𝒄𝒂𝒖𝒔𝒆 𝒊𝒕'𝒔 𝒕𝒐𝒐 𝒄𝒐𝒍𝒅.

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Dois dias antes.

Cape Cod, 25 de setembro de 2019.

A sala estava fria, os batuques do garoto na mesa em minha frente estavam penetrando no meu cérebro e quase me fazendo levantar e arrancar todos os dedos dele e dizer um gentil 'bom dia!'

Qual é, era quinta-feira, nunca é um bom dia! Ainda mais nas aulas de geografia, incrivelmente chatas.

Tudo que eu queria era sentar no pátio, tomar um chocolate quente junto com Noah e Sadie, pois eu jurava que conseguia ver fumaça saindo da minha boca neste instante.

— Brown, concentre-se no seu exercício!

A senhorita Fields era uma boa professora, na maioria das vezes. Só quando me interrompia em minhas viagens mentais, aí não.

— Me desculpa, eu posso ir ao banheiro? Vai ser bem rápido.

E com uma carranca ela me deixou -finalmente- sair daquela sala.

Assim que atravessei a porta, minhas madeixas voaram, abracei a mim mesma por conta do frio. Eu derrubei molho em todo ele hoje de manhã, estava nojento para andar por aí.

Eu estava quase chegando a sala de Noah quando vi Wolfhard sentado no chão, com o violão em seu colo e um caderninho a sua frente. Sorri, ele era um doce.

— Jovens de 16 anos matam aula para fazer qualquer coisa, menos tocar violão.

Ele me olhou assustado, mas logo relaxou seguindo de um riso fraco é uma batida no chão ao lado dele. Neguei rapidamente.

— Não, eu preciso sair dessa corrente de ar antes que congele.

— O que houve com o seu casaco?

— Derrubei molho picante nele, você sabe, búfalo picante.

Ele fez um barulho estranho com a boca, se esticando e puxando o casaco que usava para me entregar, aceitei de bom grado. Sei que Finn sempre carregava um reserva no armário.

Caminhei até ele e peguei-o, sentindo o tecido macio e preto em minhas mãos, sorri abertamente, agradecendo ao garoto a minha frente.

— Vai na festa amanhã?

— Apatow? - Eu perguntei, ele afirmou com a cabeça com um sorriso de canto, típico. — Ah, eu não sei. Se o Noah for, quem sabe..

— Você e o Schnapp deveriam ganhar o prêmio de amizade chiclete, credo.

Ele revirou tanto os olhos que jurei ter visto um cair aos meus pés.

— Não, honey. Esse prêmio já está vencido por você e Apatow.

Dito isto, me levantei e dei de costas ao menino que ria para mim, senti minhas pernas doerem por ter ficado abaixada com ele, mas a dor era mínima.

O lance era que eu e Finn nos conhecíamos a muito tempo, desde o quinto ano. Nos tornamos amigos, e até que um dia nos beijamos. Simples assim, a amizade acabou, nos afastamos e hoje só falamos assim. Dois fantasmas.

Não tenho como mentir, até hoje sinto alguma coisa por ele, mas ele é sempre assim, reservado. Não deixa ninguém se aproximar, parece que tem medo.

— Viajando de novo, Brown?

Jacob surgiu do nada no corredor, sorrindo para mim, retribui mesmo sem vontade.

Nós namorávamos, a um ano. Ele era o namorado perfeito, meus pais o adoravam, e eu também. Só que o problema é que no começo eu amava ele, agora eu só gosto dele.

Só estou com ele pela minha mãe, ela o ama. Mas se eu terminar com Jacob, não vou poder ficar com quem eu realmente gosto, de qualquer jeito.

— Ei.

Ele me abraçou, e saiu me puxando.

— O que você tá fazendo, cara? Para. — Eu ria, mas tava preocupada.

Ele estava fumando muito ultimamente, aparecendo machucado em casa. Conversado com uns caras estranhos.

— Relaxa, Mills. Eu só queria ficar um pouquinho com você.. — Ele disse me prensando em uma parede, tentando me beijar. Eu só coloquei as mãos no ombro dele, fazendo-o parar. Não estava confortável fazendo aquilo em público.

— A gente não pode fazer isso aqui, Sartorius.

— Mas amanhã podemos. Vai na festa da Apatow? — Eu neguei, já saindo entre ele e a parede. Ajeito meu cabelo e dou uma checada no horário pelo meu celular, vendo que já eram quase 12hrs.

— Ah, qual é, Brown. Todo mundo vai estar lá, até o Schnapp confirmou.

Meus olhos arregalados não escondiam minha surpresa. Noah sempre ia em festas, mas não as de Apatow. Ela era chatinha sim, mas não era digna de ódio ou qualquer coisa assim.

— Noah em uma festa dela? Nossa. — Ele riu anasalado e entrelaçou nossas mãos, fazendo cara de cachorro pidão.

— Vamos, você precisa ir, por favor!

Estranhei aquilo, a insistência. Ele nunca me pedia para ir em festas e quando pedia, era em alguma de sua família, e se eu falasse que não ele simplismente deixava pra lá.

— O que vai ter de tão especial nessa festa? Ela vai distribuir drinks de ouro?

— Quase isso, você vai?

Eu não tinha nada pra fazer sexta-feira à noite a não ser maratonar The Vampire Diaries e engodar três quilos de hambúrguer. Qual seria o problema?

— Tá bem, eu vou sim. Agora eu preciso ir, ok? A senhorita Fields vai me Matar!

E com uma dancinha de comemoração -da parte dele, claro- eu me retirei dali. Correndo pra sala novamente e esperando a bronca da professora.

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ei, babies!!

esse cap foi só pra vocês conhecerem mais um pouquinho sobre a Millie, depois fica mais legal, viu?! juro

entãoo, gente eu tenho uns avisos pra dar a vocês, leiam!!

•Não vou fazer smut pra essa fanfic tão cedo. Vai ter, sim. Mas não agora por motivos de eu não conseguir fazê-lo por conta da idade dos personagens.

•Alguns personagens vão morrer, lidem com isso, bjos. Calma, eles vão morrer, sim e eu não tive e nem tenho intenção de ofender ninguém com tal coisa, ok?

•Vão ter personagens de outras séries além de Stranger Things. Isso é uma realidade totalmente paralela à da série. Eles irão aparecer mais ao decorrer da estória.

•Preciso que prestem atenção nas datas e nos locais, todas estão no começo do capítulo.

•Se você não curte violência, assuntos sobre crise de ansiedade e afins, já aviso que alguns vão ser explícitos. Então se não se sente à vontade com o tema, não leia. Vou tentar avisar quando o capítulo tiver algo muito pesado.

É isso, comentem e favoritem, please.

Até o próximo capítulo. Kisses!!

𝒔𝒂𝒕𝒖𝒓𝒏 || 𝒇𝒊𝒍𝒍𝒊𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora