12 - Eu ainda sinto

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POV Baekhyun

25 de novembro

— Tio Baekhyun, o Chittaphon puxou o meu cabelo — sorri para um Taeyong choroso que puxava a barra do meu avental, esfregando seus olhinhos marejados com o pulso.

— Porque ele pegou o brinquedo que eu estava usando! — rapidamente se defendeu, puxando o outro lado da minha roupa.

— Isso é verdade, Taeyong? — ele assentiu, a primeira lágrima escorrendo.

— Ele não me dava atenção, só ligava para aquele brinquedo chato — abaixei para ficar na altura deles, enxugando o rostinho do Lee.

— Por que vocês não brincam juntos, huh? — Chittaphon não demorou para aceitar, segurando na mão do amigo e o arrastando para brincar consigo, ele odiava vê-lo chorar.

Passaram-se três meses desde o dia em que fui levado aos prantos até a casa de Xiumin, ele me acolheu em seus braços e não perguntou nada enquanto eu soluçava, questionando-me apenas no dia seguinte. Depois de todo o apoio que ele havia me dado, não podia esconder nada dele, embora soubesse que não iria me forçar a nada. Contei detalhe por detalhe, assistindo suas feições verterem-se em angústia por empatia, novamente fui consolado, depois de tantos anos, eu ainda não era forte o bastante para conter o choro. 

Fiquei apenas o resto daquele dia e pouco da manhã seguinte na casa de Minseok, aproveitei esse tempo para resolver todos os assuntos pendentes, como a transferência do meu curso e o envio da papelada do divórcio, colocando um ponto final em toda aquela história antes de embarcar no primeiro vôo para os Estados Unidos.

— Você tem certeza disso, Baekhyun? Nós podemos encontrar outra alternativa… — ele continuava tentando mudar minha cabeça e uma parte de mim era agradecida ao garoto que lutava por minha felicidade. 

— Eu acho que não tenho muita escolha — murmurei, atendendo a ligação no meu celular que se iniciou em meio a conversa.

— Espero que já esteja no avião, ômega — a voz dele ainda me causava enjoo, só que agora a sensação vinha acompanhada de lamentação.

— Estou no aeroporto aguardando anunciarem meu vôo.

— Até que você não é assim tão inútil — a chamada foi encerrada.

— Era ele?

— Yoonsung só queria garantir que seu plano estava dando certo — dei de ombros, abraçando meu amigo quando o vôo foi anunciado.

— Eu vou sentir sua falta — retribuiu o abraço.

— Eu também vou, não sei como conseguiria chegar até aqui você — me afastei, sorrindo — Por favor, pare de ser apenas o atendente sorridente da livraria e chama logo aquele cara para sair, por mim.

— Tentarei — rimos e eu dei as costas, acenando para si quando me aproximei da área de embarque. Não era um adeus, sabia que em algum momento, iríamos nos reencontrar.

Quando pousei, não havia ninguém me esperando no aeroporto, como não haveria ninguém além de Xiumin me aguardando caso eu decidisse voltar. Meu pai se importava muito mais com o dinheiro do que com o próprio filho, com exceção, é claro, de Yerin, eu amava minha irmã, mas já estava cansado de ser apenas a Lua, queria ser, uma vez mais, o Sol. Porque eu já havia encontrado o meu planeta, que também era o meu Sol.

No início eu só queria ficar longe dele, sem me envolver, mas com o passar das semanas, eu notei que não era só a nossa proximidade que aflorava, como também a pequena florzinha em meu peito. Poderíamos ter começado a um passo do ódio, mas estava claro que aos tropeços, nos tornamos o Sol um do outro, afinal, eu sabia que se precisasse, Chanyeol viraria sua vida de ponta cabeça por mim, assim como eu faria por ele. Como eu fiz.

Se for egoísta, não caseOnde histórias criam vida. Descubra agora