Our angel - Jeon Jungkook

Seven.

  
   A noite passou rápido e apenas acordei pela manhã, quando senti Jungkook espalhar selares molhados por toda a minha nuca. Ele me trazia segurança e eu gostaria de acordar assim todos os dias.

   Maya não acordou esta noite, o que foi realmente milagre. Jeon Jungkook conseguiu acalmar nossos corações e isso foi ótimo! Agora estamos dentro do carro do mais novo, indo em direção ao cartório que Jungkook havia dito ser confiável.

   Não me lembrava da última vez que me senti tão nervosa quanto agora. Apenas colocaria o nome do pai da minha filha em sua certidão, deveria ser apenas isso, mas eu estava morrendo de medo, pois, caso essa notícia vazasse, seria um completo desastre. Vou tentar não pensar nisso e apenas torcer positivamente para que tudo dê certo, e vai dar.

   Assim que Jungkook termina de colocar todo o seu "disfarce" para que ninguém o reconheça, saímos do carro e o mais novo foi logo para a parte de trás do veículo pegar nossa pequena, a colocando em seu colo. Sorrio fechado ao visualizar aquela cena e me aproximo dos dois, ficando na ponta dos pés para deixar um selar na bochecha da minha garotinha, logo indo até o lado de Jungkook e segurando sua mão, deixando que o Jeon entrelaçasse nossos dedos imediatamente.

   Começamos a andar até a entrada do cartório e eu empurro a porta de vidro para que pudéssemos entrar no estabelecimento. Assim que o vento frio do ar-condicionado entrou em contato com minha pele, senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, deixando-me ainda mais nervosa. Fomos até o guichê e pegamos uma senha que tinha o número "16", ainda era cedo por isso o número de pessoas em nossa frente era relativamente pequeno.

   Jungkook nos dirigiu até alguns bancos acolchoados que havia em uma parede próxima ao guichê, nos sentando ali e colocando Maya em seu colo, fazendo com que nossas mãos se separassem por aquele instante. O mais novo logo começou a brincar com nossa filha, o que me faz sorrir imediatamente. Jeon era um ótimo pai e ninguém poderia negar isso.

   Pego na mão de Jungkook novamente assim que nos levantamos quando o nosso número apareceu no visor, sentindo-o aperta-la levemente enquanto andávamos até o atendente. Minhas mãos suavam e eu sentia o aperto de Jungkook em minha palma ficar cada vez mais firme, dava para perceber que ele estava igualmente nervoso.

— Bom dia! No que posso ajudá-los? — O atendente simpático nos cumprimenta, fazendo minha tensão diminuir um pouco.

— Hm... bom dia. — Sorrio forçado por puro nervosismo, logo ajeitando minha postura e soltando a mão de Jungkook. — Nós viemos aqui para colocar o nome dele na certidão de nascimento da nossa filha. — Tiro o papel de dentro do envelope que havia trazido, entregando ao homem.

— Certo, preciso da sua identidade, da identidade dele, de um comprovante de residência e as certidões de nascimento dos dois. — O atendente se vira para a parte interior da cabine, enquanto eu e Jungkook pegávamos tudo o que ele havia solicitado. O mais novo me dá a documentação dele para que eu pudesse entregar ao funcionário, já que Jungkook estava com Maya em seus braços.

— Demora muito tempo? — Jungkook se pronuncia pela primeira vez desde que chegamos até aqui. O funcionário o observa e logo nega com a cabeça, fazendo com que a tensão do mais novo diminuísse.

   Entrego as papeladas e documentações ao homem e respiro fundo quando o vejo ler a identidade de Jungkook, logo o vendo arregalar os olhos e olhar diretamente para o garoto ao meu lado.

— Algum problema? — Junggukie perguntou ao homem de forma meio rude. — Espero que não, de preferência, mantenha sigilo e não tente questionar, apenas cumpra seu trabalho, sim? É algo que deveria fazer, então não seja inconveniente, por favor. — Dito isso, o homem acena com a cabeça e volta a fazer seu trabalho.

   Esse atendente não me parecia confiável, eu realmente não queria que isso tudo viesse à tona e, muito menos, estragar a carreira brilhante de Jeon Jungkook. Agora só me resta pedir aos céus que dê tudo certo.

(...)

   Estávamos voltando do cartório e Jungkook havia me dito que precisava passar na empresa antes de levar eu e Maya para o hotel. Apenas concordei com isto, afinal, não teria nada para fazer caso voltasse para lá. O mais novo se encontrava feliz por ter a certidão de nascimento de Maya com o seu nome, todos estavam felizes e eu espero que continue assim.

   Enquanto o Jeon fazia o caminho para a empresa, Maya terminava o saquinho da pipoca doce que seu pai havia lhe comprado e eu me encontrava mexendo no celular, vagando por minhas redes sociais quando começo a receber inúmeras notificações no grupo que eu tinha com Heyoon e Jihye. Franzo o cenho e clico na barra de notificações rapidamente, indo para o chat da conversa e vendo várias mensagens perguntando se eu havia visto algo ou se estava bem. Eu estava completamente confusa e assim que penso em sair do aplicativo, Jihye manda o link de uma notícia com o seguinte título: "O famoso maknae de ouro do grupo BTS, Jeon Jungkook, acaba de assumir sua paternidade".

   Meu mundo parou, minha respiração começou a ficar falha e, antes que eu percebesse, lágrimas começaram a cair de meus olhos. Não era para ser desse jeito, Jungkook iria contar para os fãs assim que chegasse em casa, esse seria o combinado! Mas tudo foi por água abaixo, aposto que foi o maldito funcionário do cartório.

— Jagiya, o que houve? — A voz de Jungkook se encontrava distante, era como se eu estivesse apagando. — Amor, me responde, por favor, você está me deixando preocupado. — Viro-me em direção ao mais novo e olho para seu rosto, sentindo meu coração pesar.

— A notícia vazou, Jungkook... o maldito funcionário do cartório contou para aquela plataforma de notícias famosa que você assumiu a paternidade de Maya. — Digo baixo, porém o suficiente para que o garoto ao meu lado ouça.

— Como assim, Audrey? O que você tá falando? — Jungkook parecia atordoado, ele aperta o volante com certa força o que deixa os nós de seus dedos brancos. Seu cenho estava franzido e sua respiração começando a ficar desregulada. — C-como isso aconteceu? — Ele desvia o olhar da estrada rapidamente para me observar, esperando uma possível resposta minha.

— Está em todos os lugares, Junggukie... descobriram que você é pai da pior forma possível! — Jogo a cabeça para trás e um soluço alto sai da minha garganta, por sorte, Maya havia pegado no sono. — E-eu vou... ter que voltar para o Canadá, não dá mais.

— Calma, noona, não tome decisões precipitadas agora. Irei falar com o hyung e ele vai ajudar a processar o funcionário desgraçado daquele cartório imundo! Vamos resolver isso tudo, meu bem. — Jungkook tira uma de suas mãos do volante e leva até a minha, entrelaçando nossos dedos enquanto sua atenção voltava para a estrada novamente. Estávamos bem perto da Big Hit.

   Por mais que ele não parecesse nervoso, eu sabia que estava fazendo aquilo apenas para me acalmar, mas era eu quem deveria estar fazendo isso por ele. Junggukie estava com medo, apenas não sabia se era por sua carreira, pela segurança de Maya ou pelos dois.

   Estávamos perdidos e isso era apenas o começo de toda a confusão que ainda estava por vir.