Coloquem a música na mídia para tocar quando o [•••] aparecer. Boa leitura!
Cape Cod, 26 de setembro de 2019.
A calça vermelha listrada caia tão bem em mim que cheguei a estranhar. A blusa branca larga deixava minha barriga à mostra, acompanhada de um casaco preto que não chegava a ser bem isso. Não fechava nem nada, só estava ali pra não me fazer parecer tão nua.
As botas pretas eram as coisas mais lindas que eu já havia visto. Era arriscado, mas podia dizer. Eu estava bonita. Dificilmente conseguia olhar-me no espelho e ver algo bonito, que chamasse atenção de verdade.
Não deu muito tempo para poder pensar tanto a ponto de trocar a roupa toda, Noah entrou como uma bala em meu quarto.
— Você não bate. Por quê? Não sabe bater?
Eu estava parada em frente ao espelho, ajeitando o casaco quando ele entrou. Me virei pasma para olhá-lo sorrindo e fazendo o caminho até minha cama, jogando-se nela.
— E desde quando eu preciso bater? Se liga, brownie.
Ele pegou um livro que estava na cama, folheando ele sem dó. Era Boneco De Neve.
— Ei, ei. Não faz isso, pestinha. Custa caro. —Corri até o menino, pegando o livro bruscamente de sua mão, e indo colocá-lo novamente na prateleira de madeira presa a minha parede repleta de livros.
— Eu juro que não entendo qual o seu tipo de problema ao ler esses livros. Quem é que lê livros sobre Serial Killers? É estranho.
— Você é estranho.
[•••]
Same lips red.
Mesmos lábios vermelhos.Encaro ele magoada, com falsa indignação e com a mão no coração. Ele ri, dando um solavanco e levantando da cama, agarrando meu braço e me puxando para fora do quarto.
— Vamos logo, Finn está esperando lá fora.
— Finn?
Enquanto descia as escadas, correndo, devo acrescentar, ele quase caiu e me levou junto tipo, umas duas vezes. Noah se distrai muito facilmente, então sim, ele nem me respondeu.
— Ei. Por que o Finn vai com a gente?
Same white shirt, couple more tattoos.
Mesma camisa branca, algumas tatuagens a mais.Ele só largou minha mão quando estávamos quase na porta de saída, passando por Joe, sentado na sala vendo TV e comendo biscoito.
— Porque ele é meu amigo, ele ia na festa e não custava nada deixá-lo ir com a gente. Valeu, Joe! — Ele disse animadamente pro meu irmão, dando um joinha com o dedão para o mesmo.
— Até mais, cara. E você, pirralha, não arranja confusão e qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me liga. Ouviu né, Noah?! Isso também serve pra você.
— Tá bom, Joe. Também te amo, até depois.
Deu pra ouvir a risada dele enquanto íamos em direção à porta.
Joe era meu irmão adotivo a sete anos. Minha mãe meio que o adotou quando ele era um adolescente aprendendo a beijar, a mãe se afundou nas drogas e Kelly, por ser amiga da mãe do menino o adotou como se fosse filho. Ele veio morar aqui em Cape Cod comigo, e virou o homem da casa, já que meu pai resolveu seguir a vida dele.
Nós nos tratamos como se fôssemos irmãos, ele é tão íntimo meu quanto o Noah, eu o amo e confio demais nele. Não o trocaria jamais.
— Achei que nunca fossem sair. E aí, cara!
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𝒔𝒂𝒕𝒖𝒓𝒏 || 𝒇𝒊𝒍𝒍𝒊𝒆
Romance"𝐶𝑜𝑚 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑟, 𝑒𝑢 𝑣𝑜𝑢 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑟 𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜. 𝑄𝑢𝑎̃𝑜 𝑟𝑎𝑟𝑜 𝑒 𝑏𝑜𝑛𝑖𝑡𝑜 𝑒́ 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑖𝑟𝑚𝑜𝑠." Início: 22/07/2019. Fim: 14/10/2019.