si, e que o pensamento de que estava sendo simplesmente usado outra vez encontrava-se totalmente equivocado.
Com isso em mente, dirigiu-se para seu quarto ao escutar o barulho da água do chuveiro cair no banheiro, tendo em mente procurar algo que coubesse no corpo de Oliver, sabendo que provavelmente todas suas roupas ficariam largas no corpo dele que era esguio demais comparado ao seu que tinha músculos por conta dos exercícios que fazia diariamente. Depois de escolher um par de roupas, desceu as escadas rapidamente, indo ao banheiro e vendo-o nu detrás do box, deixando as roupas acima da pia, recebendo um “obrigado” baixinho, sorrindo por aquelas palavras.
Oliver provavelmente ficaria gripado no próximo dia, porém ainda continha energia demais transbordando por suas veias para pensar sobre isso. Só queria sentir aquilo por mais um pouco, vendo a sensação eletrizante indo embora lentamente através de sua pele, sentindo a água bater, levando-a para o ralo, tendo seus sentidos normais de volta, e prendendo seu verdadeiro eu novamente, como sempre era feito todos os dias; precisava manter aquilo preso, porque revelar-se aos outros estava totalmente proibido, a ideia por si só já lhe causa arrepios de medo. Havia sido apenas por aquela noite, pôde beijar Maxine em frente a outros somente aquela noite. Ao menos tinha algo, estando ali, na casa de Maxine, ainda poderia continuar a se mostrar, como verdadeiramente era, entretanto quando fosse para o trabalho, para o mundo lá fora, para que seguisse sua rotina de todos os dias, seria necessário o uso de sua máscara.
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Cactus - CONCLUÍDO.
RomanceQuando Oliver decide se mudar para Rouen, na França, após a morte de sua mãe, ele acredita de que é possível deixar seu passado inteiramente para trás enquanto segue sua vida ao se dedicar a floricultura em que trabalha, porém tudo retorna à tona qu...