— Baekhyun, se não levantar eu vou ir sozinho e você só vai ver o mar por fotos — acordei com as mãos grandes de Chanyeol balançando meus ombros, reclamando com sua voz impaciente próximo ao meu ouvido, me fazendo rir pelas cócegas e arrepios.
— Eu já acordei, Chan... Yeol — bocejei, esticando meus braços para me espreguiçar, abrindo os olhos lentamente e tomando coragem para levantar.
— Não fale antes de escovar os dentes — ele se afastou, reprovador — Você está podre, garoto
— Você não para de reclamar nunca? — afastei os cobertores, resmungando pelo vento frio que envolveu meu corpo. Sem pensar muito, me enrolei na coberta e caminhei a passos rápidos até o banheiro, após ter pego as pantufas de Chanyeol, é claro. Sequer lembrava de onde estavam as minhas.
Fiz todas as minhas necessidades e troquei minhas roupas rapidamente, já havia separado-as antes de dormir, o que me lembrava que certo alfa não estava totalmente pronto.
— Você planeja ir para a praia de roupa social? — debochei ao chegar na cozinha, vendo-o sofrer contra a cafeteira.
— Qual o problema? — encarou-me confuso, revirei os olhos. Como ele podia ser tão... Tapado? Sequer tenho palavras para descrever isso.
— Se a ideia é relaxar, não deveria se ver livre do seu uniforme de trabalho?
— Então eu visto moletom? — franziu o cenho.
— Óbviamente não, vá se trocar — joguei a sacola que mantive escondida atrás de mim até agora, vendo-o praguejar ao ser acertado.
Empurrei-o para fora da cozinha, afirmando que faria eu mesmo o café antes que fosse ele a queimar nossa cozinha, o que, internamente, eu desejava que acontecesse pelo tanto que ele reclamou do meu pequeno acidente. Ao olhar para a ilha no centro da cozinha, que eu sempre mantinha impecavelmente limpa, pude ter uma amostra do que Chanyeol sentia quando eu quebrava suas garrafas. Como alguém consegue sujar tanto assim em tão pouco tempo?
Tive de pegar o avental e limpar tudo antes de começar a preparar o café, estranhando a demora do alfa em se trocar, considerando que eu já estava despejando o líquido nas garrafas térmicas — iríamos comer durante o caminho, para não nos atrasarmos mais — e empilhado os sacos de doces e biscoitos na bancada.
— Como você tem coragem de dizer que gravatas são coleiras quando veste essas... Coisas — virei em sua direção quando ele finalmente apareceu, ri baixinho pela expressão desgostosa em seu rosto.
— Você está ótimo, mas é tão estranho te ver em algo sem ser roupas sociais ou moletom — subi e desci o olhar por seu corpo, desde as coxas apertadas pelo jeans claro, até clavícula exposta pela camiseta branca, os ombros largos bem marcados apesar da jaqueta também jeans que vestia. Porém, o mais surpreendente eram os all-stars pretos que calçava, apesar de ter comprado, não acreditava que realmente conseguiria fazer com que ele os usasse sem envolver nenhuma ameaça ou gritos.
— Você nunca elogiou minhas roupas antes — arqueou as sobrancelhas.
— Você também nunca elogiou ou agradeceu pelas refeições que eu fiz todos os dias, mas elogiou o jantar de ontem — cruzei os braços — Está vendo? Ninguém presta atenção ao que tem, apenas quando o perde.
— Ainda está muito cedo para você me dar lição de moral, Baekhyun, manhãs são para café e contemplação — pegou o "café-da-manhã" sobre a ilha, olhando ao redor da cozinha antes de sair, provavelmente checando se não havia mais nada para levar.
— Você tem que parar de assistir séries — suspirei, rindo internamente da infantilidade dele para então segui-lo, pegando minha própria jaqueta sobre o sofá e meu celular, saindo do apartamento.
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Se for egoísta, não case
Hayran KurguEnsinado desde cedo como se portar, liderar e administrar uma empresa, Park Chanyeol já estava a frente do negócio da família aos 22 anos. Satisfação e ambição era tudo o que sentia ou o que imaginava significar aquele vazio interminável em seu peit...