- Mãe, acorda, os menino já estão esperando lembra? – Melissa sacudiu uma Barbara descabelada. Teve um dia tão intenso emocionalmente que apagou completamente quando finalmente conseguiu dormir.
- Ai, meu Deus! Não deixa ele entrar aqui estou horrorosa! – Barbara gritou e correu para o banheiro.
- Mas o tio Távio te vê assim de bruxa má das trigêmeas todo dia –Mel falou sorrindo da correria da mãe, ela em seu mar de inocência não conseguia entender que agora as coisas haviam mudado, agora eles eram namorados e ela queria estar sempre linda para ele.
- MELISSA CARVALHO ARAGÃO! Como você tem coragem de dizer isso da sua mãe? Que te carregou como um canguru por nove longos meses? – Barbara respondeu fazendo drama o que só ajudou no riso da pequena.
- Mel, tá tudo bem? – Rick entrou de fininho para ver o que as meninas estavam fazendo, queria muito mostrar seu desenho de artes antes de ir para a aula, a opinião da amiga era muito importante para ele.
As crianças desceram e Barbara continuou a se arrumar, estaria mentindo se dissesse que se arrumou bem mais que o normal. Respirou fundo e espantou o frio que percorria a barriga. Não era mais uma adolescente e precisava se controlar. Desceu as escadas e procurou imediatamente os olhos dele e ao encontrar não pode evitar um sorriso. Seus olhares se conectaram de uma forma tão intensa que ela mal percebeu que pulou um degrau e quase rolou escada a baixo.
- BARBARA CARVALHO DOS SANTOS o que você disse sobre não prestar atenção ao descer as escadas? – Melissa gritou.
- Que não pode porque eu posso cair e.... MELISSA! Essa fala é minha! – ela disse tentando se manter séria mais foi impossível quando um coro de risos irrompeu a sala – Vamos!
Eles esperaram as crianças passar e discretamente deram as mãos, Otávio não via a hora de poder beija-la sem descrição, queria compartilhar com o mundo a sua felicidade. Entraram no carro e imediatamente ele ligou o rádio, foi questão de segundos para que as meninas começassem a cantarolar em uma desafinação sem tamanho.
- Como eu estava com saudade disso – o pequeno falou sorrindo e o tio não podia concordar mais.
Deixaram as crianças na creche e seguiram para o restaurante. Os pequenos entraram e não havia ninguém em todo o mundo mais feliz com essa reaproximação dos dois adultos que eles.
- Que tal fazermos um piquenique amanhã? – Otávio sugeriu enquanto estacionava no restaurante.
- Eu acho legal, posso fazer um bolo e uns lanchinhos – ela disse tirando o cinto quando colocou a mão na porta foi puxada novamente para o veículo.
- Acha que vou te deixar sair sem antes de dar um beijo de bom dia? – ele disse passando a mão em seu rosto delicadamente e selando seus lábios.
- Só um? – ela disse sorrindo ao se separarem.
- Parece até que não me conhece – ele disse e a beijou novamente. Passaram mais alguns minutos no estacionamento como dois adolescentes em um relacionamento escondido dos pais. Entraram no restaurante totalmente sem graça, parecia que todos estavam olhando para eles.
- Chefinho, bateu a boca na parede ontem à noite? – Victor, nada discreto, falou tentando conter o riso ao ver que a tentativa de limpar sua boca não tinha sido cem por cento eficaz.
- Estarei em minha sala – ele disse sem graça e seguiu antes de ficar mais corado.
- Victor! Você é péssimo, sabia? – Barbara deu um tapinha no amigo e seguiu para seu posto de trabalho, antes disso deu uma checada no espelho para arrumar o cabelo e retocar a maquiagem.
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De Repente Pai - Livro 1
RomanceOtavio é um homem solitário e trabalha administrando uma rede de restaurantes, seus pais já faleceram e os parentes mais próximos que ele tem são sua irmã Marta e seu sobrinho Ricardo, a paixão da sua vida. Ele não tem namorada e muito menos...