Depois que terminamos de cantar o parabéns com o bolo de unicórnio de Maya e comermos bastante, decidimos sentar os nove no meio da sala e conversar, afinal, fazia quatro anos que eu não via esses meninos.— E agora que o Jungkook descobriu que é o pai da Maya, o que você pretende fazer, Audrey? — Hoseok pergunta enquanto segura um ursinho de pelúcia que minha pequena tanto amava, olhando para mim e, consequentemente, fazendo o restante dos que estavam na sala voltarem sua atenção para mim também.
— Bom, não posso mais separa-los, afinal, a Maya é maior puxa saco do Jungkook. — Reviro os olhos e ouço as risadas dos meninos e de Maya. — Mas eu tenho minha vida lá no Canadá, tudo que é meu está lá, incluindo os meus pais. — Suspiro baixo e observo a pequena garotinha que se encontrava entretida com o pequeno urso marrom em sua mão.
— Hm... você está querendo dizer que vai voltar para lá? — Namjoon pergunta e faz todos os meninos fecharem os sorrisos que enfeitavam seus rostos, inclusive Maya, que fechou a cara na hora e cruzou os braços olhando feio para mim. Às vezes me esqueço o quanto esse pingo de gente é inteligente.
— Mesmo que eu venha morar aqui, como vai ser? Não tenho casa, trabalho, carro, não tenho nada! Maya tem os amigos dela na escolinha lá, minha vida toda está feita lá. — Cruzo as pernas e bufo, frustrada, observando Maya se levantar e ir até o colo de Jungkook com um bico enorme nos lábios e os braços ainda cruzados, igualmente a mim.
— Eu não vou com você, mamãe! Vou ficar aqui com o Jungkook e os meus tios. — Maya diz em um coreano misturado com inglês, meio enrolado, mas que todos conseguiram compreender e que logo fez com que os presentes na sala arregalarem os olhos, inclusive eu.
— Nunca imaginei que minha própria filha fosse me trocar. — Junto as pernas e coloco o braço por cima delas, deitando a cabeça ali e fingindo que estava chorando, o que no final adiantou, já que, os sete bobões e a danada da minha filha vieram correndo para me consolar.
É, parece que os vários anos de aula de teatro serviram de alguma coisa.
Estava prendendo a risada para que minha farsa não acabasse e assim que não consegui mais me segurar, acabo rindo um pouco alto e sinto os bobalhões se afastarem de meu corpo imediatamente.
— Eu sabia que ela estava fingindo, papai! Olha aí! — Maya diz com raiva e assim que percebe todos olhando para ela espantados por causa da palavrinha "papai", leva suas mãozinhas até a boca e a tampa, como se tivesse falado algo de errado. — Desculpa, mamãe, não foi...
E antes que ela pudesse terminar de falar alguma coisa, a puxo para um abraço apertado e deixo vários selares por seu rosto.
— Não precisa se desculpar, meu bem, eu e o papai já nos resolvemos não é, Jeon? — Encaro o mais novo que até agora estava com o cenho franzido e olhando para o nada, logo saindo de seu "transe" e voltando sua atenção para mim.
— Sim, nos resolvemos sim. Maya, venha cá. — Jungkook a chamou e ela logo saiu de meus braços, indo até seu colo e o observando com seus olhinhos curiosos. — Você pode me chamar assim quando quiser, tudo bem? Afinal, eu sou o seu pai e não imagina a felicidade que me traz quando me chama desta maneira, mesmo que tenha sido a segunda vez em quatro anos que pôde me chamar assim ao vivo. Eu amo você, ok? Pode me chamar de "pai" em todas as línguas que souber falar. — O vejo dar seu famoso sorriso de coelhinho, o que fez Maya dar o seu também (isso ainda me assusta por eles serem MUITO parecidos), se jogando nos braços de seu pai e o abraçando com força, ato que foi retribuído imediatamente.
— Eu também te amo muito, papai, obrigada por tudo! — A ouço sussurrar baixinho, ouvindo uma fungada vindo dela, o que fez meus olhos marejarem. Maya estava realmente feliz e isso não podia me deixar mais emocionada.
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Our angel - Jeon Jungkook
RomanceHá quase quatro anos, tive que sair às pressas da Coréia do Sul por um pequeno (grande) imprevisto que ocorreu na minha carreira "quase perfeita" em Seul. Hoje, depois desses longos anos que se passaram, finalmente estou de volta para a minha cidade...