𝒔𝒂𝒕𝒖𝒓𝒏 || 𝒇𝒊𝒍𝒍𝒊𝒆

𝒕𝒐 𝒕𝒉𝒆 𝒆𝒏𝒅.

As sirenes das viaturas policiais faziam uma espécie de zumbido em meus ouvidos, tão altas que poderiam ser comparadas a palhaços gritando.

As gotas leves e gordinhas da chuva caíam desleixadas em minha bochecha avermelhada depois de um dia na praia.

Meu blusão azul já um pouco úmido, juntamente a minha calça branca, havia uma mancha nela, de ketchup que mamãe não conseguiu tirar.

Minha mão sendo puxada e um tanto quanto espremida por Noah era a única coisa que ainda me mantinha correndo. Minha respiração estava acelerada, meu coração batia tão forte que achei que pudesse explodir.

— Vamos, Millie. Nós temos que ir!

O menino gritava ainda me puxando, minha calça manchada de sangue, ia perto da de ketchup, não iria ter problemas quando fosse para casa.

Eu conseguia ver os cabelos ruivos de Sadie a nossa frente, nos mandado ir mais rápido. Os cachinhos de Finn embaraçados por conta do vento.

E aí, só aí, que eu finalmente voltei a consciência.

Quando o carro de Charlie estacionou na rua à frente à que estávamos correndo pelos jardins de Cape Cod.

— Entrem, rápido!

Fui empurrada por um Finn nervoso que logo tomou seu lugar ao meu lado do banco, Noah estava aflito em minha esquerda.

Nossas mãos entrelaçadas me davam algum tipo de segurança, então ele não a soltou. E eu só podia agradecê-lo depois.

— Você tá bem? Olha pra mim, tem alguma coisa quebrada? — Finn me perguntou, segurando meu rosto com as duas mãos e dando uma avaliada em meu corpo procurando por fraturas. Eu apenas neguei com a cabeça. — Uh, nós temos que dar uma olhada nisso, Sadie, me passa a caixinha de primeiro socorros!

— Não, não. Eu só cai quando ele me socou, está tudo bem, não preciso de curativo, ok? Está tudo bem.

Eu disse baixinho para o cacheado, que iria rebater comigo mas eu fiz um 'Shh' e ele se calou. E com isso, nos apoiamos no banco, encostei minha cabeça que latejava de dor nos ombros de Noah, que passou o braço por mim.

— Dorme, lindinha. Nós precisamos descansar para ver o que faremos amanhã. — Ele disse calmamente, como sempre.

— Acha que vão nos pegar? Que vamos morrer?

— Não, Millie. Não vamos, eu sou um ótimo motorista, tá bem?

Charlie sussurrou para nós, e eu ri baixinho. Vendo o carro de Natalia parar ao lado do nosso, Joe, Gaten e Caleb estavam nele.

Um suspiro aliviado saiu por meus lábios ao saber que todos estavam bem. Pude dormir tranquila depois disso, nos braços do meu melhor amigo, ao lado de Finn que ainda olhava atentamente para todas as viaturas que passaram por nós. E com essa visão, finalmente pude descansar.