Quando Oliver decide se mudar para Rouen, na França, após a morte de sua mãe, ele acredita de que é possível deixar seu passado inteiramente para trás enquanto segue sua vida ao se dedicar a floricultura em que trabalha, porém tudo retorna à tona qu...
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🐧Aviso Rápido.🐧 Só gostaria de pedir para que não esqueçam de dar estrelinha e comentar bastante, e também estarei postando capítulo um dia sim e outro não. E eu gostaria de perguntar sobre o que vocês achariam de um post sobre os personagens? Boa leitura!
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Após três dias, Silvia entrou de férias por certo tempo, e Oliver não ia mais de carro ao trabalho, nem de ônibus como havia sugerido a si mesmo uma vez, e sim de bicicleta, mesmo sendo desajeitado como era; pedalava todos os dias pela manhã até o trabalho — claro que escutando música em seus fones que o ajudavam de alguma forma a se manter focado nas ruas de paralelepípedos. Low-fi vinha a ser seu gênero favorito durante aqueles dias, tranquilo como o ventinho agradável da matina, trazia-lhe extrema calmaria em meio à pequena bagunça que tentava organizar quando se tratava de vida pessoal, principalmente porque estava se acostumando a uma nova cidade, e não suportava mais as ligações desesperadas de Manon — sua agora então, ex namorada, por mais que ela não soubesse disso —, a qual bloqueou na noite passada, apesar que planejasse conversar com ela sobre o que houve em algum momento, porém quando lhe fosse conveniente.
Mas em outro lado, em três curtos dias, formou uma amizade de trabalho com Noah, o rapaz que trabalhava também na floricultura. Oliver considerava admirável o fato de que ele sabia os nomes de qualquer flor ou planta que visse, sem falhas. Contudo, não sabia ainda mais que isso vindo do rapaz, somente as características físicas dele: e poderia ter plena certeza de que os cachos castanhos de Noah eram lindos, junto sua pele parda, olhos da mesma cor que os cabelos e julgando pela barba mal feita, sua idade poderia variar entre vinte e sete ou trinta — não sabia ao certo isso e seria estranho perguntar diretamente —, pois somente conversavam de forma delicada ainda, sobre o trabalho ou do que gostavam em fazer no tempo livre. Eram dias livres, entretanto com um leve tom de ansiedade na paleta, pois buscava ver aquele rapaz o qual viu em frente ao trabalho em seu primeiro dia na floricultura; em três dias, seu olhar não havia encontrado o rosto dele outra vez e nem sequer sabia por onde ele andava. Aliás, não sabia completamente nada do que aqueles olhos castanhos como o mel escondiam.
Naquele dia havia despertado sem nem uma vontade de aparecer no trabalho, mas sabia que Noah contava bastante com sua ajuda, e não hesitaria de contar à dona da floricultura de sua falta mesmo que pedisse ou implorasse para que não. Por tal motivo, lá estava ele, entediado por mais que houvesse trabalho para ser realizado; em um sábado no centro, corrido, apressado e quase sem tempo para apreciar as flores, criar anotações em seu bloco de notas ou jogar o jogo da velha sozinho, ou simplesmente conversar algo aleatório com Noah, que sempre desenhava as flores repetidas vezes. Contudo, finalmente esse momento chegou pela tarde, não encontrou palavras para explicar como; mas aconteceu, estranhamente. Desta vez, sem pessoas chegando preocupadas se a loja já havia fechado ou não.
Distraído com a música que soava em seus fones num volume médio, porque naquela hora estava perto de terminar o expediente, Oliver notou uma silhueta adentrar a floricultura, mas sem chamar sua atenção já que se encontrava focado demais no caça-palavras que rabiscava em um jornal velho. Então Noah lhe deu uma pequena cotovelada, olhando-o seriamente, como um pedido para que se mantivesse mais focado no trabalho invés de desenhar coisas aleatórias naquele papel empoeirado, portanto assim fez, suspirando baixo, e retirando um dos fones. Oliver revirou os olhos para Noah, rindo baixo em seguida somente para irritá-lo.
