Acordaram logo cedo para começar a agir. Barbara queria ir imediatamente até a polícia, mas ainda faltavam algumas horas então resolveu passar no hospital e ver seu pai, quem sabe sua mãe soubesse de algo e estivesse escondendo.
- Oi, pai, como você está? – ela falou ao entrar no quarto.
- Estou vivo, vaso ruim não quebra lembra? – ele disse tentando fazê-la sorrir – Sua mãe me contou que o Robson voltou.
- Pai... – ela tentou interrompê-lo. Tudo que menos queria era mais uma pessoa endeusando aquele ser asqueroso.
- Escuta! Há um tempo atrás eu teria uma reação completamente diferente, mas depois de tudo que me aconteceu, depois da Melissa... Eu sinto que errei muito com você, a sua mãe também, ela foi pra casa, estava arrasada, disse que precisava dar um jeito de se desculpar pelo que fez. Eu não entendi direito, mas acredito que ela esteja fazendo o que acha que é certo.
- A mamãe fez algo muito errado, mas eu não quero falar sobre isso agora, eu tenho que resolver umas coisas e preciso que você se recupere – ela disse levantando-se.
- Você vem me ver mais tarde, sei que não mereço, mas poderia trazer a Mel, ela tem o poder fantástico de alegrar a minha vida – ele disse emocionado.
- Eu vou ver, mas acredito que os médicos não permitam crianças pequenas aqui – ela falou mentindo, não queria preocupa-lo com isso.
Seguiram para a delegacia, já haviam completado vinte e quatro horas e ela estava pronta para fazer a denúncia, mas ao chegar à delegacia foi surpreendida pelas notícias que o delegado deu. O Robson sabia que seria procurado então se apresentou horas antes afirmando que Barbara havia o privado do direito de ver a filha e que estava o ameaçando, que estava contando mentiras e que era uma louca descompensada. Barbara ficou em choque, não conseguia imaginar como ele pode ser tão perverso, depois de muito insistir o delegado prometeu investigar direito as coisas, mas estava na cara que a influência do Robson era grande o suficiente para que ele não fizesse muita coisa. Voltou para casa e tentou se acalmar, Otávio permaneceu ao seu lado todo o tempo, mas teve que sair para assinar uns papéis e pegar o Rick na creche. Após horas de agonia ela recebeu um telefonema.
- CADÊ MINHA FILHA? – ela gritou imediatamente.
- Fiquei bastante chateado com você, não imaginei que fosse me denunciar – ele disse calmamente.
- Você raptou a minha filha! Queria que eu fizesse uma festa? – ela estava irada.
- Barbara, eu quero que venha me encontrar, temos um assunto sério a tratar e eu cansei dessa brincadeirinha de eu sou malvado e você a boazinha – ele disse sério.
- Onde vocês estão? – ela perguntou sem pestanejar, tudo que mais queria era ver sua filha.
- Um carro irá te pegar em alguns minutos, mas eu não quero o Otávio com você, ele definitivamente não deve estar na vida da minha filha, nem na sua – ele falou desligando.
Ela ficou alguns segundo olhando para o telefone, mas logo se mexeu, pegou um papel e uma caneta e deixou um recado rápido para Otávio pedindo desculpas por fazer isso, sabia que ele iria ficar irritado, mas ela precisava ver a filha, nem que para isso ela tenha que vê-lo mais uma vez. Minutos depois um carro preto parou em frente à sua casa e sem pensar duas vezes ela entrou.
- Chegaremos em alguns minutos, senhora Barbara – o motorista falou, mas ela mal ouviu.
Foi o caminho inteiro com a mente longe, não precisava gravar o caminho já que estavam indo para uma parte nobre da cidade e ela sabia onde ficava. Deveria ter imagiado que ele ficaria ali no conforto que o seu maldito dinheiro lhe proporcionava. O que mais a preocupava era como sairia dali, tinha medo dos planos dele, tinha medo do que ele pudesse fazer com sua pequena.
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De Repente Pai - Livro 1
Storie d'amoreOtavio é um homem solitário e trabalha administrando uma rede de restaurantes, seus pais já faleceram e os parentes mais próximos que ele tem são sua irmã Marta e seu sobrinho Ricardo, a paixão da sua vida. Ele não tem namorada e muito menos...