Capítulo 28

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E finalmente chegou o grande dia.

Barbara estava uma pilha de nervos, mesmo sendo seu dia não parava de correr de um lado para o outro. Eram flores para supervisionar, vasos para organizar, bebidas e comidas para realocar. Muita responsabilidade para um dia que não poderia ser menos que perfeito.

O natal e ano novo haviam sido um sonho. As crianças brincaram e riram sem parar, mas o ponto alto da noite foi o papai Noel colocando presentes na árvore. Claro que Otávio havia providenciado isso e foi tão maravilhoso, a inocência das crianças era fascinante, encheram ele de perguntas sobre onde morava e mandaram até uma cartinha para a mamãe Noel e beijinhos para as renas e ajudantes. O ano novo também foi inesquecível já que passaram a noite inteira acordados e tomando suco numa taça de plástico. Foi o auge da vida adulta deles.

Agora ela estava ali, mãos tremendo, cabelo enrolado e um robe branco correndo de um lado para o outro. Após um longa conversa com as crianças eles resolveram se mudar para a antiga casa do Ricardo e da sua mãe Marta. Ela era grande e tinha um espaço enorme no quintal que dava para um pequeno lago, um local perfeito para uma família. As crianças ficaram empolgadas e Otávio feliz por poder unir um pouco da sua irmã na vida do seu sobrinho.

- Amiga, não estou achando meus pestinhas! – Victor apareceu no quarto quando ela finalmente conseguiu sentar-se.

- Ai, meu Deus! Eu preciso casar, gente! Já demorei demais – ela levantou e seguiu pelos corredores em busca das crianças.

Os encontrou no quarto do pequeno. Eles estavam sentados na cama de mãos dadas com o pequeno Rick segurando um porta retrato com a foto da mãe dele.

- Você sente saudade dela, né? – Mel perguntou ainda segurando sua mão.

- Sim. Eu amo minha vida com o tio Távio e vocês duas, mas a mamãe faz uma falta danada. Ela fazia bolo de chocolate, desenhos super irados e me dava beijinho na testa de boa noite – o pequeno continuava a olhar a foto.

- Eu tô aqui com você viu? Não posso dar beijinho de boa noite porque sou pequena pra alcançar sua testa, mas posso pedir a mamãe pra ensinar bolo de chocolate pra mim. E eu juro de dedinho mindinho que nunca vou te deixar! – Mel deu um beijo em sua bochecha e ele ficou todo vermelho de vergonha.

- Mel, eu posso falar com o Rick um instante? – Barbara resolveu entrar antes que começasse a chorar alí mesmo e borrasse toda a maquiagem do seu rosto.

A pequena levantou e arrumou seu vestidinhos. Estava toda delicada e linda com sua roupa de cupido. Isso mesmo! Acharam totalmente apropriado para a história que eles fossem assim até o altar para entregar as alianças.

- Aconteceu alguma coisa tia Barbara? – o pequeno perguntou limpando um lagrima.

- Lembra daquele dia que você me pediu pra ser sua mamãe? – ela falou ajoelhando-se na frente dele.

- Sim. E eu tava falando sério tia Barbara só que é difícil para de te chamar de tia – ele se apressou em explicar.

- Tudo bem, pequeno! É isso que eu queria dizer. Tudo bem não me chamar de mãe agora, tudo bem sentir saudades da Marta, ela sempre será sua mamãe aqui – falou apontando para seu coraçãozinho – Eu sei que ele é bem grande para caber duas mamães, a do céu e a da terra.

- Então eu posso ter duas mamães? – ele perguntou surpreso.

- Claro! A Marta sempre vai estar entre a gente, principalmente aqui nessa casa, ela está vigiando a gente, como um anjinho. E eu vou estar aqui para puxar sua orelha se seguir os planos malucos da minha filha – o pequeno riu com o que ela disse.

De Repente Pai - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora