Capítulo 10.

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   Quando se retirou da cafeteria já havia passado o pôr do sol, ali sozinho, com uma sensação tão estranha, sem aquela emoção que sempre possuía quando apreciava a partida do sol

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   Quando se retirou da cafeteria já havia passado o pôr do sol, ali sozinho, com uma sensação tão estranha, sem aquela emoção que sempre possuía quando apreciava a partida do sol. Se permitiu sair do local somente quando a noite chegou, ponderando em relação se deveria ou não passar na casa de Maxine para buscar suas coisas. Mas por fim, decidiu fazer aquilo outro dia, não estava em um tempo bom para isso, queria deixá-lo sem sua presença por um tempo, pois ele realmente aparentava querer isso.

   Sem delongas, foi para casa com a brisa da noite, apesar de ainda calorosa, sobre a bicicleta, pedalando lentamente, sem pressa para chegar em casa. Porém, quando chegou, a primeira coisa que fez foi procurar regar as plantas da casa, para ocupar a cabeça, entretanto quando a playlist que tocava em seus fones voltou-se para Phoenix enquanto fazia sua tarefa com as plantas, foi simplesmente impossível de não pensar em Maxine, decidindo pular a faixa. Não era o momento agora, tentaria fingir que não estava magoado e nem desejava pensar sobre, queria fingir que não tinha acontecido. Suspirou fundo, agora que era impossível aquietar seus pensamentos, precisava ao menos dizer uma palavra a ele, ou algo assim.

   E foi o que fez, ao sentar-se e acomodar-se no sofá, tratou de enviar uma mensagem ao outro, alegando que precisava pegar suas coisas lá, porém que poderia ser a qualquer dia, porque o mais importante já tinha; seu celular, chaves e bicicleta. Era uma mensagem longa, fazendo-o excluir metade e resumir ao máximo, porque não queria parecer desesperado pela atenção dele. Entretanto, no fim, acabou por não enviar mensagem alguma, sentindo-se um grande fracasso por isso. Mas realmente não era bom o incomodar. 

   Foi para o seu computador, abrindo o Tumblr rapidamente e indo vasculhar a conta de Maxine, por curiosidade, deparando-se ao longo do feed com diversos poemas e fotos de café, ou objetos que envolviam tons marrons. Prestou atenção aos textos, recusando-se a ler mais concentrado sobre, porque absolutamente todos eles narravam a forma com que Maxine se sentia por tudo; suas decepções, felicidades e tristezas. Doeu saber que magoava Maxine daquela forma, era como se seu peito fosse cortado lentamente, mas não tinha o que fazer. Não quando ainda não considerava a hora ideal para se assumir como um rapaz gay, era complicado demais até cogitar em relação, assustador. Fechou os olhos por alguns minutos, suspirando e desejando tanto algo para fumar, por mais que não fumasse e nunca tivesse fumado. Com aquilo, decidiu terminar de formar algumas músicas, levar sua cabeça para outros lugares que o foco não fosse aquele, se distrair, adentrar em sua válvula de escape. 

   Mas não conseguiu realizar isso, da mesma forma que também não pôde estudar ou sequer assistir alguma série; da mesma forma que fora impossível de dormir naquela noite. Passou mais de duas horas com os olhos abertos, sentindo seus pés se tornarem gelados e as pálpebras pesadas, mas, mesmo assim, sem conseguir cair no sono. Pensando em tantas possibilidades, a principal delas, nunca mais manter algo com Maxine. Quando adormeceu, não soube exatamente a hora, mas finalmente conseguiu. 

  Ao amanhecer, não quis ir ao trabalho de uma forma tão forte… Mas precisou, mesmo com aquelas olheiras que tinham retornado depois de tanto tempo sem nenhuma sequer. Sentiu-se decepcionado por isso, mas nutriu coragem para ir. Porque era necessário, e era a única coisa que lhe deu motivação de levantar; conversar com Noah e saber que tinha ele como um amigo verdadeiro. Fez suas atividades matinais escutando algo mais agitado, como rock, bandas que costumava escutar até mais do que lo-fi, dando-o energia o bastante para conseguir ir ao trabalho, checando o celular a cada minuto para ver se havia alguma mensagem de Maxine; e era óbvio que não. Talvez devesse realmente mandar aquela mensagem a ele, mas era uma horário bom? De qualquer forma, deixou isso para lá. 

Cactus - CONCLUÍDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora